Bar-Jesus era um judeu-grego nascido em Pafos, e que morava na ilha de Chipre. Seu nome era Elimas Bar-Jesus, e atuava como “mágico” naquela região. Também era feiticeiro e falso profeta, que gozava de um grande prestígio junto à corte de Sérgio Paulo, o procônsul romano em Pafos, tendo sido nomeado conselheiro real e sacerdote do “culto de adivinhação”. Na língua grega, o termo “BAR-JESUS” significa “Filho de Jesus”. Ora, JESUS não teve filhos carnais. Portanto, até o sobrenome de Elimas era falso (Atos 13.6).
Assim, com o falso profeta, Bar-Jesus era totalmente contra o Cristianismo, a ponto de caluniar os cristãos, visando prejudicá-los perante o governo romano, a quem servia. Quando Paulo de Tarso, José Barnabé e João Marcos chegaram àquela região, pregando o Evangelho, Bar-Jesus sentiu-se ameaçado em seu poder de influência sobre os habitantes locais. Temeroso de que cessassem ou diminuíssem os seus lucros, passou a atacar verbalmente os três missionários. Assim, quando o procônsul sentiu-se interessado em ouvir a pregação de Paulo, Barjesus demoveu-o do intento, difamando inflexivelmente os três obreiros (Atos 13.7,8).
Numa dessas ocasiões, enquanto Paulo falava para uma multidão, chegou Sérgio Paulo com a sua comitiva. Enquanto Paulo falava, Bar-Jesus buscava desacreditá-lo publicamente. Num certo momento, Paulo olhou fixamente para Bar-Jesus, e falou: __Ó, filho do Diabo! Cheio de todo o engano e de toda a malícia. Inimigo de toda a justiça. Não cessarás de perturbar os caminhos retos do Senhor? Eis aí, pois, agora contra ti a mão do Senhor! Ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo!
No mesmo instante, a escuridão caiu sobre os olhos de Elimas Bar-Jesus, que começou a andar a esmo, buscando quem o guiasse pela mão. Ao ver o ocorrido, o procônsul creu na pregação de Paulo e no poder de DEUS, e naquele momento tornou-se cristão. Depois disso, Paulo deixou Pafos e dirigiu-se à cidade de Perge, na região da Panfília, dando continuidade ao seu ministério (Atos 13.9-3).
Quanto à cidade de PAFOS, localizava-se na costa oeste da ilha de Chipre. Era usada como a sede local do governo romano. Tinha um porto marítimo denominado de BAFO, que ficava a 1,5 km duma cidade chamada CTIMA. Tempos depois (no ano 49 AD) José Barnabé e João Marcos voltaram a visitar aquela região, já sem a companhia de Paulo (Atos 15.36-39).
Já a ILHA DE CHIPRE localizava-se ao nordeste do Mar Mediterrâneo, a 70 km da costa da Cilícia (na Ásia Menor), e a 100 km da costa da Síria. Era a terceira maior ilha do Mediterrâneo, depois da Sicília e da Sardenha. A ilha de Chipre tinha uma área de 160 km de comprimento, por 97 km de largura, e possuía uma faixa estreita de terra que se estendia por 72 km no lado nordeste da ilha. A região sudoeste era montanhosa, e nela eleva-se o Monte Olimpo (ou Monte Tóodos), com 1.951 m de altitude. Antes de chamar-se de Chipre (pelos gregos e pelos romanos) a ilha chamara-se de “QUITIM”. Era famosa por sua riqueza de minerais, principalmente o cobre. Também produzia excelente madeira, principalmente o cipreste, que era muito usado em fabricação de navios e outras embarcações. São famosas as suas exportações de madeira para o reino de Tiro. A palavra portuguesa “COBRE” deriva do termo grego “KY-PROS”, que significa “CHIPRE” (Isaías 23.1-12; Daniel 11.30; Ezequiel 27.2-6).
Antes de tornar-se domínio romano, a ilha de Chipre fora dominada pela Grécia, após a vitória de Alexandre Magno (ou Alexandre, o Grande) na batalha de Isso, em 333 AC. Alexandre a tomou dos medos e dos persas. Com a morte de Alexandre, o grande império grego foi divido entre quatro dos seus generais: Ptolomeu, Cassandro, Lisímaco e Seleuco.
Nessa divisão, a ilha de Chipre coube ao general Ptolomeu, que passou a governar a partir do Egito. Assim, Chipre foi anexada aos domínios egípcios, até que foi conquistada pelos romanos em 58 AC. O missionário José Barnabé (um dos companheiros do apóstolo Paulo) nasceu no Chipre, razão pela qual conhecia tão bem aquela região (Atos 4.36).
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