Sara era esposa de Abrão, o qual veio a tornar-se conhecido mundialmente como: “Abraão, o Pai da Fé”. Ela também era sua meio-irmã (naquela época era permitido o casamento de meio-irmãos, ou seja, irmãos por parte apenas de pai ou de mãe) e dez anos mais jovem que ele. Ao nascer ela recebeu o nome de “SARAI”, que em aramaico significa “Contenciosa”, e em hebraico tem o significado de “Princesa”. Abrão casou-se com ela quando morava na cidade de “UR DOS CALDEUS”. Porém, ela demonstrou ser estéril. Enquanto morou em UR não deu filhos a Abrão. Quando tinha 60 anos o acompanhou na mudança para Harã, levando todos os bens e servos do casal. Essa mudança ocorreu pelo fato de Deus ter falado com Abrão e prometido que se ele abandonasse aquela região e a sua parentela, seria abençoado com uma grande porção de terra e com muitos descendentes. Obedecendo a esse chamado de Deus, Abrão mudou-se com Sarai, seus criados, um sobrinho e todos os seus bens para a região de Harã (Gênesis 11.28-30; 17.15-17; 18.11; Isaías 51.2; Romanos 4.19; Hebreus 11.11).
Cinco anos depois, Abrão e Sarai mudaram-se novamente, de Harã para Canaã. Habitaram na região cananita de Siquém, ocuparam toda a região montanhosa ao leste de Betel assim como a sua periferia. Somente saíram da região quando uma grande seca os obrigou a buscar refúgio no Egito (Gênesis 12.1-10). Apesar da idade, Sarai era ainda muito bonita. Isso fazia com que os homens a cobiçassem. Isso também ocorreu no Egito, quando alguns ministros aconselharam ao faraó que a tomassem como concubina. Eles ainda ignoravam que Sarai era esposa de Abrão. Muitos achavam que ela era apenas irmã dele (o que era meio-verdade). Ao saber do interesse do faraó por Sarai, e temendo ser assassinado pelos egípcios, para lhe tomarem a esposa, Abrão pediu-lhe que se identificasse como “sua irmã”. Ela concordou. E assim foi levada ao palácio real, a fim de preparar-se para ser concubina do faraó egípcio. Para isso, ela recebeu do faraó muitos presentes valiosos, além de vários servos. Porém, logo adveio uma grave enfermidade sobre o faraó, que o deixou prostrado. Em princípio, seus médicos, conselheiros e adivinhos não conseguiram detectar a causa da doença. Só algum tempo depois é que descobriram que Sarai era, na verdade, esposa de Abrão. Furioso por ter sido enganado, o faraó devolveu Sarai a Abrão, e o expulsou do Egito, mandando que levasse tudo o que tinha dado a ela, inclusive os servos. Com isso, Abrão saiu do Egito mais rico do que entrara (Gênesis 12.11-20).
Saindo do Egito, Abrão voltou a morar em Canaã. Certa noite ouviu a voz de Deus, que reiterou a promessa que lhe havia feito em UR DOS CALDEUS, e mudou seu nome de Abrão para Abraão, que quer dizer: “Pai duma Multidão” (em aramaico) e “Pai Exaltado” (em hebraico). Mudou também o nome de Sarai para Sara, que significa: “Mãe duma Multidão”.
Anos depois, Abraão resolveu mudar-se para as proximidades das cidades de Cades, Sur e Gerar. Abimeleque, rei de Gerar, ao ver Sara encantou-se por ela, e resolveu tomá-la por concubina, assim como já o fizera o faraó do Egito. Novamente, com medo de ser morto por causa de Sara, Abraão usou da mesma estratégia anterior, e permitiu que sua esposa fosse morar no palácio de Abimeleque. Com o rei aconteceu o mesmo que já acontecera com o faraó do Egito: adoeceu gravemente. Descoberta a causa, Abimeleque expulsou Abraão e sua comitiva das proximidades de Gerar. Porém, gratificou regiamente a Sara pelo tempo que ela tinha servido no palácio, e a Abraão por ter sido privado da esposa nesse período. Deu a ambos muitos bens materiais e vários servos. E, como sinal de que Sara era uma mulher valiosa, honrada e fiel ao esposo, Abimeleque entregou a Abraão mil peças de prata (o equivalente a 2.200 dólares), a título de indenização pelo estorvo do marido (Gênesis 20.1-18).
Mais uma vez, Abraão voltou a morar na região de Canaã. Sara estava inconformada com o fato de ainda não ter gerado um filho. Ela lembrava sempre a Abraão que o motivo de terem deixado UR DOS CALDEUS fora a promessa de Deus, feita a Abraão, de que ele “seria pai duma grande nação”. Já havia se passado quinze anos da promessa. Ela estava com 75 anos e não conseguia engravidar. Chegou a pensar que Deus havia-se esquecido da promessa, a ponto de sugerir que Abraão tomasse a sua serva egípcia (Agar) como concubina, a fim de com ela gerar o “filho da promessa”. Embora relutante no início, Abraão acabou aceitando a proposta, e passou a dormir com Agar. Não demorou muito e Agar engravidou, dando-lhe um filho que se chamou “Ismael”. Porém, este não era o filho prometido por Deus a Abraão e Sara (Gênesis 16.1-16).
Após a ocorrência de muitos percalços por causa dessa “ajudazinha” que Sara quis dar a Deus para recebimento da promessa divina, eis que ela finalmente engravidou, já na idade de 90 anos. E, teve um filho de Abraão, ao qual deu o nome de “Isaque”, que significa “Riso” (em hebraico) e “Sorriso” (em aramaico). Esse era o verdadeiro “filho da promessa divina”. Foi ele quem gerou Esaú e Jacó. Por sua vez, Jacó gerou os doze filhos varãos que seriam os patriarcas das doze tribos de Israel. Um pouco antes de engravidar, Abraão e Sara receberam a visita de três anjos do Senhor, que lhes traziam a mensagem de que Sarah logo engravidaria. Ao ouvir isso, Sara riu, pois não acreditava que pudesse ser mãe com aquela idade. Os anjos a repreenderam por duvidar de Deus, e Sarah ficou muito temerosa. Mas, como sempre, Deus cumpriu a promessa no tempo que lhe aprouve. E, hoje vemos na nação de Israel a marca Deus, que é fiel em todas as Suas promessas.
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