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E então naquele Domingo
Caiu do manto azul
Entre as folhas das árvores,
Uma chuva mansa.
E as gotas que deitavam
Na terra seca e sedenta,
Lembraram você um dia
Desses me esperando
De guarda chuva na mão,
um sorriso nos lábios...
E uma vontade de te ver
Foi crescendo,
Momentos de nós dois
Iam e vinham
A todo momento,
Arrancando suspiros
De meus lábios,
E aperto do coração...
Tu é a metade da minha felicidade,
Uma fonte de harmonia e paz:
Meu amante de todos os dias
Entre lençóis emaranhados,
E corpos suados...
Nós dois sabemos o que é
Um dia chuvoso em nossas vidas,
O que acontece quando
A chuva cai do telhado;
Dos bichos que nos habitam
E nos deixam agitados;
Só nos dois sabemos como
É o encontro de nossas feras!
Janela fechada, a chuva no telhado,
Nossos cheiros se misturam,
E o gosto de nossos corpos
Roubando a noção do tempo;
E nossos beijos, ah os nossos
Beijos matando a saudade,
O desejo deliciosamente
Líquido do homem e da fêmea...
E quando você tira
A roupa molhada
Se faz meu cobertor
E me aquece por dentro;
Me rouba gemidos incontidos
E gritos Abafados
Pelo prazer de sentir seu toque...
E nossas almas se fundem
Em ternura
Num arco-íris de afeto sem fim;
E é tanto beijo gostoso,
E tanto cheiro cheiroso;
Que nem percebemos que
A chuva mansa a horas
Deixou de cair...
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