18-PERSONAGENS BÍBLICOS - RUBEM, O
PRIMOGÊNITO DE JACÓ:
Rubem foi o
primeiro filho de Léia e Jacó. Em hebraico a palavra “Rubem” tem o significado
de “Eis um filho!” - (Gênesis 29.32).
Rubem teve seis irmãos germanos (filhos do mesmo pai e da mesma mãe),
sendo cinco varãos e uma varoa: Simeão; Levi; Judá; Issacar; Zebulom e Diná.
Teve também seis meio-irmãos (filhos de Jacó com as outras esposas): José;
Benjamim Benoni; Dã; Naftali; Gade e Aser (Gênesis 29.33-30.24).
Rubem era um
jovem inescrupuloso, indeciso e não tinha uma efetiva liderança sobre os seus
irmãos, embora fosse o mais velho. Tanto é que quando os seus irmãos resolveram
matar José (outro dos seus irmãos), o máximo que Rubem conseguiu fazer para
evitar a tragédia foi convencê-los a jogar José vivo, num poço seco, e
abandoná-lo ali, para que fosse devorado por uma fera do deserto. Com isso,
embora não concordasse com o assassinato de José pelos irmãos, Rubem não se
empenhou para salvá-lo. Apenas prolongou a sua agonia. Assim, tiraram a túnica de
José e o lançaram num poço vazio do deserto (Gênesis 37.1-24).
Passadas
algumas horas, uma caravana de mercadores ismaelitas passava pelas proximidades
do poço onde José fora lançado. Nessa ocasião, Judá teve a ideia de vender José
para esses mercadores, como se fosse um escravo. Seus irmãos concordaram e José
foi vendido por vinte moedas de prata. Após a venda, mataram um novilho do
rebanho que pastoreavam, e sujaram a túnica de José com o sangue, a fim de
informarem a Jacó que José havia sido devorado por uma fera no deserto. E assim
foi feito. Enquanto isso, os mercadores revendiam José no Egito, para um
oficial egípcio chamado Potifar, capitão da guarda do faraó. Por ocasião da
venda de José para os ismaelitas, Rubem estava na companhia de nove dos seus
irmãos: Simeão; Levi; Judá; Issacar; Zebulom; Dã; Naftali; Gade e Aser. José
foi à vítima e Benjamim Benoni (o caçula) ficara no acampamento, na companhia
de Jacó (Gênesis 37.25-36).
Porém, o ato
pecaminoso mais grave na vida de Rubem seria o incesto que ele praticou com
Bila, a terceira mulher de seu pai (Gênesis 35.22). Porém, Jacó logo soube do
fato, mas guardou segredo, só o revelando quando estava abençoando seus filhos
antes de sua morte. Na ocasião ele dirigiu as seguintes palavras a Rubem: __Tu és o meu primogênito! Também és a minha
força e o princípio da minha virilidade. Fostes o mais excelente em altura e em
poder. Porém, inconstante como a água, não mais serás o mais excelente, porque
subiste à minha cama e desonraste o leito de teu pai! Por isso, não te
sobressairá! (Gênesis 49.1-4).
Assim, Jacó informava
para Rubem que ele não teria as prerrogativas de sua primogenitura, pois havia
pecado contra a honra de seu pai. Bila era serva de Raquel, a esposa preferida
de Jacó. Bila tinha sido dada como concubina a Jacó pela própria Raquel, que se
ressentia de não ter dado ainda nenhum filho a Jacó, enquanto Léia, a primeira
esposa já lhe dera vários. Segundo a cronologia bíblica, tal incesto teria
ocorrido depois da morte de Raquel, que acabou dando dois filhos a Jacó: José e
Benjamim Benoni. A Bíblia não revela se Rubem induzira Bila a praticar tal ato
com ele por pura lascívia, ou se teria outro plano em mente, tal como
simplesmente desmoralizar o pai ou impedir que Bila se tornasse a preferida de
Jacó, em substituição a sua falecida ama (Raquel). Sendo Rubem filho de Léia e
o primogênito dos filhos de Jacó, possivelmente ele desejava que a sua mãe
(Léia) fosse à esposa preferida do pai, e não a sua tia (Raquel). É possível
que Rubem temesse que, com a morte de Raquel, Bila passasse a ser a mulher
preferida de Jacó.
Com esse
incesto, Rubem transgrediu diretamente aquele que seria o quinto mandamento da
Lei de Deus, que diz: “Honrai teu pai e
tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra, que o Senhor Teu Deus te
dá” (Êxodo 20.12; Deuteronômio 5.16). Com esse mesmo ato, ambos
transgrediram conjuntamente o sétimo mandamento dessa mesma Lei Divina, que
diz: “Não adulterarás” (Êxodo 20.14;
Deuteronômio 5.18).
É
interessante observar que no sistema patriarcal vigente no Antigo Testamento,
era lícito ao homem possuir várias mulheres (ao mesmo tempo, entre esposas e
concubinas). Inversamente, a mulher só podia ser esposa dum único homem. Caso
ela fosse casada e se envolvesse com outro homem, estaria cometendo adultério e
deveria ser punida com a morte, por apedrejamento. O homem casado que se
envolvesse com uma mulher casada com outro homem, também cometeria adultério e
deveria ser apedrejado até a morte. Mesmo o homem solteiro que se envolvesse
com uma mulher casada cometeria o adultério, e receberia mesma pena que a
mulher adúltera.
Assim, se Jacó
tivesse denunciado (e tornado público) o envolvimento de Bila (sua terceira
mulher) com Rubem (seu filho primogênito), ambos deveriam ser julgados
publicamente e seriam condenados à morte por apedrejamento. Essa era a lei da
época. Portanto, ao silenciar sobre o fato, Jacó poupou a vida de ambos, mesmo
em prejuízo de sua própria honra. Além de Rubem, a Bíblia Sagrada aponta outros
homens que cometeram incesto com mulheres de seu pai, como: Absalão e Adonias
(filhos do rei Davi). E, a exemplo de Rubem, não foram punidos por causa disso.
Posteriormente, Absalão e Adonias foram mortos por outros motivos, que não o
incesto ou o adultério contra o próprio pai.
Venâncio Josiel dos
Santos – Membro da ALB/MS
Ocupante da Cadeira nº
06 – Arthur Jorge.
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