terça-feira, 26 de julho de 2022

Re: Dia do Amigo!

Algaravia

 

Encontrei as chaves perdidas de papai

Estavam lá, estáticas e bem seguras

 Na algibeira interna

 Do meu sobretudo negro  

***

Agora sou eu que não me encontro mais 

Acordo pelo amanhã

E contiguo a mim

Uma angustia

Infinda

De ser uma outra pessoa

Alheia do que fui até a pouco

***

Desaprendi

 A compor em versos com poesia 

Desaprendi a contemplar o vago

 

E o vazio inquebrantável

Do noturno silêncio oblíquo

Em noite perdida no campo santo

***

Encontrei as outrora chaves perdidas de papai

Agora a luz do dia faina

O meu corpo oco e insípido

Inerte em duas rodas velozes

***

Encontrei as chaves perdidas de papai

E minha nova paixão

Surge sempre benfazejo

Ao final do expediente

Texto de Clarisse Cristal, bibliotecária, poetisa e cronista em Balneário de Camboriú, Santa Catarina.

 

 

Benedita/Benediction (o teatro estático)

Para a atriz Sabrina Viana

 

In my opinion

your epigraf was not correct,

the editor was wrong,

the text ended and the poet died

Clarisse Cristal 

As sinfônicas valsas burlescas

Vislumbradas

Aos sintécticos sabores celestes 

De sons sibilinos a meio tom

Suspensos no ar

***

Sim! As luzes da ribalta

Do teatro mágico

Do espetáculo estático

À meia luz

Ofuscaram os olhos meus

***

Ajustamos todos nós

 As nossas Clepsidras imagéticas

Que brilhes tu nos palcos

Da vida

E em total triunfo

Magnificente aljôfar astral

***

Sim! Os estridentes risos inodoros 

Dos públicos virtuais

Que quedaram em queda livre

No tempo e no espaço

***

Sim! Tem os aplausos inefáveis

Suspensos no ar

Das plateias em êxtases

Sim! As profundas e milenares

 Lágrimas cristalinas

Da audiência quimérica

Perdidas no tempo atemporal
Samuel da Costa é contista e poeta em Itajaí, Santa Catarina.

Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br

 

 

Cumplicidade (às vezes sou poeta)

 

Tentei olhar em teus olhos, não consegui

Tentei ao menos te escutar, impossível...

Entendi, melhor assim, liberta de sombra

Estava enganada, e esquecendo de mim.

***

Hoje busco, vejo- te em todos os lugares

Minha outra metade, minha cumplicidade

E, mesmo se quisesse tê-lo, seria loucura

Tocar em ti são infindas incertezas, dor...

***

Então, melhor transbordar de amor, viver,

viver sem dor, trocando conversas fúteis

Mesmo que tudo se desfaça, tentar seguir.

***

Tu és a poesia que sempre esteve comigo

Fiz de ti o protagonista das minhas prosas

Aparência!? Desconheço, Alma, cumplicidade!

Texto de Fabiane Braga Lima, é novelista, contista e poetisa em Rio Claro, São Paulo.

Contato: bragalimafabiane@gmail.com

 

 

Da Minha Janela

 

Tantas vezes eu te vi

Da minha janela,

Com o vento soprando

A nossa história

E o sol refletindo

Tudo de bom que existia

Entre a gente.

Eu me debruçava

Só para ver atentamente o seu olhar

E os seus cachinhos que

O vento não deixava no lugar.

Clarisse da Costa

***

Da Minha Janela

A Janela de madeira

Me viu te esperar

Com o olhar distante

Muitas vezes querendo chorar.

Até a flor de hibisco

Chorou comigo,

Murchou no fim de tarde

Deixando o dia triste.

Mas eu consegui ver a sua beleza

No amanhecer de domingo,

Com flores abertas e o sol

Adentrando o quarto.

Clarisse da Costa

***

Da Minha Janela

Da minha janela

Fiquei esperando você chegar.

Senti a brisa do vento

E a luz do sol entrar.

No rádio tocando aquela canção

Trouxe-me tantas saudades,

Lembrei de cada sorriso,

Do arco íris depois da chuva

E do galo ao longe a cantar.

Texto de Clarisse da Costa é cronista e poetisa em Biguaçu, Santa Catarina.

Contato: clarissedacosta81@gmail.com

 

Da Minha Janela

 

Não sei, o novo sempre vem

Arredado de mistério.

O tempo nem sequer dá espaço

Para as descobertas.

Fico pensando como é

O amor do outro lado do planeta,

Sem as paredes mórbidas

De alguns sentimentos inóspitos.

Da minha janela tudo parece

Tão tranquilo.

A roupa no varal na direção do vento.

O passarinho banhando na água.

É visível a singularidade

De cada momento.

Texto de Clarisse da Costa é cronista e poetisa em Biguaçu, Santa Catarina.

Contato: clarissedacosta81@gmail.com

 

Point Blank parte

 

Raimundo Nonato Corrêa Júnior era parecido fisicamente com o do pai, exceto no temperamento, isso saíra à mãe diziam. Não levava desaforo para casa, coisa normal para quem vive no recôncavo baiano. E ao saber que o prefeito, a pretexto de pressões sociais, que a população da pequena cidade fizera, que cairá sobre seus ombros, despediu o pai de Raimundo embora da prefeitura.

O guarda-livros Raimundo Nonato Corrêa, muito popular e amigo de todos, fora pego desviando verbas da prefeitura. Pai de oito filhos e funcionário público respeitado.

Muitos atribuíam o fato como obra do próprio prefeito de acusar o guarda-livros de desfalque. O medo do prefeito era que Mundinho, como Raimundo Nonato era conhecido, ser chamado a concorrer nas próximas eleições para prefeito. Era a muito que Raimundo era assediado pela oposição. Mas, quem mesmo não absolveu a demissão de Raimundo foi o filho mais jovem da família Corrêa.        

Samuel da Costa é contista e poeta em Itajaí, Santa Catarina.

Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br

 

 

Point Blank parte

 

            A mauser destravada, que apontava para o vazio da caatinga, com seu mato ralo e árvores tortuosas. O jovem, mirrado e bem alinhado, não ligou para o sol abrasador sobre sua cabeça, nem a boca seca que pedia água. E a arma não parecia pesar nada, nas mãos do rapaz, de seus quatorze anos de idade, que nunca pegara em uma arma antes na vida.

Ele mesmo se espantou com a facilidade e naturalidade da coisa toda. E como era fácil esperar o carro do prefeito passar e diminuir na curva. O prefeito, com seu terno branco inconfundível e, como ele deveria estar ao lado do motorista e não no banco traseiro. A ira animal que tomava conta de Raimundo Nonato Corrêa Júnior parecia não ter fim e tinha que dar um tiro na cara do Cabra safado'' que tanto prejudicou seu pai e sua família.  

Samuel da Costa é contista e poeta em Itajaí, Santa Catarina.

Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br

 

           

 

 

 

 



Em sábado, 23 de julho de 2022 10:26:58 BRT, Gaya Rasia <gaya.rasia2020@gmail.com> escreveu:


Olá, amigos

A paixão pelas artes e literatura nos aproxima!

Quis o destino que essa mensagem chegasse aqui!

Desejo paz e bem a todos vocês!

Carinhoso abraço,

Rozelia Gaya Rasia





Em qua., 20 de jul. de 2022 às 11:31, Marcelo ESCRITOR de Oliveira Souza <marceloosouzasom@hotmail.com> escreveu:


Oração do Amigo 

 

Senhor Deus pai, 

Por nossos amigos, olhai 

Agradeço a fortuna que dais 

Amigo presente do Pai. 

 

Onde quer que esteja 

Amigo,  encontrai, 

A paz e tranquilidade, festejai 

Presente de Deus,  aceitai. 

 

Agora e sempre, estás 

No nosso coração, orai 

Que na  nossa energia, vibrai 

Amigo de sempre rogai. 

 

Nesse dia como em todos 

As preces milagrosas, fortificai 

Irmão da nossa jornada 

Em nosso coração, completai. 

 

A vida é uma roda, girai! 

Um dia estamos alegres, celebrai 

N'outro dia, tristes, vigiai 

Mas sempre teremos amigos em Cristo 

Amigos como ti... Insisto... 

 

Que nessa vibração 

Seu coração, vibrai 

Junto ao meu, celebrai 

Agora e sempre! Amém! 

 

 

Marcelo de Oliveira Souza, IwA 

Homenagem ao Dia Internacional do Amigo 

2x. Dr. Honoris Causa em Literatura 

Instagram: marceloescritor 

Do blog: http:/marceloescritor2.blogspot.com 


 

 


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