Apenas uma mulher
Cheguei numa fase da vida que me sinto privilegiada. Sabe, aquela fase, onde desatamos os nós que nos prendia a tantas futilidades. Faço o que gosto, sem pressa e sem precisar agradar ninguém. Porque no fim, sempre acabamos sozinhos(as).
Como é bom acordar bem humorada! Não, com o semblante triste, envergonhado(a) por absolver tanto desprezo, e muitas vezes sermos chamadas de louca, ou vadia. Sinceramente, eu não me importo mais, não sou uma princesa, nem pretendo ser. Sou apenas uma mulher, na qual quebra tabus, nada santa! Tenho paixão pela escrita de vários gêneros, posso ser pura e impura, depende do dia. Não sou de dar indireta, sou direta sempre e apenas uma vez.
Cresci psicologicamente! Gosto de pessoas com espíritos livres, mas nem sempre fui assim, me prendia muito ao passado. Hoje sou errante, não tenho destino. O vento me guia. Sofri muito no passado! Mas cá entre nós, o que o passado nos reserva!? Nada, pois passado é apenas passado. Exceto que ficam as lembranças boas ainda dói muito. Como dói! Mas a vida segue, somos instantes. Quantas vezes chorei por amores passageiros. Hoje, restou-me o presente, onde me enxergo uma mulher, com rugas em volta dos olhos, alguns cabelos brancos, um corpão excitado, sonhadora, e ao mesmo tempo realista.
São tempos sombrios de amores líquidos, fuja! Lute, lute muito, tenha sempre expectativa na vida, mas se coloque em primeiro lugar. Se priorize, quebre tabus, e (amor-próprio) sempre. Converse com o espelho e diga: — Mulher, como você é linda, tão pura e impura! Santa!? Só você pode responder...! Apenas uma mulher
Fabiane Braga Lima é poetisa e cronista em Rio Claro São Paulo
Contato: bragalimafabiane@gmail.com
O MINISTÉRIO DE ÂNGELA
Capítulo 1: Aceitar a Morte
Ali no outro cômodo viu uma mulher negra atraente, com seus seios fartos e um bumbum avantajado, ela comparou a uma bola de futebol. Exatamente perfeito para a mulher.
Ficou com raiva e foi direto para a geladeira. Lembrou que Demétrio sempre teve chocolates ali, quando nervoso comia uns três. Ali tinha cinco barrinhas de chocolates. Mordeu uma e nada sentiu na sua boca.
— Mas que droga, eu não sinto gosto algum! — disse furiosa com sigo.
— Estou morrendo mesmo? Caramba e eu ainda nem me deitei com o Demétrio. — Pensou.
Frustrada voltou a subir as escadas e deu de cara com o homem da sua vida beijando outra mulher. Foi pior do que a alta insuficiência que sentia ao tê-lo. Pois nunca se achou linda a suficiente para ter este homem na sua vida.
Piorou! Sussurros? Ele nunca sussurrou o seu nome no ouvido. E a chamou de Ângela?
— Outra Ângela? Espera. Ângela sou eu! — disse ela assustada. Então se perguntou quem era essa tal Ângela. Já não tinha mais certeza da pessoa quem ela era.
De repente ouviu uma voz doce a chamando: — Ângela, Ângela... Volte, essa não é a sua vida!— Então grita pedindo calma e continuou — Caramba, tem muita coisa aqui que precisa ser esclarecida por mim. Dá para esperar?
Voltou os olhos para o casal e exclamou que isso só podia ser um sonho ou loucura de sua mente confusa.
Deu uma pausa. Tudo ficou quieto demais. Enquanto isso, tentava ver tudo como um sonho. Até que chegou à conclusão de que não estava morrendo.
Viu o espelho ao lado e direcionou o seu olhar para ele, pensou estar vendo a imagem do que é hoje, mas apenas viu uma sombra que nada lhe dizia. Apavorada gritou até que o espelho se quebrou: — O que está acontecendo? Não me vejo. Uma matéria tem sombra e imagem. O que houve?
Clarisse da Costa é cronista e poetisa em Biguaçu Santa Catarina.
Contato: clarissedacosta81@gmail.com
O ninho da serpente
Para João Carlos Pereira
Parece que a teoria da relatividade foi feita especialmente para aquele lugar. Onde o tempo parece ter vontade própria. Anda de forma rápida quando quer andar. E, às vezes parece que paira no ar, de forma mágica.
Quando Ademar caíra naquele local o tempo andava de forma bem lenta. E ele não via a hora de ver seus entes queridos novamente. E uma simples visita no cárcere onde sua irmã e amigas vieram visitá-lo.
E, era para ser apenas mais uma simples visita, não fosse Marcelo de Sousa Andrade, ou melhor, Marcelinho Serra-fita como era popularmente conhecido dentro e fora de prisão, ao vê-las partirem, ele foi categórico ao dar a ordem para Ademar: — Chama elas de volta! Chama agora! Marcelinho tinha o olhar vil de uma cobra.
A figura do guarda, fortemente armado, postado na guarita de observação, que vigiava os encarcerados, parecia uma figura folclórica, uma mera figura decorativa. Como também o carcereiro que assistia aquela cena, sem nada fazer ou dizer alguma coisa.
Para Ademar, o tempo que pairava no ar, agora o sufocava, porque Marcelinho Serra-fita, quem realmente mandava naquele lugar de angústias e muitas dores. Resolveu, após algumas visitas íntimas, oficializar o seu casamento com a irmã de Ademar. Uma união que Ademar não sabia se comemorava ou maldizia.
Samuel da Costa é contista em Itajaí, Santa Catarina
Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br
Prefiro ser má às vezes
Nem princesa
Nem donzela
Eu sou mulher
Eu tenho direito
De ser má de vez em quando.
De escolher ficar
No meu silêncio.
De ignorar a pessoa.
De ser feliz pelas minhas escolhas.
De ousar viver a vida sozinha.
Crescemos com a sociedade
Nos dando um mundo fantasioso
E romântico,
Onde o homem é o príncipe
E nós mulheres as moças frágeis
Que precisam dele o tempo todo.
Eu tenho as asas do conhecimento
Com elas posso ir para onde eu quiser.
Eu não preciso de coroa,
Nem de rótulos.
Eu só preciso aprender a caminhar sozinha.
Esse lance de ser princesa
Não nos pertence,
O papel da mulher é ser rainha.
Clarisse da Costa é cronista e poetisa em Biguaçu, Santa Catarina. Contato: clarissedacosta81@gmail.com
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domingo, 26 de dezembro de 2021
Re: Sonho de Natal
boa noite, obrigada pelo contato com o Jornal a voz de cavaleiro.
Em seg., 13 de dez. de 2021 às 15:29, Samuel da Costa <samueldeitajai@yahoo.com.br> escreveu:
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