Da necessidade ao Amor poético
De início escrever para mim foi mais uma necessidade do que uma paixão pela arte, eu queria me encontrar nesse mundo e entender muitas coisas dentro de mim, e no meu entorno, principalmente o preconceito. Depois isso veio na minha vida como uma paixão avassaladora. Eu quis tanto para mim que se tornou um amor imensurável. Mas claro, nesse meio literário nada acontece sem uma razão ou motivo, sempre tem algo por trás de tudo isso. No meu caso eu li um livro chamado Saudades da Vila e me identifiquei com a história que queria ter sido a autora desta obra, foi então que a necessidade de escrever veio e junto aquela paixão que se transformou.
A minha veia poética traz o lado humano e toda a verdade da realidade em que vivemos, os caminhos e descaminhos da vida. Entrar no interior humano e trazer para o mundo externo é uma explosão de sensações que me faz pensar e que traz uma reflexão aos meus leitores. Mas antes de eu caminhar por esses caminhos, trilhei rabiscos em cadernos baratos comprados em supermercados. As paixonites, os tropeços, os sonhos, as desilusões, os romances, enfim, uma riqueza literária de quem ousou sonhar alto aos 15 anos de idade na década de 90.
Eu posso dizer que ainda vou caminhar muito mais nesse universo, levei tempo para chegar e não pretendo sair. Quando se chega em um lugar bom a tendência é querer ficar. Encontrei no mundo literário forças para continuar vivendo e lutar por muitas coisas. Esse mundo às vezes é cruel e ter uma mulher num lugar que antes era somente ocupado por homens é lindo! Eu chego para mostrar que nós mulheres podemos tudo.
Às vezes me surpreendo comigo, com cada coisa que escrevo. Eu chego a viajar para outros mundos e o incrível disso tudo é que os assuntos não acabam. O tema principal é o amor, já tentei parar de escrever sobre, mas é algo penitente. O irônico é que nunca tive um amor correspondido, chego à brincar ao dizer que Santo Antônio deve está furioso comigo, mas isso é uma conversa para um outro conto, vou deixar o suspense no ar. Por ora o que posso dizer é que eu sou Clarisse da Costa, escritora catarinense, escrever é a minha vida, a conexão com a minha alma.
Texto de Clarisse da Costa é cronista e poetisa em Biguaçu, Santa Catarina.
Contato: clarissedacosta81@gmail.com
O equilíbrio equidistante entre nós dois
Pergunte-me tudo
Eu não vou me esquivar de nada
Só não me pergunte
De ontem à noite
***
Pergunte-me
Tudo o que quiseres para mim
Só não me pergunte o que eu fiz
Ontem à noite
Quando eu tentei em vão
Esquecer-te por completo
***
Sobre o ontem à noite
Refugiei-me dentro de mim
Eu não queria te ver novamente
Nem ouvir a tua eufêmica voz
Suspensa no ar
Eu não queria rever a cena dantesca
De nós dois felizes dançando
À meia luz
No meu palácio das memórias perdidas
Mais uma vez
***
Ontem à noite eu fugi
Do nós dois
Eu não queria ser uma etérea imagem
Presa em uma moldura digital
Nos teus nevoentos estribilhos
***
Ontem à noite
Embalada por suaves
E sonolentos sons amenos
De melancólicas e lentas melodias
Impossíveis e improváveis
Aos celestes sabores dos ventos solares
Eu tentei fugir do nós dois
Texto de Samuel da Costa é poeta, cronista e funcionário público em Itajaí, Santa Catarina.
Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br
O meu livre voar sem amarras
Deve haver algum lugar, onde eu possa mostrar os meus ideais, pois se não houver eu me sinto uma natimorta. Deve haver algum lugar, onde eu possa tirar esta maldita máscara e mostrar minha verdadeira face. Não! Eu não sou mais a mesma pessoa de anos atrás.
Há mulheres amedrontadas com o mundo lá fora. Não, eu não tenho medo de perder os meus sentimentos bons, pois sou devota da vida! Nada melhor do que acordar e nos ver cercada daqueles que nos amam e que amamos, os nossos filhos, os nossos maridos, os nossos irmãos e irmãs, os nossos pais, enfim os nossos familiares queridos.
Eu tenho asas, e sei voar, eu sou uma poetisa, mas o perigo mora em volta. Não tenho a mesma liberdade de expor os meus desejos, as minhas insanidades, a minha audácia de mulher livre!
O mundo e o nosso país viraram um completo caos. Ser mulher não é fácil, nunca foi, somos sinônimo de eloquência, para muitos engravatados, como se não bastasse, somos assediadas e devemos resignar.
Eu jamais vou aceitar a derrota, lutarei até o fim, enfrentarei todos os perigos do meu tempo, pois nunca tive medo. Ouso ter a minha liberdade e expor as minhas ideias! Quanto maior for o nosso medo, menores serão as nossas expectativas, se perde os sonhos e a paz familiar!
Devemos seguir sem medo, sem amarras! Sego caminhando sendo insana, intensa e sem oscilar. Posso morrer, mas morro lutando pelos meus ideais, pois sou mãe e sou mulher. Estou viva e sou um grito...! Sou grito em meio ao caos.
Texto de Fabiane Braga Lima, poetisa e contista em Rio Claro, São Paulo
Contato: bragalimafabiane@gmail.com
Vivendo dentro da estrutura da bolha e sabão
Eu sempre pensei que o maior desafio na vida dos filhos é sobreviver aos seus pais, eu sempre tive este péssimo hábito, tentar sobreviver aos meus pais. Estas duas criaturas, às avessas, o côncavo e o convexo, a casa e rua e o dia e a noite, sim são clichês e eu não me envergonho disto.
Vamos ao primeiro vértice, o meu jovem pai, entediado economistas indo para a meia idade e inventou de fazermos aventuras gastronômicas. Não seria um problema muito grande, já que a cidade em que vivemos é pequena e bem servida de várias vias gastronômicas. Coisas de uma cidade que é um balneário turístico e uma cidade que se resume em duas avenidas movimentadas.
Então estamos bem servidos, do que vai de simples quiosques à beira mar, passando por barracas de cachorro quente e indo parar em caros restaurantes com gastronomia internacional. O que seria uma diversão em família, virou um grande pesadelo.
Mas antes vamos ao outro vértice, a minha mãe, dona de casa de profissão, já estava na meia idade e também entediada. Ocupada com futilidades variadas, que iam de cursos de desenho, fotografias, cerâmica e por aí a fora, eram cursos que não passavam da segunda ou terceira aula. Também tem as academias, as aulas de meditação, salões de beleza e compras e mais compras. As compras da minha mãe iam de barracas no meio da rua, de vendedores ambulantes, caras lojas de decoração indo parar em bazares variados. A minha mãe nunca ia aos apinhados shoppings, a malta simplesmente era evitada.
Voltando as aventuras gastronômicas, esse foi o ponto de discórdia entre o casal, o homem negro, sóbrio, culto, tecnocrata e racional a quem chamo de pai e a minha querida mãe, mulher branca e loura, fútil, avessa a realidade e multidões. O meu pai queria sair da cidade e se aventurar nas pequenas cidades do entorno. Restaurantes à beira da estrada, perdidos estabelecimentos em desconhecidas cidades pequenas, que ninguém não sabia sequer que existiam.
Louco, maluco, imbecil era a minha mãe aos gritos conversando com o meu pai. Nessa hora que eu bem queria viver dentro de um bola de sabão, para ver tudo fora de foco, para depois me espatifar no chão porque a bolha estourou. Foi justamente na primeira aventura, a nossa digressão aventureira, rumo ao quase desconhecido. Para surpresa de zero pessoa, o meu velho tinha planejado para onde iríamos, os custos com o traslado, ida e volta e escolhido os restaurantes, sim dois restaurantes.
Da nossa ida até a cidade ao lado, a cidade portuária, ainda bem que tenho um bom amigo, o Greg Sanders, vamos chamá-lo assim pois o meu bom amigo de curso de inglês já passa vergonha demais com o nome de batismo e mais vergonha ainda com o nome de gótico que ele mesmo escolheu. Pois bem o Greg me emprestou uma velha tecnologia, um tal de walkman, sei lá onde ele encontrou o treco, mas eu pude colocar os fones no ouvido e a tal fita K7 no aparelho antigo pra ouvir música. Não vou aqui decorrer como funciona o treco ou mesmo descrevê-lo, pois bem fones nas orelhas e The cure foi a escolha óbvia para ouvir no fatídico passeio.
O aparelho antigo me salvou de ouvir as discussões dos meus pais, naqueles vinte minutos de viagem. Uma vez encapsulada na minha bolha de sabão nada mais importava, nem a partida, a viagem e o destino. Mas tivemos uma partida, uma trajetória e uma chegada, disso o walkman, e a fita K7 e o The cure não me salvaram e nem poderiam, pois poucas coisas me salvam dos meus pais.
Sim, enfrentamos uma rodovia nada congestionada e chegamos rápido no que seria um atacadão, uma mistura de supermercado com atacado, um tal de atacarejo, mais um nome ridículo, na minha lista de nomes horríveis. E eu pensei no que estava me esperando naquele lugar com olores de sabão, sabão em pó e seus derivados. Evitei olhar para a minha mãe e perdi a oportunidade de vê-la feliz da vida. Uma oportunidade para ela, só vi depois no olhar e o sorriso leve daquela mulher.
Sim, o meu velho pai nos levou para almoçar em um restaurante japonês, em um local nada convencional. E lá estava ele, o dono e gerente do espaço, o lugar com direito a leques orientais pendurados na parede, o senhor idoso que misturava peças de roupas orientais e ocidentais. Pelo sorriso do homem oriental logo vi que ele não falava o nosso idioma, um possível refugiado da terra do sol nascente. Possivelmente ele se casou com uma nipo-brasileira e vi na minha mente um longa prole de nipo filhos e filhas brazucas.
Mas tudo que começa ruim, tem uma grande possibilidade de terminar em desastre. E assim foi, um bandejão, um self-service, e em um misto de cultura japonesa com a cultura brasileira, para diversão da minha mãe e horror do meu pai. Explico, a minha mãe filha da elite praiana, para ela era pura diversão estar em um ambiente proletário e o meu pai filho da periferia reviu os anos ruins dos velhos tempos. Mas o meu pai, é o meu pai e deu a volta por cima e disse: — Nada é tão ruim que não posso melhorar, daqui a pouco vamos ao outro restaurante!
Pois bem, depois de misturar feijoada com sashimi e saquê com cerveja em meio a barulho de caixas batendo no chão, um gerente raivoso ralhando com seus subordinados, crianças correndo e suas mães correndo atrás. Meu pai depois de uma dose de saquê e a minha mãe depois de uns goles de cerveja já eram outras pessoas, muitos felizes por sinal.
Para não me alongar muito a minha digressão, que já está longa e pedante, a ida a outro restaurante japonês não muito longe do primeiro, foi uma experiência um pouco melhor. Debandando do atacarejo, percorremos poucos metros e lá estava outro restaurante japonês, confesso que o bairro proletário com seu comércio variado seduziu a minha mãe, mas isto fica para depois. Ao adentrarmos, saltou os olhos a decoração tipicamente japonesa do lugar. Dos quadros de famosas gueixas e atrizes do teatro japonês de um lado e na outra ponta na parede um enorme quadro pintado a tinta a óleo de uma gueixa samurai.
Notamos que o restaurante estava vazio, e demos de cara com uma adolescente, uma versão minha, ela despojada nas mãos seu telefone móvel, mais conhecido como telefone celular, ela jogada no assento de uma mesa, em uma análise fria minha, ela era a filha dos donos do restaurante. A jovem se levantou, ela um tanto contrariada, falou que o restaurante abriria dali a minutos. Decidimos ficar no deck do restaurante, para esperar o lugar servir o almoço, e assim foi, nós três mudos, calados e em silêncio tentando sobreviver a nós mesmos. Adentramos no restaurante, a dona do lugar nos atendeu com um belo sorriso e pedidos de desculpas, ela uma austera mulher negra. Assim nós, terminamos a primeira e grande aventura gastronômica pelo desconhecido regados a peixes crus e saladas de não sei o que.
Texto de Clarisse Cristal, bibliotecária, poetisa e cronista em Balneário de Camboriú, Santa Catarina.
Em seg, 4 4e jul 4e 2022 às 16:35, Marcelo ESCRITOR de Oliveira Souza<marceloosouzasom@hotmail.com> escreveu:
Resultado do XVIII Concurso Literário Poesias sem Fronteiras
O nosso Prêmio Literário já chegou a sua décima segunda edição, ainda nesse ano teremos o nono premia literário Escritor Marcelo de Oliveira Souza,IwA.Os trabalhos como sempre foram de grande valia cultural, entretanto só podemos escolher três pessoas, como estava no edital, também ainda esse ano daremos o Prêmio de Personalidade de Destaque Cultural, valorizando o escritor que está sempre com a gente nos eventos, no entanto ainda não conseguiu em placar os primeiros lugares, valorizando pois todos e todas com mais essa premiação.Fiquem acompanhando a caixa de e-mail, que teremos o X Prêmio Literário Escritor Marcelo de Oliveira Souza, em comemoração dos dez anos, faremos uma grande surpresa para
vocês.Agradecemos às entidades que sempre dispuseram a apoiar nossos eventos:
Academia de Letras da Zona Oeste do Rio de JaneiroAcademia de Letras do Brasil seccional Mato Grosso do SulAcademia de Letras do Brasil seccional Sul e Baixo Sul da BAAcademia de Letras de Teófilo Otoni MGAcademia de Letras e Artes de Arraial do Cabo RJFEBACLA - RJAssociação Portuguesa de Poetas - PortugalNúcleo Acadêmico de Letras e Artes de PortugalAcademia de Letras e Artes de Feira de Santana BAAcademia Caxambuense de Letras MGQuem tiver interesse em entrar na Academia de Letras e Teófilo Otoni e na Academia de letras da Zona Oeste do Rio de Janeiro, entre em contato comigo.
Temos um projeto muito lindo, Exposição Literária Permanente do Escritor Marcelo de Oliveira Souza,Iwa, que consiste na doação de uma cópia de nossas placas premiadas, a locais públicos. Já estamos em vários pontos de exposição como na própria Academia de Letras de Teófilo Otoni,MG; Vaticano; Universidade de Porto Portugal, entre outros. Quem tiver interesse, entre em contato.Quem tiver interesse em alguns desses projetos, é só enviar uma mensagem para marceloosouzasom@hotmail.comQuem já participou desse evento, já está cadastrado.OBS: Pedimos aos vencedores que enviem fotos e se possível vídeos com um depoimento junto com a premiação, para que possamos divulgar sua vitória, pedimos aos participantes que ao receberem os livros, que enviem também fotos e vídeos.Relação dos Vencedores do XVIII Concurso Literário Poesias sem Fronteiras
Terceiro Lugar : 10. PIETRO LEMOS COSTA – Brasília DFSegundo Lugar: 36. Jacqueline Moreira de Castro Feijó – Santa Maria Madalena RJ
Primeiro Lugar: 09. Wilson Gomes de Almeida Junior – Itapetininga SP
🤔Marcelo de Oliveira Souza, IwA2x Dr. Honoris Causa em Literatura🤔Organizador e Patrono do EventoInstagram: marceloescritorBlog: http://marceloescritor2.blogspot.comSite do Concurso: www.poesiassemfronteiras.no.comunidades.net
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