17-PERSONAGENS BÍBLICOS - ZILPA, A
QUARTA MULHER DE JACÓ:
Zilpa foi à
quarta mulher de Jacó. Antes ela fora serva na casa de Labão (sogro de Jacó)
que a deu como presente de casamento à Léia (sua filha mais velha) quando esta
desposou Jacó. Depois de dar quatro filhos varões ao marido, e acreditando que
não mais daria à luz, Leia deu sua serva como concubina a Jacó, para que ela
lhe gerasse mais filhos. Assim, Zilpa deu dois filhos a Jacó: Gade e Aser.
Estes deram seus nomes a duas das tribos de Israel, que deles descenderam. Das
quatro mulheres de Jacó, Zilpa foi a que teve vida mais longa. Léia casou-se
com Jacó no ano de 774 AC, ocasião em que recebeu Zilpa como presente de
casamento de seu pai Labão (Gênesis 29.24; 30.9-13; 32.22; 33.1,2; 37.2;
46.16-18).
É
interessante observar que Léia deu sua serva Zilpa para seu marido Jacó a fim
de concorrer com Raquel, à esposa preferida de Jacó. Léia havia parado
temporariamente de gerar filhos. Assim, para continuar a prole de Jacó, ela
deu-lhe Zilpa, para que a substituísse. Assim, nasceram Gade e Aser (filhos de
Jacó com Zilpa). Nessa época Raquel já havia dado sua serva Bila para Jacó,
tendo esta lhe dado dois filhos: Dã e Naftali. Raquel continuava estéril. No
entanto, passada algum tempo, Léia voltou a conceber de Jacó e deu-lhe mais
três filhos: Issacar, Zebulom e Diná. Algum tempo depois do nascimento Diná (a
caçula de Jacó e Léia), Raquel veio a engravidar a dar um filho varão a Jacó:
José (Gênesis 30.14-26).
Logo após o
nascimento de José, Jacó decidiu sair das terras do seu sogro Labão, para quem
trabalhara por 14 anos. Não querendo perder o seu principal gerente-produtor, e
vendo que Jacó era bem sucedido em tudo o que fazia, Labão fez-lhe uma nova
proposta de trabalho, tendo desta feita, como fonte de pagamento, parte dos
rebanhos de sua propriedade. Assim, Jacó trabalhou mais seis anos para Labão,
totalizando 20 anos. Cumprido o prazo combinado, Jacó decidiu sair
definitivamente das terras de se sogro. Reuniu suas mulheres, seus filhos, seus
servos e seus rebanhos e encaminhou-se para Canaã, de onde saíra fugitivo da
ira de seu irmão Esaú. Na ocasião, sua esposa Raquel estava grávida de outro
filho, que nasceria em Canaã, e que receberia no nome de Benjamim Benoni.
Um dos
motivos que fez com que Jacó desejasse sair das terras do sogro foi o fato dos
filhos varãos de Labão estarem fazendo comentários maldosos sobre o
enriquecimento de Jacó. O próprio Labão também não estava satisfeito com a
prosperidade do genro. Por várias vezes Labão mudara a forma de pagamento de
Jacó. Mas, qualquer que fosse a proposta de Labão, Jacó a aceitava e prosperava
bem mais do que o sogro. Foi nesse clima que Jacó (orientado por DEUS) saiu das
terras de Labão (Gênesis 30.27-42).
No entanto,
antes de partirem, Raquel furtou os ídolos da casa de seu pai Labão, e levou-os
escondidos em sua bagagem. Ela manteve o seu ato em segredo, não o revelando a
ninguém. Ao descobrir o furto, Labão reuniu seus filhos e alguns servos e
partiu em perseguição à comitiva de Jacó, alcançando-a acampada na montanha de
Gileade. Após relatar ao genro a sua desconfiança de que fora o próprio Jacó
quem lhe furtara os ídolos, este deu permissão para que Labão vasculhasse todas
as bagagens e todas as tendas do acampamento. Caso os ídolos furtados fossem
encontrados com alguém, seriam devolvidos e o responsável pelo furto seria
morto imediatamente. Labão, seus filhos e seus servos vasculharam todo o
acampamento e revistaram e todas as bagagens, e nada encontraram.
Aproveitando-se
do fato de estar grávida, Raquel (a autora do furto) assentou-se sobre a sua
bagagem, aonde escondera os ídolos do pai. Quando ele entrou em sua tenda, ela
desculpou-se pelo fato de estar passando mal e não poder levantar-se para
receber e abraçar Labão. Este, acreditando nas palavras da filha, e supondo que
ela seria incapaz de cometer uma to de furto, aceitou suas desculpas e
despediu-se dela. Voltou para a sua terra sem ter recuperado os seus ídolos
(Gênesis 31.1-55).
O objeto do
furto de Raquel era chamado de “TERAFINS”, que são “os deuses ou ídolos de uma família”. Portanto, Labão cultivava
seus “deuses” e guardava-os em sua casa. Esse hábito da época assemelha-se ao
uso atual de muitas famílias católicas, que abrigam no interior de suas casas
alguns “santos” de madeira, barro, argila, gesso, pedra e outros materiais. No
caso de Raquel, nenhum proveito teve o seu ato. Nem para si e nem para os
outros membros da caravana. Isso porque tempos depois, ao sair das vizinhanças
de Siquém (após o massacre da cidade pelos irmãos Simeão e Levi), Jacó reuniu
todas as suas mulheres, seus filhos e seus servos e ordenou que todos lhe
entregassem os ídolos que porventura trouxessem consigo, para destruí-los. Jacó
foi obedecido por todos, incluindo Raquel (Gênesis 35.1-7).
Venâncio Josiel dos
Santos – Membro da ALB/MS
Ocupante da Cadeira nº
06 – Arthur Jorge.
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