Mostrando postagens com marcador artigo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador artigo. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Personagens Bíblicos - Enoque, o primeiro profeta arrebatado


Enoque foi o primeiro profeta arrebatado e está registrado na Bíblia Sagrada, tanto no Velho quanto no Novo Testamento (Gênesis 5.24; Hebreus 11.5). Em hebraico, o termo “Enoque” significa “Treinado e Inaugurado”. Em aramaico significa “Iniciado e Dedicado”. Enoque representou a sétima geração da descendência de Adão e Eva. Enoque era o filho primogênito de Jarede, o qual tinha 162 anos quando o gerou. Depois que gerou Enoque, Jarede viveu mais 800 anos, totalizando uma vida de 962 anos (Gênesis 5.18-20).
Por sua vez, Enoque teve como primeiro filho a Metuselá, que ficou conhecido na História Secular e Universal como Matusalém, o homem que mais viveu na face da terra: 969 anos. Quando Matuselá (ou Matusalém) nasceu, Enoque tinha 65 anos de idade. Depois do nascimento de Matusalém, Enoque viveu mais 300 anos, e foi arrebatado aos Céus, sem passar pela morte física (Gênesis 5.24). Portanto, quando Enoque foi arrebatado, seu pai Jarede ainda era vivo e tinha 527 anos nessa época. A Bíblia registra que Enoque gerou outros filhos (além de Matusalém), porém não informa os seus nomes. Apenas que foram ”filhos e filhas” (Gênesis 5.22).
Matusalém, o filho de Enoque, teve como filho primogênito a Lameque (Gênesis 5.25-27). A razão pela qual Deus arrebatou Enoque foi o fato dele viver numa época de extrema promiscuidade e violência. Como servo de Deus, Enoque profetizou dizendo: “Eis que é vindo o Senhor com milhares de Seus santos, para fazer juízo contra todos e para condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que maldosamente cometeram. E, por todas as duras palavras que os ímpios pecadores disseram contra Ele” (Judas 1.14,15).
Não devemos confundir esse Enoque, o primogênito de Jarede e o primeiro profeta arrebatado, com o Enoque filho de Caim e neto de Adão. Enoque (o filho de Caim e neto de Adão) nasceu na terra da Fuga, depois que Caim matou Abel, seu irmão caçula, e foi expulso das proximidades do Jardim do Éden (Gênesis 4.17,18). Posteriormente, Caim construiu uma cidade na terra da Fuga, ao leste do Jardim do Éden, e lhe deu o nome de “Cidade de Enoque”, em homenagem ao seu filho primogênito (Gênesis 4.17).
Enoque, o primeiro profeta arrebatado, viveu no período antediluviano, ou seja, antes do Dilúvio que inundou toda a face da terra, na época do patriarca Noé. Na verdade, Noé foi bisneto de Enoque, pois era filho de Lameque e neto de Matusalém, que por sua vez era o filho de Enoque (Gênesis 5.25-30).
O termo “Noé”, em hebraico, significa: “Consolo”. E, em aramaico significa “Descanso”. Noé era o sétimo na linhagem de Adão, através de Sete. Nasceu no ano de 2.970 AC, ou seja, 126 anos após a morte de Adão. Após dar-lhe o nome de Noé, o seu pai, Lameque, disse: “__Este nos trará consolo (ou descanso) dos nossos trabalhos e da dor de nossas mãos, que resulta do solo que Deus amaldiçoou” (Gênesis 5.28-31).
O mundo em que Noé vivia estava degenerado. Os anjos caídos (demônios), que haviam sido expulsos dos Céus, juntamente com Lúcifer (Satanás), e lançados no firmamento (céu da terra) pelo arcanjo Miguel, tomaram formas de homens e engravidaram as belas mulheres da terra, gerando filhos que se tornaram verdadeiros gigantes, além de “homens de fama” (Gênesis 6.1-4; Judas 1.6). E assim, toda a raça humana estava ficando a cada dia mais decadente. Então, Deus escolheu o único homem que continuava justo na face da terra, para através dele remir e purificar a humanidade: Noé (Gênesis 6.8, 9, 22).
Deus deu as instruções para que Noé construísse uma arca, para que assim, ele e sua família pudessem ser salvos do dilúvio vindouro. Deus recomendou ainda que Noé separasse algumas espécies de animais, que deveriam ser salvos, para a recuperação da nova fauna terrestre (Gênesis 6.1-22). Então Deus, por meio do dilúvio, destruiu a parte da raça humana que estava corrompida, e através de Noé e de sua família, preservou o fio da vida humana e da vida animal. Noé registrou todos os eventos do período em que esteve no interior Arca (Gênesis 7.11-24; 8.2-14).
A “Arca de Noé” posou, após o dilúvio, no Monte Ararat. Ao sair da Arca, Noé ofereceu um holocausto a Deus, agradecendo pelo grande livramento (Gênesis 8.18-22). E assim, Deus abençoou a Noé e aos seus familiares, e determinou que eles tratassem do repovoamento da terra (Gênesis 1.28; 9.1-7; 10.32). E, como selo da promessa de que jamais voltaria a destruir a terra por meio d’água, com outro dilúvio, Deus colocou um sinal no Céu: o arco-íris, que aparece toda a vez que chove mais fortemente. Com isso, Deus reafirma ao homem que não mais haverá dilúvio sobre a face da terra (Gênesis 9.8-17; Isaías 54.9). Noé viveu 350 anos após o dilúvio. Quando o dilúvio começou, Noé tinha 600 anos, dois meses e 17 anos de vida. Ao todo, Noé viveu 950 anos.

Personagens Bíblicos - Léia, a primeira mulher de Jacó


Léia foi à primeira mulher de Jacó. Ela era a filha mais velha de Labão e tinha uma irmã chamada Raquel. Quando Jacó (fugindo da ira de seu irmão Esaú) refugiou-se em Padã-Harã, na casa de Labão, apaixonou-se por Raquel, e desejou casar-se com ela. Para isso combinou com seu futuro sogro (Labão) que trabalharia para ele durante sete anos, para ter o direito de desposá-la. Labão concordou. Passados os sete anos, na noite de núpcias, Labão enganou Jacó, mandando sua filha Léia substituir a irmã no leito de núpcias. Para isso aproveitou o fato de Jacó estar embriagado, pois Labão providenciara para que ele tomasse bastante vinho durante a festa de casamento. O estratagema deu certo. Como presente de casamento, Labão deu a Léia uma serva chamada Zilpa (Gênesis 29. 1-24).
No dia seguinte, ao descobrir o engodo, Jacó foi falar com Labão, que explicou que agira daquela forma porque naquela terra a irmã mais nova não podia casar-se antes da mais velha. Quando Jacó ameaçou deixar o acampamento sozinho, abandonando a esposa, Labão fez-lhe uma nova proposta: se Jacó trabalhasse mais sete anos para ele, dar-lhe-ia Raquel como a segunda esposa, pois a lei da terra permitia a poligamia. Jacó aceitou e trabalhou para o sogro por mais sete anos. Cumprido o contrato, Jacó casou-se com Raquel, que recebeu do pai, como presente de casamento, uma serva chamada Bila (Gênesis 29.25-31).
Léia deu sete a Jacó, sendo seus varões e uma varoa: 1-Rubem, o primogênito. 2-Simeão. 3-Levi. 4-Judá. 5-Issacar. 6-Zebulom. 7-Diná. Enquanto isso, Raquel era estéril. Para compensar essa esterilidade, Raquel deu a Jacó, como concubina, a sua serva Bila. Esta deu mais dois filhos a Jacó: Dã e Naftali. Vendo que sua irmã Raquel competia com ela través de Bila, Léia também deu para Jacó uma concubina: Zilpa, sua serva. Zilpa deu a Jacó mais dois filhos: Gade e Aser. Porém, anos depois, Raquel deu a Jacó dois filhos: José e Benjamim Benoni. Assim, Jacó teve doze filhos varões, que se tornaram os patriarcas das doze nações de Israel (Gênesis 29.32-30.26). 
Completados os sete anos em que Jacó havia trabalhado para Labão, em troca de sua mulher segunda mulher (Raquel), ele desejou pegar suas mulheres e filhos e sair das terras de Labão. Este não aceitou a idéia e fez uma nova proposta de Jacó continuar trabalhando para ele. Já fazia 14 anos que Jacó trabalhava para labão, e a riqueza deste havia triplicado sob a administração do genro. Assim, Labão propôs que Jacó continuasse o seu trabalho, recebendo como pagamento uma parte dos rebanhos. Assim, Jacó propôs que ele ficasse com todos os animais salpicados, listrados e malhados, incluindo os cordeiros morenos. Os demais animais seriam todos de propriedade de Labão. Este concordou e Jacó fez a separação respectiva, separando o seu rebanho do rebanho do sogro. A parte que lhe coube Jacó entregou aos seus filhos, para administrá-la num pasto a três dias de distância daquele local, no que foi obedecido. Assim, Jacó continuou trabalhando para o sogro (Gênesis 30.27-36).
Com o tempo, o rebanho de Jacó passou a ser mais forte e mais numeroso do que o rebanho do sogro. Sentindo-se enganado, Labão fez anova proposta a Jacó: que fosse invertida a forma de pagamento. Daquela data em diante, todos os animais salpicados, listrados e malhados, incluindo os cordeiros morenos seriam de sua propriedade, enquanto os outros seriam de Jacó. Este aceitou a nova proposta do sogro. Porém, mas a situação continuou a mesma. Logo as crias de Jacó (as brancas e lisas) tornaram-se mais fortes e mais numerosas do que as salpicadas, listradas e malhadas, incluindo os cordeiros morenos. Assim, durante seis anos, Labão esteve trocando por dez vezes as propostas a Jacó, e este as aceitando. Porém, o que fazia Labão trocar as propostas de pagamento era justamente o seu insucesso em levar vantagem sobre o genro, que sempre levava a melhor nas negociações com o sogro. Assim, percebendo que jamais conseguiria satisfazer à cobiça do sogro, que passou a invejá-lo por causa de sua prosperidade, Jacó resolveu finalmente pegar suas mulheres, seus filhos, seus servos e seus rebanhos e sair de Padã-Harã, retornando para Canaã. E assim foi feito (Gênesis 30.37-31-21).

Personagens Bíblicos - Jacó, o Pai duma Nação


Jacó era filho de Isaque e de Rebeca. Ele tinha um irmão gêmeo chamado Esaú, que se tornou o patriarca dos edomitas e dos palestinos. Por sua vez, Isaque, o pai de Jacó e de Esaú, era filho do Abraão e de Sarah. Isaque tinha um irmão chamado Ismael, 13 anos mais velho do que ele, que seu pai Abraão teve com uma escrava egípcia chamada Agar. Ismael tornou-se o patriarca de todas as nações árabes. Tudo isso em decorrência da promessa que Deus fez a Abraão, de que ele seria o patriarca de “uma grande nação” (Gênesis 12.1-3; 17.1-8).
Israel foi o nome que Deus deu a Jacó, quando este tinha 97 anos de idade. Tal fato ocorreu quando Jacó voltava com a sua família, os seus servos e os seus rebanhos para a região de Canaã, de onde saíra 20 anos atrás. E, depois de ter lutado com o Anjo do Senhor, após cruzar o vale da torrente de Jaboque, indo ao encontro de seu irmão Esaú. Devido a grande persistência de Jacó na luta, Deus mudou o seu nome para Israel, que em hebraico significa “Contendor com Deus” e em aramaico significa “Persistente com Deus”. Foi uma boa troca para ele, pois o nome “Jacó” em hebraico significa “Usurpador”. E, em aramaico significa “Suplantador” (Gênesis 32.22-28).
Tempos depois, em Betel, Deus voltou a confirmar essa mudança do nome de Jacó para Israel. Dessa época em diante, tanto Jacó quanto a nação que descendeu dele passaram a ser chamados de Israel. E, esse nome estendeu-se a todos os nativos dessa nação, que são hoje conhecidos como “israelitas” (Gênesis 35.10,15; 50.2; 1º Crônicas 1.34; Êxodo 5.1,2).
Assim, coletivamente, todos os descendentes de Jacó, em qualquer período da História Secular e Universal são conhecidos como “israelitas”. Mas, também são conhecidos como judeus; hebreus; Israel; filhos de Israel; casa de Israel; povo de Israel e Estado de Israel (Gênesis 32.32; Êxodo 9.4; Josué 3.7, Esdras 2.2; Mateus 10.6; Atos 4.10; 5.35; Efésios 2.12; Romanos 9.4).
No ano de 1.728 AC uma grande fome na região de Canaã fez com que Jacó, seus familiares e seus servos fossem morar no Egito, a convite de seu filho José (Zafenate-Panéia), que era o administrador de alimentos daquela nação. Nessa época, Jacó já tinha 12 filhos varões. Cada um deles seria o patriarca de uma das 12 tribos da nação de Israel. A descendência de Jacó viria a se multiplicar no Egito, de onde sairia o povo israelita. Em seu leito de morte, o patriarca Jacó abençoou os seus 12 filhos varões, na seguinte ordem: 1-Rubem. 2-Simeão. 3-Levi. 4-Judá. 5-Zebulom. 6-Issacar. 7-Dã. 8-Gade. 9-Aser. 10-Naftalí. 11-José. 12-Benjamim. São esses os integrantes da primeira lista das tribos de Israel (Gênesis 47.1-12; 49.2-28).
A nação de Israel começou a ser reconhecida como tal depois de 430 anos habitando no Egito. Primeiramente, como convidados de faraó, por intermédio de Zafenate-Panéia, o governador de alimentos do Egito, que na verdade era José, o 11º filho de Jacó, e que tinha como mãe a Raquel, a esposa preferida de seu pai. Depois, como cativos no Egito.
Com o passar dos anos e com a fertilidade dos israelitas, o seu número foi se tornando maior do que o número de habitantes egípcios. Isso fez com que os nobres egípcios levassem ao faraó a idéia de exterminar e de escravizar os israelitas, para que eles não se tornassem mais fortes do que os egípcios e passassem a dominá-los. Eles temiam ainda que, no caso de haver uma guerra entre o Egito e uma nação vizinha, e os israelitas se aliassem aos seus inimigos, certamente que o Egito seria dominado. Assim, o Egito passou a escravizar e a exterminar gradativamente os israelitas, até que no ano de 1.298 AC, Deus comissionou a Moisés, o grande legislador, para libertar os hebreus do cativeiro egípcio.
A Bíblia Sagrada nos traz, pelo menos, oito listas das 12 tribos de Israel, originárias dos 12 filhos varões do patriarca Jacó, a saber: 1-Gênesis 35.22-27; 2-Gênesis 46.8-27; 3-Gênesis 49.3-27; 4-Êxodo 1.1-6; 5-Números 1.5-17; 6-Números 13.4-16; 7-Ezequiel 48.1-27; 8-Apocalipse 7.4-8.
Na oitava lista, em Apocalipse 7.4-8, as 12 tribos de Israel são: 1-Judá (v.5). 2-Rubem (v.5). 3-Gade (v.5). 4-Aser (v.6). 5-Naftalí (v.6). 6-Manassés (v.6). 7-Simeão (v.7). 8-Levi (v.7). 9-Issacar (v.7). 10-Zebulom (v.8). 11-José (v.8). 12-Benjamim (v.8). 
A tribo de Dã, embora constante das sete primeiras listas, foi excluída da oitava desde o Êxodo, por ser uma tribo muito desobediente a Moisés. Dela foi profetizado que sairia o Anticristo. Mas, Deus prometeu que depois da Batalha do Armagedom, após a morte do Anticristo, no Milênio, Ele restauraria a tribo de Dã (Gênesis 49.17; Ezequiel 48.1).
A tribo de Efraim, embora também conste nas sete primeiras listas, também foi excluída da última lista, em razão da idolatria do seu povo. Além da idolatria, a tribo de Efraim misturou-se com outros povos. Portanto, em razão de seus pecados, a tribo de Efraim acabou por ficar fora da última lista. No entanto, pela misericórdia de Deus, a tribo de Efraim também será restaurada, logo após a Batalha do Armagedom, no Milênio (Oséias 4.17; 9.11; 13.1; Ezequiel 48.5,6).
Na última lista, as tribos e Efraim e de Dã foram substituídas pelas tribos de José e de Levi. José substituiu a Efraim e Levi substituiu a Dã, respectivamente. A tribo dos levitas foi à tribo dos sacerdotes. O profeta Moisés descendeu da tribo de Levi. Ainda uma última observação: na sétima lista (Ezequiel 48.1-27), os nomes de Levi (os levitas) e de José (vendido no Egito) foram substituídos pelos nomes de Manassés e de Efraim, seus filhos. Mas, na última lista esses nomes reaparecem (Apocalipse 7.4-8).
Depois de libertados por Moisés, os hebreus vagaram por 40 anos no deserto, até que começaram a se instalar na Terra Prometida. Nessa época, a nação era dirigida diretamente por Deus, através de um profeta designado por ELE, que também servia como juiz do povo. O primeiro profeta de Deus e juiz de Israel foi Moisés e o último foi Samuel. Mas, o povo de Israel desejava ser “igual às outras nações da terra, que tinham um rei sobre si”. Assim atendendo ao pedido o povo israelita, Deus mandou que o profeta Samuel ungisse a Saul (filho de Cis) como o primeiro rei de Israel.

Personagens Bíblicos - Noé, o segundo repovoador da Terra


O termo “Noé”, em hebraico, significa: “Consolo”. E, em aramaico significa “Descanso”. Noé era filho de Lameque, e o sétimo na linhagem de Adão, através de Sete. Nasceu no ano de 2.970 AC, ou seja, 126 anos após a morte de Adão. Após dar-lhe o nome de Noé, o seu pai, Lameque, disse: “__Este nos trará consolo (ou descanso) dos nossos trabalhos e da dor de nossas mãos, que resulta do solo que Deus amaldiçoou” (Gênesis 5.28-31). O mundo em que Noé vivia estava degenerado. Os anjos caídos (demônios), que haviam sido expulsos dos Céus, juntamente com Lúcifer (Satanás), e lançados no firmamento (céu da terra) pelo arcanjo Miguel, tomaram formas de homens e engravidaram as belas mulheres da terra, gerando filhos que se tornaram verdadeiros gigantes, além de “homens de fama” (Gênesis 6.1-4; Judas 1.6).
E assim, toda a raça humana estava ficando a cada dia mais decadente. Então, Deus escolheu o único homem que continuava justo na face da terra, para através dele remir e purificar a humanidade: Noé (Gênesis 6.8,9, 22). Deus estabeleceu um tempo para destruir a raça humana, através do dilúvio (Gênesis 6.3). 20 anos depois, nasceu Jafé, o primeiro filho de Noé, no ano de 2.470 AC. Dois anos depois, em 2.468 AC, nasceu-lhe o segundo filho: Sem. Tempos depois, nasceu lhe o terceiro filho, Cão. Noé tinha mais de 500 (quinhentos) anos, quando gerou seu primeiro filho (Gênesis 5.32). Esses três filhos já eram adultos e casados, quando se deu o dilúvio na terra.
Deus deu as instruções para que Noé construísse uma arca, para que ele e sua família pudessem ser salvos do dilúvio vindouro. Deus recomendou ainda que Noé separasse algumas espécies de animais de animais, que deveriam ser salvos, para a recuperação da nova fauna terrestre (Gênesis 6.1-22). Assim, enquanto Noé e seus familiares construíam a Arca, Noé pregava aos habitantes da terra sobre o futuro dilúvio, exortando-os ao arrependimento, para que assim pudessem entrar na Arca e salvar as suas vidas. Porém, o povo não acreditou em Noé e em suas palavras. E, zombavam dele e de sua família (Gênesis 7.1-16; Hebreus 11.7; 12.1).
Então, sete dias antes das águas do dilúvio começar a cair, Deus mandou que Noé colocasse dentro da Arca os seus familiares e os animais escolhidos, e lacrou toda a Arca. E assim, choveu por 40 dias e por 40 noites sobre toda a terra (Gênesis 7.1-16; Lucas 17.27). Então Deus, por meio do dilúvio, destruiu a parte da raça humana que estava corrompida, e através de Noé e de sua família, preservou o fio da vida humana e da vida animal. Noé registrou todos os eventos do período em que esteve no interior Arca (Gênesis 7.11-24; 8.2-14). A “Arca de Noé” posou, após o dilúvio, no Monte Ararat. Ao sair da Arca, Noé ofereceu um holocausto a Deus, agradecendo pelo grande livramento (Gênesis 8.18-22). E assim, Deus abençoou a Noé e aos seus familiares, e determinou que eles tratassem do repovoamento da terra (Gênesis 1.28; 9.1-7; 10.32).
E, como selo uma promessa de que jamais voltaria a destruir a terra por meio d’água, com outro dilúvio, Deus colocou um sinal no Céu: o arco-íris, que aparece toda a vez que chove mais fortemente. Com isso, Deus reafirma ao homem que não mais haverá dilúvio sobre a face da terra (Gênesis 9.8-17; Isaías 54.9). Noé viveu 350 anos após o dilúvio. Quando o dilúvio começou, Noé tinha 600 anos, dois meses e 17 anos de vida.
Então, após o dilúvio, Noé plantou uma vinha. E dela extraiu vinho. E depois, embebedou-se com o vinho que fabricara. E com isso, aconteceu o primeiro pecado após o dilúvio. Com a sua bebedeira, Noé ficou sem roupa. E, embriagado, adormeceu em sua tenda. Então, houve um ato de desrespeito a ele por parte de seu neto Canaã, filho de Cão, seu terceiro filho. Ao perceber o ato de desrespeito de seu filho Canaã para com o seu avô Noé, Cão, o “filho mais moço”, foi contar o que acontecera aos seus dois irmãos mais velhos: Sem e Jafé. Não há registro na Bíblia de que Cão tenha aplicado alguma reprimenda em seu filho Canaã, pelo desrespeito ao avô. O relato bíblico leva-nos a crer que Cão foi apenas relatar o fato aos dois outros irmãos, Sem e Jafé, que tomaram de uma capa e foram cobrir o pai adormecido no leito, procurando não lhe ver a nudez (Gênesis 9.20-23).
Ao acordar, Noé ficou sabendo dos fatos, e amaldiçoou o seu neto Canaã, pelo desrespeito praticado, assim como abençoou a Sem e Jafé, por tê-lo coberto, da seguinte forma: “Maldito seja; Canaã! Servo dos servos seja aos seus irmãos. E, bendito seja o Senhor de Sem, e seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem, e seja-lhe Canaã por servo” (Gênesis 9.24-27). E, essa maldição realmente teve efeito, o que demonstra que tanto bênçãos quanto maldições proferidas por nossos pais, seguramente funcionam. Canaã tornou-se o patriarca de todas as raças africanas, de cor negra, as quais se tornaram escravas em toda a face da terra. Ao todo, Noé viveu 950 anos.

Personagens Bíblicos - Agar, a serva egípcia


Agar era uma serva egípcia que foi dada a Sara (esposa de Abraão), pelo faraó do Egito, quando esta morava no palácio real. Tempos depois, ao descobrir que Sara era a esposa de Abraão, e não irmã deste (conforme fora informado), faraó a expulsou do palácio e do Egito, permitindo que ela levasse tudo o ele lhe havia dado. Sara levou Agar consigo, juntamente com os outros criados. Assim, Abraão conduziu sua comitiva para a região de Canaã.
Passados alguns anos, Sara começou a ficar impaciente por não ver cumprir-se a promessa de Deus, de que ela teria um filho com seu esposo Abraão. Ela continuava estéril. Em razão disso, Sara pediu que Abraão passasse a dormir com Agar, até que esta engravidasse. E, quando ela tivesse o filho de Abraão, Sara o criaria como se fosse seu, tentando dessa forma “dar uma ajudazinha para o cumprimento da promessa de Deus”.
Embora a contragosto, Abraão concordou com Sara e adotou Agar como concubina. Meses depois ela engravidou. Com a gravidez, Agar passou a menosprezar a sua ama Sara, humilhando-a por causa de sua esterilidade. Aborrecida com a atitude de Agar, Sara foi reclamar a Abraão, que lhe deu plena liberdade para agir com Agar da maneira que lhe aprouvesse. Assim, Sara passou a maltratá-la, a ponto de Agar fugir (grávida e sozinha) para o deserto, a fim de livrar-se das perseguições de sua ama. Cansada, com sede e fome, Agar foi refugiar-se numa fonte chamada de “Laai-Roi”, localizada entre Cades e Berede, a caminho de Sur. Desesperada, clamou a Deus por socorro. Deus enviou um anjo para confortá-la. O anjo aconselhou que ela voltasse para o acampamento de Abraão, pedisse perdão à sua ama pelas suas atitudes, e mudasse o seu comportamento para com ela. Após, o anjo informou que ela teria um filho, a quem daria o nome de “Ismael”, e que seria o patriarca duma grande nação, por ser da descendência de Abraão (Gênesis 16.1-16).
Assim fez Agar. Foi perdoada por Sara e voltou ao convívio normal no acampamento de onde fugira. Quando seu filho nasceu, recebeu o nome de Ismael. A palavra “Ismael” em hebraico significa “Deus escuta!”. E, em aramaico significa “Deus ouve!”. Ismael nasceu no ano de 1.932 AC. Seu pai Abraão tinha 86 anos nessa época (Gênesis 16.1-4; 11-16).
Treze anos depois do nascimento de Ismael, nasceu Isaque, filho de Sara com Abraão. Quando Isaque completou cinco anos, seu pai deu um grande banquete, para comemorar a desmama do filho legítimo. Então, Sara percebeu que Ismael (já com 18 anos), caçoava do irmão caçula. Irritada com o fato, Sara pediu que Abraão expulsasse Agar e seu filho do acampamento, mandando-os para o deserto. Embora apreensivo com o futuro dos dois, Abraão atendeu ao pedido da Sara e despediu mãe e filho. Deu-lhes pão e um odre de água e os mandou para o deserto de Berseba (Gênesis 21.8-14).
Depois de vagar por vários dias pelo deserto, Agar ficou desesperada quando acabou o pão e a água. Quase desfalecendo de fome e sede, encaminhou-se com o filho para debaixo de um arbusto, e clamou a Deus por misericórdia (Gênesis 21.14-16). 
Logo apareceu um anjo do Senhor que disse para Agar e seu filho não temerem, pois Deus seria com eles. O anjo informou que Agar veria seu filho tornar-se líder de uma grande nação, pois ele seria um grande guerreiro. Em seguida, o anjo mostrou aos dois um poço d’água, oculto pelos arbustos, de onde eles beberam e encheram o odre com aquela água cristalina. Após, caminharam até a região de Parã, nas proximidades do Egito, onde se instalaram. Com o tempo, Ismael tornou-se um grande arqueiro, e casou-se com uma jovem egípcia, que lhe deu vários filhos. E Agar, sua mãe, tornou-se uma senhora da alta sociedade egípcia (Gênesis 21.17-21).
Com o tempo, Ismael tornou-se o governador da região de Parã, e seus filhos tornaram-se líderes de várias tribos, que hoje formam as nações árabes. Em Ismael também se cumpriu a promessa de Deus a Abraão, de que “a sua descendência tornar-se-ia uma grande nação, tão numerosa quanto às estrelas do céu” – (Gênesis 15.5).
Assim como Jacó (seu sobrinho, filho de seu irmão Isaque), Ismael gerou doze varões, que se tornaram patriarcas das doze tribos “ismaelitas”. Os árabes são descendentes diretos dos ismaelitas. Os doze filhos de Ismael que geraram essas tribos foram: 1-Nabaiote (o primogênito). 2-Quedar. 3-Adbeel. 4-Mibsão. 5-Misma. 6-Dumá. 7-Massá. 8-Hadar. 9-Tema. 10-Jetur. 11-Nafis. 12-Quedemá. Os ismaelitas habitaram toda a região de Havilá, Sur, e uma parte de Assur (que tempos depois veio a tornar-se a Assíria). Ismael morreu com 136 anos, e foi enterrrado com grandes homenagens pelo seu povo (Gênesis 25.12-18).

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Personagens Bíblicos – Sara, a mãe duma multidão


Sara era esposa de Abrão, o qual veio a tornar-se conhecido mundialmente como: “Abraão, o Pai da Fé”. Ela também era sua meio-irmã (naquela época era permitido o casamento de meio-irmãos, ou seja, irmãos por parte apenas de pai ou de mãe) e dez anos mais jovem que ele. Ao nascer ela recebeu o nome de “SARAI”, que em aramaico significa “Contenciosa”, e em hebraico tem o significado de “Princesa”. Abrão casou-se com ela quando morava na cidade de “UR DOS CALDEUS”. Porém, ela demonstrou ser estéril. Enquanto morou em UR não deu filhos a Abrão. Quando tinha 60 anos o acompanhou na mudança para Harã, levando todos os bens e servos do casal. Essa mudança ocorreu pelo fato de Deus ter falado com Abrão e prometido que se ele abandonasse aquela região e a sua parentela, seria abençoado com uma grande porção de terra e com muitos descendentes. Obedecendo a esse chamado de Deus, Abrão mudou-se com Sarai, seus criados, um sobrinho e todos os seus bens para a região de Harã (Gênesis 11.28-30; 17.15-17; 18.11; Isaías 51.2; Romanos 4.19; Hebreus 11.11).
Cinco anos depois, Abrão e Sarai mudaram-se novamente, de Harã para Canaã. Habitaram na região cananita de Siquém, ocuparam toda a região montanhosa ao leste de Betel assim como a sua periferia. Somente saíram da região quando uma grande seca os obrigou a buscar refúgio no Egito (Gênesis 12.1-10). Apesar da idade, Sarai era ainda muito bonita. Isso fazia com que os homens a cobiçassem. Isso também ocorreu no Egito, quando alguns ministros aconselharam ao faraó que a tomassem como concubina. Eles ainda ignoravam que Sarai era esposa de Abrão. Muitos achavam que ela era apenas irmã dele (o que era meio-verdade). Ao saber do interesse do faraó por Sarai, e temendo ser assassinado pelos egípcios, para lhe tomarem a esposa, Abrão pediu-lhe que se identificasse como “sua irmã”. Ela concordou. E assim foi levada ao palácio real, a fim de preparar-se para ser concubina do faraó egípcio. Para isso, ela recebeu do faraó muitos presentes valiosos, além de vários servos. Porém, logo adveio uma grave enfermidade sobre o faraó, que o deixou prostrado. Em princípio, seus médicos, conselheiros e adivinhos não conseguiram detectar a causa da doença. Só algum tempo depois é que descobriram que Sarai era, na verdade, esposa de Abrão. Furioso por ter sido enganado, o faraó devolveu Sarai a Abrão, e o expulsou do Egito, mandando que levasse tudo o que tinha dado a ela, inclusive os servos. Com isso, Abrão saiu do Egito mais rico do que entrara (Gênesis 12.11-20).
Saindo do Egito, Abrão voltou a morar em Canaã. Certa noite ouviu a voz de Deus, que reiterou a promessa que lhe havia feito em UR DOS CALDEUS, e mudou seu nome de Abrão para Abraão, que quer dizer: “Pai duma Multidão” (em aramaico) e “Pai Exaltado” (em hebraico). Mudou também o nome de Sarai para Sara, que significa: “Mãe duma Multidão”. 
Anos depois, Abraão resolveu mudar-se para as proximidades das cidades de Cades, Sur e Gerar. Abimeleque, rei de Gerar, ao ver Sara encantou-se por ela, e resolveu tomá-la por concubina, assim como já o fizera o faraó do Egito. Novamente, com medo de ser morto por causa de Sara, Abraão usou da mesma estratégia anterior, e permitiu que sua esposa fosse morar no palácio de Abimeleque. Com o rei aconteceu o mesmo que já acontecera com o faraó do Egito: adoeceu gravemente. Descoberta a causa, Abimeleque expulsou Abraão e sua comitiva das proximidades de Gerar. Porém, gratificou regiamente a Sara pelo tempo que ela tinha servido no palácio, e a Abraão por ter sido privado da esposa nesse período. Deu a ambos muitos bens materiais e vários servos. E, como sinal de que Sara era uma mulher valiosa, honrada e fiel ao esposo, Abimeleque entregou a Abraão mil peças de prata (o equivalente a 2.200 dólares), a título de indenização pelo estorvo do marido (Gênesis 20.1-18).
Mais uma vez, Abraão voltou a morar na região de Canaã. Sara estava inconformada com o fato de ainda não ter gerado um filho. Ela lembrava sempre a Abraão que o motivo de terem deixado UR DOS CALDEUS fora a promessa de Deus, feita a Abraão, de que ele “seria pai duma grande nação”. Já havia se passado quinze anos da promessa. Ela estava com 75 anos e não conseguia engravidar. Chegou a pensar que Deus havia-se esquecido da promessa, a ponto de sugerir que Abraão tomasse a sua serva egípcia (Agar) como concubina, a fim de com ela gerar o “filho da promessa”. Embora relutante no início, Abraão acabou aceitando a proposta, e passou a dormir com Agar. Não demorou muito e Agar engravidou, dando-lhe um filho que se chamou “Ismael”. Porém, este não era o filho prometido por Deus a Abraão e Sara (Gênesis 16.1-16).
Após a ocorrência de muitos percalços por causa dessa “ajudazinha” que Sara quis dar a Deus para recebimento da promessa divina, eis que ela finalmente engravidou, já na idade de 90 anos. E, teve um filho de Abraão, ao qual deu o nome de “Isaque”, que significa “Riso” (em hebraico) e “Sorriso” (em aramaico). Esse era o verdadeiro “filho da promessa divina”. Foi ele quem gerou Esaú e Jacó. Por sua vez, Jacó gerou os doze filhos varãos que seriam os patriarcas das doze tribos de Israel. Um pouco antes de engravidar, Abraão e Sara receberam a visita de três anjos do Senhor, que lhes traziam a mensagem de que Sarah logo engravidaria. Ao ouvir isso, Sara riu, pois não acreditava que pudesse ser mãe com aquela idade. Os anjos a repreenderam por duvidar de Deus, e Sarah ficou muito temerosa. Mas, como sempre, Deus cumpriu a promessa no tempo que lhe aprouve. E, hoje vemos na nação de Israel a marca Deus, que é fiel em todas as Suas promessas.

Personagens Bíblicos – Abraão, o pai da fé


Abraão era filho de Tera, um descendente da tribo de Sem (filho de Noé). Ele nasceu 352 anos após o dilúvio, ou seja, no ano 2.018 AC. Tinha dois irmãos: Naor e Arã. Abraão nasceu na cidade de “Ur dos Caldeus”, quando seu pai tinha 130 anos de idade. Ali viveram até que Abraão e seus irmãos alcançassem a maioridade e se casassem com mulheres daquela terra. Arã foi o primeiro a casar-se, e gerou um homem e duas mulheres: Ló, Milca e Iscá. Mas, Arã veio a falecer enquanto seu pai ainda era vivo. Anos depois, Abraão casou-se com Sara. E, Naor casou com Milca (sua sobrinha, filha de Arã). Com o passar dos anos, Tera resolveu mudar-se com sua família para Canaã, e assim o fez. Então fixou residência em Harã, uma cidade da região de Canaã. Ao todo, Tera viveu 230 anos, vindo a morrer em Harã, onde foi sepultado (Gênesis 11.26-32).
Ur dos Caldeus (a cidade natal de Abraão) era uma próspera metrópole situada na confluência dos rios Tigre e Eufrates. Era localizada a sudoeste, e distante 240 km de Babel ou Babilônia (cidade construída por Ninrode, que ficou famosa pela inacabada Torre de Babel). Na época de Abraão, Ur estava mergulhada na mais completa idolatria. Sua população adorava ao deus pagão SIN (que significava “deus-lua”), que era o padroeiro da cidade (Josué 24.2-4). 
Pouco tempo depois da morte de Tera, Abraão foi chamado por Deus para deixar aquela localidade e toda a sua parentela, e mudar-se para uma terra distante, que Deus a daria a ele e aos seus descendentes. Na época, Abraão tinha 75 anos de idade, e não tinha filhos, pois sua mulher (Sara) era estéril. Assim, Abraão se fez acompanhar da mulher e de toda a sua criadagem, além dos seus rebanhos, para empreender essa longa viagem. O seu sobrinho Ló decidiu acompanhá-lo. Reuniu os seus bens materiais, chamou sua mulher, os seus criados e se juntou à comitiva de Abraão. Assim, partiram em direção à região de Siquém, onde habitavam os cananitas. Ali, depois de uma longa jornada, a comitiva acampou nas proximidades dum carvalho, num lugar denominado Moré (Gênesis 11.30; 12.1-6).
Enquanto estava acampado em Moré, Deus apareceu a Abraão e lhe disse que aquela terra em que pisava já fazia parte da sua futura possessão. Em agradecimento ao aparecimento de Deus e à sua promessa, Abraão edificou ali um altar e rendeu graças ao Senhor (Gênesis 11.7). Em seguida, partiu com a sua comitiva em direção a uma montanha localizada ao oriente de Betel e ao ocidente de Aí, cidades localizadas ao sul do Egito (Gênesis 11.8,9).
Tempos depois, começou a reinar fome naquela região. Abraão decidiu ir com sua comitiva para o Egito, onde havia muita fartura. Ali chegando, percebeu que a sua mulher atraía a atenção dos homens da terra, em razão de sua grande formosura. Assustado com o fato, e temeroso de ser morto pelos egípcios, por causa de sua mulher, Abraão orientou Sara a não revelar o fato de ser sua esposa, e que dissesse ser sua irmã, no que foi atendido. A esse pedido de Abraão a Sara, podemos dizer que houve uma “meia-mentira” ou “meia-verdade” (como se isso fosse possível, pois mentira é sempre mentira, quer seja ela grande ou pequena), vez que Sara era meio-irmã de Abraão. Entre os homens que se encantaram com a beleza de Sara, estava o faraó do Egito. Assim, este se tornou amigo de Abraão, e lhe deu muitas vacas, ovelhas, camelos, jumentos, servos (homens e mulheres) para que ele permitisse que sua “irmã” fosse morar no palácio real, aonde faraó pretendia tomá-la por concubina. Abraão atendeu-lhe o pedido. Porém, antes que faraó tocasse em Sara, foi acometido por uma grave enfermidade, que o deixou prostrado numa cama. Numa busca desesperada em saber o que lhe havia causado tal enfermidade, faraó veio a descobrir que Abraão lhe mentira, e que Sara era, na verdade, esposa do mesmo. Indignado, faraó mandou chamar Abraão, e depois de ter-lhe aplicado uma descompostura verbal pela mentira, devolveu-lha a mulher e mandou que fosse embora do Egito, levando tudo o que lhe dera. Assim, Abraão recuperou Sara e saiu do Egito mais rico do que entrara (Gênesis 12.10-20).
Depois de longa caminhada e muitos acontecimentos (descritos em Gênesis 13.1-14.17), Abraão chegou à cidade de Salém, cujo rei era Melquisedeque. Além de rei, Melquisedeque era um sacerdote do Deus Altíssimo. Em razão disso, Abraão entregou a Melquisedeque o dízimo de tudo o que possuía (Gênesis 14.18-24). Não demorou muito, e mais uma vez Deus falou com Abraão, deste feita prometendo-lhe um filho (Gênesis 15.1-21). Porém, com o passar dos anos, Sara (mulher de Abraão) começou a ficar ansiosa, pois já estava idosa e não dava sinais de gravidez. Chegou a pensar que Deus havia esquecido a promessa feita a ela e seu marido. Então, querendo dar uma “ajuda a Deus”, ofereceu a Abraão a sua serva Agar, para que este a engravidasse, e assim ela teria “o filho prometido” através de sua escrava egípcia. Assim, Abraão e Agar geraram a Ismael (Gênesis 16.1-15). Ao final, a experiência demonstrou ser desastrosa, pois tempos depois Abraão foi obrigado a expulsar Agar e Ismael do meio do seu povo. E, como se não bastasse, ao crescer, Ismael tornou-se o patriarca de todas as nações árabes, que são os maiores inimigos dos israelitas (descendentes de Isaque e Jacó).
Porém, no momento oportuno, Deus cumpriu a promessa feita a Abraão e a Sara, que geraram Isaque. Este, por sua vez, gerou Esaú (Edom) e Jacó. Esaú gerou os edomitas. Dele saíram os “sheiks” e “xeques” das muitas nações orientais. E, Jacó gerou os israelitas, através dos seus doze filhos: Rubem, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, Dã, Naftali, Gade, Aser, José e Benjamim (Gênesis 29.32-30.24; 35.16-19).
Depois da morte de Sara, Abraão casou com Quetura, que lhe deu seis filhos: Zinrã, Jocsã, Medã, Midã, Isbaque e Suá. Esses foram os ancestrais de vários povos ao norte da Arábia, que moravam ao sul e ao leste da Palestina (Gênesis 25.1-4). 
Desta forma, Abraão tornou-se dono de vasta extensão de terra no hemisfério oriental, e teve oito filhos que fizeram com que a sua descendência se tornasse tão numerosa, que é praticamente impossível contá-la nos dias de hoje. E, Deus cumpriu todas as promessas que fez a ele, que ficou conhecido mundialmente como “O Pai da Fé”. Isso nos mostra que Deus é fiel em suas promessas e que vale à pena ao homem NELE depositar toda a sua fé.

Ramsés II, o Faraó do Egito


Ramsés II era filho do faraó Seti I e da rainha Tuya. Ele era o faraó do Egito na ocasião em que Moisés (o Grande Legislador) liderou a libertação dos hebreus do cativeiro egípcio. Viveu 90 anos e reinou por 67 (de 1.279 a 1.213 AC). Também ficou conhecido como “Ramsés, o Grande”, pois foi o faraó mais poderoso do Egito, o que reinou mais tempo e viveu mais do que os outros faraós. Teve sete esposas: 1-Nefertari (a rainha); 2-Isitnefert; 3-Maathomeferurê; 4-Meritamom; 5-Bentanath; 6-Nebettawy; 7-Henumitirê. E dez filhos varões: 1-Amenófis-Amenoteph (o primogênito); 2-Amen-herkhepeshef; 3-Ramsés III; 4-Paraherwenemef; 5-Khaemuaset; 6-Merneptá; 7-Meryatum; 8-Bentanath; 9-Meritamon; 10-Nebettawy. Além dessas esposas oficiais, teve várias concubinas, e muitos outros filhos varãos e varoas. Dizem os egiptólogos que ele deixou cerca de 200 filhos.
Originariamente, Ramsés II não era de origem nobre. Porém, foi o terceiro rei da XIX dinastia egípcia, que teve início com seu avô Ramsés (I), que foi general do faraó Horemheb (o último rei da XVIII dinastia), que o nomeou seu sucessor, com o título de Ramsés I. Depois veio Seti I (o segundo na sucessão), e Ramsés II (o terceiro). Seu sucessor foi Merneptá (o sexto filho), em razão da morte prematura dos cinco primeiros. Amenófis (o primogênito) morreu por ocasião da décima praga lançado por DEUS sobre o Egito: “a morte dos primogênitos”.
A rainha Nefertari casara com Ramsés II dez anos antes da morte do sogro: Seti I. Deu-lhe seis filhos: Amenófis, mais dois varões e três varoas. Ela morreu no 24º ano do reinado do marido, e foi enterrada num suntuoso túmulo no “Vale das Rainhas”. Era a esposa preferida do rei.
Durante o seu reinado, Ramsés II empreendeu várias campanhas militares. Na época, seus principais inimigos foram os hititas (turcos), os sírios, os palestinos, os cananeus e os fenícios. Destes, os inimigos mais ferrenhos eram os hititas (Turquia). Ramsés II venceu a todos e instalou a paz no Egito e nas nações circunvizinhas, que durou cerca de 50 anos (até a sua morte). Na área cultural, Ramsés II foi o faraó que mais mandou construir monumentos majestosos. Deve-se a ele o velho adágio popular de: “obras faraônicas”. Mandou construir uma nova capital para o Egito, ao qual deu o nome de “PI-RAMSÉS” (ou “PER-RAMSÉS”), que significa “Casa de Ramsés”.
No entanto, a maior batalha enfrentada por esse faraó foi contra os hebreus. Não se tratou duma batalha campal, com uso de armas ou de guerreiros. Foi uma batalha espiritual, com sérios reflexos no campo material. Todos os egípcios sofreram terrivelmente com as dez pragas lançadas por DEUS sobre a nação por DEUS, em consequência de Ramsés II não atender ao pedido de Moisés para que libertasse os hebreus do cativeiro. É interessante observar que os descendentes de Jacó passaram a ser conhecidos mundialmente como “hebreus” a partir do Egito. Na língua egípcia o termo “hebreu” significa “povo dalém do Jordão”. Como os hebreus eram “estrangeiros” no Egito, receberam essa denominação, que perdurou ao longo dos séculos.
Retrocedendo no tempo, à época do nascimento de Moisés (o Grande Legislador) no Egito, podemos verificar que o pai de Ramsés II (Seti I) havia expedido um decreto que determinava a morte de todos os varãos hebreus nascidos naquela época. Os egípcios temiam que os hebreus pudessem aliar-se a alguma nação inimiga, caso o Egito viesse a guerrear com uma nação vizinha. Além dos mais, os hebreus eram mais férteis do que os egípcios, e o rápido crescimento da nação hebreia era assustadora para os egípcios. Porém, a mãe de Moisés (Joquebede) conseguiu salvá-lo, pois fabricou um cesto de vime, vedou-o com betume e o colocou no rio Nilo (com Moisés dentro). Tal cesto foi parar no local aonde a princesa Henutmire (filha de Seti I) tomava banho, com algumas criadas. Ela era casada com o general egípcio Disebek, e não tinha filhos. Encantada com aquele achado, Henutmire criou Moisés como se fosse seu legítimo filho, dando-lhe a educação digna de um verdadeiro príncipe. Mirian (a irmã de Moisés) seguira o cesto, através do Nilo, e informou à Joquebede aonde ele estacionara, e o que acontecera. Assim, Joquebede ofereceu-se para ser a ama-de-leite de Moisés, no quem foi aceita. Desta forma, foi à própria mãe legítima de Moisés quem o amamentou quando criança.
Moisés e Ramsés II foram criados juntos, como príncipes do Egito. O primeiro como “filho” da princesa Henutmire, “neto” de Seti I e “sobrinho” de Ramsés II. Este como filho do faraó e irmão da “mãe” de Moisés. Ao crescer, Moisés tomou conhecimento de sua história e da sua verdadeira origem. Matou um egípcio para salvar um escravo hebreu (que estava sendo surrado) e teve que fugir do Egito, para escapar da sentença de morte. Passou 40 anos em Midiã, aonde casou (com Zípora, filha de Jetro Reuel) e gerou dois filhos (Gérson e Eliezer). Quando voltou ao Egito, para libertar os hebreus do cativeiro, quem reinava era Ramsés II. Daí começa a narrativa dos textos de Êxodo 7.19-12.36, no Velho Testamento, da Bíblia Sagrada.
Nessa época, as dez pragas que assolaram o Egito foram: 1-As águas do rio Nilo se transformaram em sangue (Êxodo 7.19-25); 2-A praga das rãs (Êxodo 8.1-15); 3-A praga dos piolhos (Êxodo 8.16-19); 4-A praga das moscas (Êxodo 8.20-32); 5-A praga da morte dos animais (Êxodo 9.1-7); 6-A praga das úlceras ou feridas (Êxodo 9.8-12); 7-A praga do fogo ou saraiva (Êxodo 9.22-35); 8-A praga dos gafanhotos (Êxodo 10.1-20); 9-A praga das trevas ou escuridão (Êxodo 10.21-29); 10-A morte dos primogênitos (Êxodo 11.1-10; 12.29-36). Após a última praga, com a perda do próprio filho, Ramsés II libertou os hebreus, que saíram o Egito em direção à Terra Prometida (Canaã). Ramsés II morreu em 1.213 AC, aos 90 anos de idade e ainda como faraó do Egito. Moisés morreu aos 120 anos, no alto do cume de Pisga, localizado no monte Nebo, nas proximidades da Terra Prometida (Deuteronômio 34.1-12).

Personagens Bíblicos - Seti I, o pai de Ramsés II


Seti I era filho de Ramsés I e da rainha Tiya, do Egito. Sua esposa real era Tuya (filha do tenente egípcio Raya), com quem teve quatro filhos (dois varões e duas varoas): 1-Clear (o primogênito), que morreu ainda jovem; 2-Tiya-Sitre; 3-Ramsés II (que sucedeu o pai no trono egípcio); 4-Henutmire (irmã de Ramsés II e mãe adotiva de Moisés). A dinastia “Raméssida” teve início com o faraó Ramsés I (pai de Seti I). E perdurou até a morte da rainha-faraó Tauseret. Foi a XIX dinastia egípcia.
Foi Seti I quem emitiu o decreto que determinava a morte de todas as crianças hebreias, do sexo masculino. Moisés (o Grande Legislador) nasceu nessa época e foi salvo por sua mãe (Joquebede), que o escondeu num cesto de vime, lacrado com betume, e colocou-o nas águas do rio Nilo, em direção ao palácio real. Ali, Moisés foi recolhido pela princesa Henutmire, que o criou como filho. Quando criança, Moisés foi contemporâneo de Ramsés II.
Nos anos em governou o Egito, Seti I buscou igualar e superar os feitos militares de dois grandes faraós da XVIII dinastia: Tutmés III e Amenófis III. Para isso ele empreendeu uma campanha militar contra a cidade síria de Kadesh, conquistando-a. Em seguida invadiu a província de Amurru (em território hitita). Empreendeu por seis anos várias incursões à Palestina, conquistando todo o território invadido. Ampliou os domínios egípcios e reconquistou algumas cidades dominadas pelos inimigos, em reinados anteriores. Ao final, consolidou seu domínio sobre a Síria, a Líbia e a Núbia. Quando Ramsés II substitui o pai no trono, o Egito era a nação mais poderosa da Terra.
A XIX dinastia egípcia teve oito faraós: 1-Ramsés I; 2-Seti I; 3-Ramsés II; 4-Merneptá (Merneptah); 5-Amenemás; 6-Seti II (Seti-Meremptah); 7-Siptá (Siptah); 8-Tauseret (Towsret, a rainha faraó). Não foi apenas a rainha-faraó Tauseret quem fez história na realeza egípcia. Outras mulheres tiveram destaque na nobreza da nação, como Hatshepsut; Nefertari, Nefertiti; Cleópatra, e outras. Vejamos:
1-TAUSERET - (Towsret, a rainha faraó): pertenceu à XIX dinastia egípcia. Foi casada com Seti II (Seti-Meremptah), assumindo o trono com a morte do marido. O seu nome significa “Poderosa”, e também era descendente de Ramsés II.
2-HATSHEPSUT: a filha mais velha do faraó Tutmés I (ou Tutmósis I) e da rainha Amósis, e pertencia à XVIII dinastia egípcia. Reinou por 22 anos, ou seja, de 1.479 a 1.458 AC. Seu reinado foi de paz e de prosperidade para a nação egípcia. Foi casada com Tummés II (seu meio-irmão, a quem sucedeu no trono) e foi sucedida por Tutmés III (seu filho). Ela nasceu em 1.508 AC e morreu em 1.458 AC (aos 50 anos de idade).
3-NEFERTARI: foi esposa de Ramsés II (filho de Seti I) e contemporânea de Moisés (o grande legislador). Nasceu em 1.290 AC e morreu em 1.254 AC.
4-NEFERTITI: esposa de Aquenáton (Amenófis IV) nasceu em 1.370 AC e morreu em 1.330 AC. Foi mãe de seis filhos: 1-Meritaton; 2-Meketaton; 3-Anchesenamom; 4-Nefereneferuaten Tasherit; 6-Setepenré. Pertenceu à XVIII dinastia egípcia.
5-CLEÓPATRA: foi a mais famosa dentre todas as rainhas do Egito. Era filha de Ptolomeu XII com sua irmã, e a última da dinastia ptolomaica, que governou o Egito após a Grécia ter invadido aquele país. Ela subiu foi coroada aos 17 anos de idade, após a morte do pai, e teve que dividir o trono com seu irmão, Ptolomeu XIII (com quem casou), e depois, com Ptolomeu XIV. Ela tinha uma grande preocupação com o luxo da corte e com a vaidade. Costumava enfeitar-se com joias de ouro e outras pedras preciosas que encomendava de artesãos ou ganhava de pessoas próximas e familiares.
 A luta pelo poder entre ela e seus irmão gerou uma forte instabilidade política e econômica para o Egito. Diante disso, ela acabou exilada e decidiu pedir o auxílio de Roma (atual Itália). Sedutora e extremamente inteligente, ela sabia utilizar-se muito bem do poder que detinha. Num plano audacioso e arriscado, ela enviou a si própria, embrulhada dentro de um tapete, como presente a Júlio César. Após desenrolar-se do tapete, seu argumento foi tão ousado quanto seu plano, ao dizer que havia ficado encantada com as histórias amorosas de César e assim queria conhece-lo. Tornaram-se amantes e ele a ajudou assassinar seu irmão em 51 AC. Após isto, ela tornou-se a rainha e foi para Roma, onde deu a luz a Cesarion.
Cleópatra retornou à terra natal após o assassinato de César, em 44 AC. Ainda mais ambiciosa, ela tomou conhecimento da posição importante que Marco Antônio se encontrava na Anatólia, que ocupava o cargo de governador da porção oriental do Império Romano. Estimulada pela ambição que lhe era comum, a rainha seduziu este outro romano, iniciando com ele um relacionamento amoroso em 37 AC. 
Durante o período que estiveram em Alexandria, ela deu dois filhos a Marco Antônio que, em troca, devolveu-lhe os territórios de Cirene e outros, que até aquele momento, estavam sob o domínio do Império Romano. A atitude de Marco Antônio, que se deixava dominar cada vez mais pelo poder de sedução da rainha, devolvendo-lhe as terras que haviam sido conquistadas pelo Império Romano, incomodou de tal forma o Senado romano, que, este, declarou guerra a ambos. Após serem derrotados por Otávio na batalha naval de Ácio, ambos cometeram suicídio, tendo Cleópatra se deixado picar por uma serpente, em Alexandria, no ano 30 AC. Após isto, o Egito voltou ao domínio romano.

Personagens Bíblicos - Lameque, o primeiro bígamo da Terra


Lameque era filho de Metusael (descendente da Caim). Era da sexta geração do primogênito de Adão: 1-Caim; 2-Enoque; 3-Iraque; 4-Meujael; 5-Metusael; 6-Lameque. Ele foi o primeiro homem a casar-se com duas mulheres: Ada e Zilá. Ada deu-lhe dois filhos varãos: Jabal e Jubal. E, Zilá deu-lhe um casal de filhos: Tubal-Caim e Naamá. JABAL foi o precursor de todos os que moram em tendas e criam gado: os nômades e os boiadeiros. JUBAL foi o patriarca de todos os que tocam harpa, órgão e outros instrumentos (os músicos e os instrumentistas em geral). TUBAL-CAIM tornou-se mestre em todas as obras de ferro e de cobre, e foi o precursor dos metalúrgicos, ourives, ferreiros, serralheiros e afins. NAAMÁ (sua irmã) dedicou-se às lides do lar, como varoa que era (Gênesis 4.17-22).
Assim como o seu ancestral Caim, Lameque tinha um instinto assassino. Certa feita ela reuniu suas duas mulheres e lhes contou, jactando-se do feito: __Ada e Zilá! Ouvi a minha voz! Vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito: Porque eu matei um varão por me ferir e um mancebo por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado! Mas, Lameque o será setenta vezes sete (Gênesis 4.23,24).
Assim, podemos perceber que toda a descendência de CAIM era geneticamente corrompida. Daí, DEUS resolveu trazer o DILÚVIO sobre a face da Terra, com a finalidade de purificá-la. Senão, vejamos:
1-Gênesis 6.5-8: E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má, continuamente. Então, arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração. E disse o SENHOR: __Destruirei de sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até ao animal, até o réptil e até à ave dos céus; porque me arrependo de havê-los feito! Porém, Noé achou graça aos olhos do Senhor. EXEGESE: A maldade humana multiplicou-se na terra através da descendência de Caim, ao ponto de DEUS desejar exterminar a humanidade. Porém, pelo fato de Noé agir como um justo, o Senhor resolveu preservar a ele e a sua semente, para repovoarem a terra. Observe-se que Noé não era da descendência de Caim, e sim da descendência de Sete (o terceiro filho de Adão e Eva).
2-Gênesis 6.1-4: E, aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas. Viram os “filhos de Deus” que as “filhas dos homens” eram formosas; e tomaram para si de todas as mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: __Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne. Porém, seus dias serão cento e vinte anos. Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os “filhos de Deus” entraram às “filhas dos homens” e delas geraram filhos. Estes eram os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama. EXEGESE: Com a violência e a iniquidade generalizada na face da terra, ficou fácil e atrativo aos “filhos de Deus” (demônios ou anjos caídos) assumir corpos humanos e cohabitarem com as “filhas dos homens”. Desse desequilíbrio genético advieram os “gigantes da terra”, fruto dessa união despropositada, e não recomendada por DEUS.
3-Gênesis 4.19-22: E tomou Lameque para si duas mulheres: o nome duma era Ada e o da outra era Zilá. E Ada teve a JABAL: este foi o pai dos que habitam em tendas e têm gado. E o nome de sue irmão era JUBAL: este foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão. E Zilá também teve a TUBAL-CAIM: mestre de toda a obra de cobre e de ferro. E a irmão de TUBAL-CAIM foi NAAMÁ. EXEGESE: O bígamo Lameque não seguiu a vontade divina e trilhou o caminho da iniquidade. Mesmo com seus filhos tornando-se grandes especialistas e mestres em suas áreas de atuação, a sociedade por eles formada tornou-se corrompida e distante dos parâmetros determinados por DEUS.
No entanto, não devemos confundir LAMEQUE (filho de Metusael e descendente de Caim) com outro LAMEQUE (este filho de Metuselá ou Matusalém) descendente de Sete (terceiro filho de Adão e Eva). Este LAMEQUE foi o pai de Noé (o patriarca posdiluviano) e avô de Sem, Cão e Jafé (Gênesis 4.17-26; 5.25-32). Da mesma forma também não devemos confundir ENOQUE (o primogênito de Caim), com ENOQUE (o primogênito de Jarede), da descendência de Sete. Enoque (filho de Jarede, neto de Maalalei, bisneto de Quená, trineto de Enos e tetraneto de Sete) foi o primeiro homem que não passou pela morte física, pois foi arrebatado aos Céus. Ele foi o tetravô de Noé (o patriarca do dilúvio). Enquanto isso o filho primogênito desse Enoque (Metuselá ou Matusalém) viveu 969 anos, e foi o homem de maior longevidade na História da Humanidade (Gênesis 5.1-32).
Também houve uma cidade chamada de “ENOQUE”, a qual foi construída por Caim e pelo seu primogênito Enoque (Gênesis 4.17). Dentro desde contexto não devemos ignorar que ENOS (o primogênito de Sete) deu continuidade ao ministério da adoração a DEUS iniciado pelo seu finado tio ABEL (Gênesis 4.25.26). No entanto esse culto não foi seguido pelos seus descendentes, excetuando-se Enoque (filho de Jarede e neto de Maalalei) e Noé (filho de Lameque, neto de Metuselá (Matusalém) e bisneto de Enoque) – (Gênesis 5.24; 6.8).

sábado, 7 de outubro de 2017

Abandonada na escadaria


Tenho dezessete anos. Já devem ser mais de dez horas da noite. Não tenho certeza, pois saí as dez da escola e já faz uns quantos minutos que aqui estou. Onde? Sentada na escadaria do prédio da Escola J. M. Coloco os livros no degrau da escada e sento-me sobre eles, esperando pela carona de meu pai.
A escola J. M. é enorme. Ocupa um quarteirão inteiro. Ao subir essa escadaria com vinte degraus (contei-os enquanto espero), chega-se num saguão chamado de Sala de Espera. Quem aí espera para ser atendido pela diretora, fica rodeado de fotos de ex-professores homenageados.
Passando por esse saguão, chega-se numa bifurcação: à esquerda, longo corredor com vinte salas de aula e a direita também. Em frente da bifurcação, uma longa escadaria que leva ao segundo andar igualzinho ao primeiro. Isso é somente uma ala da escola. Nos fundos existe um grande pátio com área de lazer e quadras para prática de esporte. Cercando esse pátio, surgem mais três blocos com dois andares cada, contendo mais salas de aula.
Quem conhece a Escola J. M. sabe de sua imponência física e educacional. É uma escola mantida pelo governo estadual com educação pública de alto nível. Estudo no período noturno, pois trabalho como recepcionista num escritório de advocacia durante o dia. Curso o último ano do segundo grau e prestes a fazer as provas do Vestibular.
Ocasionalmente acontecia um fato engraçado: a porta da sala de aula se abria bem devagar, rangendo seus velhos e enferrujados parafusos. Olhávamos para a porta aberta e gritávamos num uníssono: - ENTRA J.M.! ENTRA! Nem os professores conseguiam conter o riso. Virou lenda! Quem estudou no J.M. sabe dessa brincadeira fantasmagórica!
Todos os alunos estão indo embora. Todos? Todos menos eu que espero sentada na escadaria. Vejo os professores e outros funcionários saindo também. Aceno para uns, converso com outros. A escola está ficando vazia. O silêncio aumenta. Escuto um barulho de interruptor sendo desligado e todas as luzes se apagam, com exceção da lâmpada que fica no lado de fora da escola. É a última funcionária que sai: Dona Leda, a bibliotecária. Esquelética, alta, cabelos brancos pintados de louro ou louro pintados de branco? Não sei. As rugas do seu rosto são salientadas pelo excesso de maquiagem. 
- Puxa! Você ainda está aí? Já são 22h30min e já foram todos embora! Vai ficar sozinha? Tem medo? Quer que fique mais um pouco com você? – pergunta ela ao deparar-se comigo na rua.
- Não, Dona Leda. Pode ir em paz. Meu pai já deve estar chegando. Obrigada mesmo assim. – disse para tranquilizá-la, mas estava com medo de ficar só.
Dona Leda vai em direção ao seu Fusca que a espera em frente da escadaria do prédio. É o último veículo a sair. 
O luar está lindo, mas amedrontador. Céu preto tendo ao centro aquela enorme e brilhante lua que clareia mais ainda o granito branco da escadaria. Fico ali me sentindo como o centro das atenções: iluminada pelo luar, numa escadaria branca e rodeada de escuridão e silêncio por todos os lados. Centro das atenções de quem? Não há pessoas na rua e nem veículos!
- Só falta o J.M. aparecer aqui. Vou falar para ele: “SENTA J.M.! SENTA!” Vamos ficar batendo papo prá passar a hora mais rapidamente! (O que o medo faz a gente pensar!).
O tempo continua passando. Escuto vozes e risadas. É um grupo de rapazes que se aproxima da escola, caminhando pelo meio da rua. Vêm rindo, gritando, chutando as lixeiras e derrubando os lixos nas calçadas.
- Tomara que não me vejam. Agora não dá mais tempo de sair desta claridade e ir para um canto mais escuro. Eles vão perceber que estou me escondendo. – penso apavorada.
O grupo passa olhando-me. Murmuram como se estivessem combinando algo.
- Será que vão me assaltar?
Continuam caminhando até a esquina, onde termina o prédio da escola. Ali ficam parados por uns dez minutos, olhando para mim e conversando.
- Estou fudida! Eles vão vir para cá. Tenho certeza. O que posso fazer? Para onde vou? Será que dá tempo de sair daqui e caminhar até a esquina oposta sem chamar a atenção deles? Paizinho, onde o senhor está? Será que se esqueceu de buscar sua filhinha querida na escola?
Ao terminar esse pensamento, escuto um barulho de carro que passa na esquina.
- Tomara que esse carro vire para cá. Se virar, deve ser meu pai. Vou fazer pensamento positivo.
O carro vira na esquina, mas passa em alta velocidade em frente à escola.
- Que merda! Não era meu pai. Não sei se estou apavorada, triste ou com raiva.
Já passa das 23 horas. Outro carro vira a esquina. Meu coração dispara de alegria e alívio ao reconhecer o carro de meu paizinho. Levanto-me da escadaria e corro até o carro que já está estacionando. Aproximo-me e vejo que meu pai está no banco do carona e quem está dirigindo é meu tio Elcyr.
- Nossa! Que alegria em ver vocês! Como demoraram! Foram apenas sessenta minutos de espera, mas que pareceram cerca de quatro horas!
- Filha, você esqueceu que seu tio Elcyr estava chegando de viagem? Ficamos conversando... Conversando... E nem vimos o tempo passar! Desculpe pelo atraso.
- Oi sobrinha querida! Quanta saudade! A culpa foi minha, viu? Comecei a falar e não parei mais!
- Tudo bem, gente! Não há problema algum, mas vamos sair logo daqui. Estou morrendo de vontade de chegar ao aconchego do nosso lar. – disse aflitamente, olhando para o lado oposto de onde estava o grupo de rapazes.

Simone Possas Fontana
(escritora gaúcha de Rio Grande-RS,
membro da Academia de Letras do Brasil/MS, ocupando a cadeira 18,
membro correspondente da Academia Riograndina de Letras, 
membro da UBE/MS – União Brasileira de Escritores,
autora dos livros MOSAICO, A MULHER QUE RI e PCC,
graduada em Letras pela UCDB, 
pós-graduada em Literatura,
contista da Revista Criticartes,

Nota da Autora:
- Conto escrito em fevereiro/2014
- Publicado no blog: simonepossasfontana.wordpress.com
- Publicado no site: www.recantodasletras.com.br

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Desenvolvimento do aeroporto de Campo Grande e as mudanças ocorridas na constituição aérea

Marcelo Godoy Ocampos
(Acadêmico do curso de licenciatura em História)

Pedro Pereira Borges (Orientador)

Resumo: Este artigo tem como objetivo demonstrar como ocorreu a construção do aeroporto de Campo Grande e a sua origem militar, descrevendo toda a história da constituição dos funcionários que operam para manter em constante funcionamento esse serviço de vital importância para manutenção do governo.
Explicar como será organizando o funcionamento de cada funcionário e demonstrar que as leis são distintas de acordo com a função que cada indivíduo irá exercer. E se pautará principalmente na discussão sobre o valor e a justiça das horas extras de expedientes, uma vez que existe um limite que deve ser respeitado para preservar a saúde do funcionário.
 A constituição aérea também teve muitas mudanças desde a formação do Departamento de aviação civil no governo de Getúlio Vargas até uma constituição bem especifica no de 1984.
Palavras Chave: Aeroporto de Campo Grande, Legislação Aérea, Aeroviário.
Introdução
Os aeroportos são de grande importância atualmente e vários debates tem ocorrido sobre como manejar o espaço aéreo, frisando cada vez mais o destaque dessa instituição como peça importante no desenvolvimento regional. A profissão de aeroviário e aeronáutico começa a ganhar mais presença no cotidiano de um número maior de pessoas e de forma cada vez mais rápida através de pessoas envolvidas em atividades ligadas aos aeroportos (agentes de viagens, representantes de organizações empresariais, companhias aéreas e, porque não, os próprios aeroportos) e pela população em geral.
Entretanto a forma como é dirigida esta organização e todas a sua origem de caráter militar e a legislação que vigora para seus funcionários é pouco conhecida e este artigo tem como finalidade informar a origem de um aeroporto específico (Aeroporto Internacional de Campo Grande), como demonstrar a evolução do local e o que foi alterado em suas normas que favoreceram a ampliação no uso deste setor.
Todavia ainda hoje muito se confunde a função do trabalhador da base área porque mesmo ela sendo uma instituição civil, ainda existem a presença de militares e ex militares na organização do trafego aéreo e porque muito se deve pela herança do período que a base era de comando militar. Este trabalho veio fazer uma breve analise sobre a constituição militar e civil e suas diferenças com a história e a importância da base aérea para continuar o avanço da cidade de Campo Grande.
Contexto Histórico
Para contar a história do aeroporto internacional de Campo Grande, deve-se em primeiro lugar estudar a origem da base aérea e compreender todas as mudanças e registros que ocorreram na aviação sul mato-grossense devido a sua origem militar e a atual interferência que essa instituição tem na organização e cede funcionários para o transporte aero civil.
Como dito acima a origem da aviação do Mato Grosso do Sul teve como presença inicial a aviação militar. Ela se originou no ano de 1932 com o apoio do então Ministério da Guerra do Brasil (atual Ministério da Defesa). “A fundação do primeiro núcleo de destacamento subordinado a 9ª região militar com um singelo efetivo inicial constituído por um sargento e três praças”. (Revista base aérea número 2 – dezembro de 2008).
De início ela apoiava as aeronaves que transitavam nesse setor aéreo que por tempos estava abandonado e com um controle que era fiscalizado pela cidade de Cuiabá e Corumbá e por uma longa distância e falta de aparelhagem técnica sentia a necessidade de uma nova base para controlar melhor esses voos que estavam se tornando mais frequente.
Na ocasião, foi construída uma infraestrutura mínima com uma pista de pouso de 600m de comprimento e 60m de largura para atender a nova base. Em 1933, o Exército ampliou a pista para 1400m de comprimento e 100m de largura. A partir da base, em 10 de março de 1934, foi inaugurada a primeira linha do Correio Aéreo de Fronteira, atendendo a região sul do antigo Estado de Mato Grosso (antes da criação do Mato Grosso do Sul), utilizando aviões Waco CSO.
Com o desenvolvimento do município e o aumento da importância de Campo Grande se tornando uma cidade de referência regional o afluxo econômico foi se tornando maior criando a necessidade de um estabelecimento único dedicado para que o abastecimento desse novo fluxo. De modo que em março de 1940 foi comprado o terreno na região do bairro Serradinho e que tinha uma topografia favorável para a construção do novo aeroporto.
A partir do de1945 ocorreu a separação oficial dos terrenos Base Aérea de Campo Grande paralela ao aeroporto sul-mato-grossense. A primeira continuou a prestar auxílio sempre quando necessário, porém já estava mais vinculada as operações conhecidas como Sentinela do Pantanal. Cinco anos depois, em 1950, se iniciaram as operações aéreas comercias graças ao desenvolvimento da região que abriga o bioma do Pantanal.
Finalmente, por força da Lei Federal nº 1905 de 21 de julho de 1953, foi criado o Aeroporto Internacional de Campo Grande administrado pelo Ministério da Aeronáutica através do extinto Departamento de Aviação Civil-DAC. No mesmo ano - a bordo da aeronave Lockheed Constellation da Panair do Brasil - o então Presidente Getulio Vargas, pousava na cidade para inaugurar a pista de pouso e decolagens.
Com a criação do novo estado do Mato Grosso do Sul, após um processo divisionista que foi concluída pelo presidente Ernesto Geisel. Campo Grande passou a ter novo destaque já agora havia se tornado a capital do novo estado e como consequência começou a atrair um movimento maior agora não apenas econômico, mas também político.
Consequentemente o aeroporto também precisou ser ampliado para atender essa nova demanda e a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) que já administrava o aeroporto havia dois anos ampliou a área construída 1.500 para 5.000 m2. Em 1998, a empresa construiu uma nova área de embarque internacional ampliando novamente o terminal de passageiros para uma área total de 6.597,51 m2.
Atualmente o aeroporto da capital sul-mato-grossense é um ponto de parada estratégico aos grandes centros consumidores do País e aos grandes centros dos países sul-americanos de modo que tem o título de internacional. O aeroporto oferece suporte para a aviação comercial, regular regional, aviação geral e apoio fundamental para as operações militares além de alternativa imprescindível à aviação internacional.
O espaço atual conta com duas pistas homologadas para pouso e decolagem, sendo a pista principal de 2.600 metros de comprimento por 45 metros de largura e a pista secundária de 2.500 metros de comprimento por 23 metros de largura. A capital sul-mato-grossense destaca-se pelo crescimento organizado, planejado e pelo seu traçado de avenidas largas e arborizadas.
Todas as operações do Aeroporto Internacional de Campo Grande são compartilhadas com a Base Aérea de Campo Grande e com o 3º Batalhão de Aviação do Exército Brasileiro - BAVEX (PANTERA) demonstrando a quão interligada está a aviação civil a militar em Campo Grande, e partir disto será descrito como deve funcionar a relação trabalhista uma vez que a legislação militar tem pontos distintos da civil, e como cada funcionário tem interpretação distinta de acordo com ambiente em que vivem.
E atualmente ele abriga a capacidade de receber 11 posições para aeronaves de grande/médio porte, 12 posições para aeronaves de pequeno porte e médio porte no pátio de estadia e que movimenta 1,6 milhão de passageiros/ano. Ainda assim Pequeno comparado aos grandes aeroportos brasileiros, o de Guarulhos em São Paulo em 2013 tinha a capacidade de três pátios de aeronaves, com capacidade para 54 aeronaves movimentando 12 milhões de passageiros/ano.
Legislação Militar
A atual constituição está tem sido válida a partir do ao de 1988, todavia a vigência de diversos artigos militares tem valor e vem sido executado desde a proclamação da república no ano de 1889 e a missão das forças armadas é manter a paz e organização social em prol da nação e manter posicionamento pacífico diante dos diversos países.
Contudo a sua regência assim como sua efetiva participação tem compromisso com a pátria em defesa da soberania do Brasil mantendo distância das questões políticas partidárias, transformando em categoria de militares em uma categoria distinta como proclamada na lei número 6.880, de 09 de dezembro de 1980.
“Art. 3º Os membros das Forças Armadas, em razão de sua destinação constitucional, formam uma categoria especial de servidores da Pátria e são denominados militares”
A organização militar se baseia na hierarquia e disciplina e esses fatos são presentes em toda vida militar e não pode ser esquecido inclusive nas relações jurídicas. De modo que a quebra de ordem hierárquica dissolve a constituição de militar.
A constituição estabeleceu uma justiça especializada, formada por militares e civis, tendo como objetivo assegurar que os julgamentos produzam decisões legítimas e que garantam o ambiente pacifico para que possa assegurar a harmonia de relações entre civis e militares.
Entretanto é importante salientar que os civis que trabalham no âmbito militar também devem respeitar os pressupostos de hierarquia, de modo que é proibido reivindicações fora de uma cadeia de comando sem participação de superiores hierárquicos afastando a sindicalização e greves.
Ainda sim militares não possuem os direitos de civis de remuneração de trabalho noturno superior ao diurno, repouso semanal remunerado preferencialmente aos domingos, remuneração ao trabalho extraordinário em no mínimo cinquenta por cento e duração de trabalho de oito horas diárias pelo fato dos militares estarem dedicados em tempo integral ao Brasil.
Legislação Aeronáutica
O Direito Aeronáutico atualmente é regido e organizado pela INFRAERO, todavia parte de seus administradores e as pessoas formadoras desse controle pertencem a militares e a ex funcionários de das forças armadas brasileiras, afinal existem poucos cursos para técnicos no controle aéreo de modo que é mais viável manter essas duas categorias de funcionários que já dominam e foram treinados para trabalhar neste setor.
Todos os funcionários, aeronaves e empresas que desejam tramitar no espaço aéreo brasileiro deve ter um registro obrigatório do RAB (Registro Aeronáutico Brasileiro), e as empresas privadas e seus funcionários devem ter constantemente atualizado o seu RAB.
Sem o registro regular, a empresa pode ser autuada e as aeronaves proibidas de voar pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). A situação regular também é muito importante para a segurança de voo e no caso de um eventual acidente comprovar que a empresa arcava com todas as suas responsabilidades.
Outro ponto a ser estudado como mais detalhe é a obtenção ou concessão para a exploração de serviços aéreos brasileiros. O Código Brasileiro de Aeronáutica estabelece regras específicas para tal questão, sendo fundamental o seu conhecimento para o início das atividades de uma empresa no setor. Outro ponto que deve ser lembrado é a restrição de capital estrangeiro de um quinto. Os serviços de transporte aéreo público internacional podem ser realizados tanto por empresas nacionais quanto estrangeiras, sendo os requisitos especificados na legislação aeronáutica vigente.
O código brasileiro ainda prevê várias avaliações para a obtenção de licenças para conduzir o voo de forma direta (pelo piloto e comissários de bordo) e na forma indireta (controladores de voo e funcionários de hangar) todas organizadas e controladas pela ANAC.
Órgãos Regulamentadores
Atualmente o principal órgão fiscalizador da aviação brasileira é a ANAC (Agência Nacional de Aviação comercial) que tem como função vistoriar todos os aeroportos, hangares, pistas e registros de funcionários do Brasil, e possui o status de autarquia possuindo autonomia administrativa e financeira do que o antigo órgão diretamente ligado ao governo federal.
Todavia a ANAC é um órgão recente estabelecido a partir do ano de 2005 de acordo com a lei nº 11.182 de 27 de setembro de 20053 e instalada através do decreto federal nº 5.7314 de 20 de março de 2006. Antes o sistema era regido pelo Departamento de Aviação Civil que era submissa ao comando da Aeronáutica que tinha que por comandantes a presença de muitos militares.
E o outro órgão organizacional é a INFRAERO (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) e tem função jurídica e tem como responsabilidade viabilizar todos os tramites para empresas, funcionários e clientes e também possui uma autonomia e sua estrutura que será mais detalhada no artigo, e sua definição está claramente descrita no primeiro artigo de seu estatuto.
 Art. 1º A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária - Infraero, empresa pública instituída nos termos da Lei nº 5.862, de 12 de dezembro de 1972, organizada sob a forma de sociedade anônima, com personalidade jurídica de direito privado, patrimônio próprio, autonomia administrativa e financeira, vinculada à Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República (SAC-PR), reger-se-á pela legislação federal aplicável e por este Estatuto Social.
Art. 2º A Infraero tem sede e foro na Capital Federal.
 Art. 3º A Empresa terá duração por tempo indeterminado.
A relação de trabalhador aéreo e a constituição.
Após a construção da ferrovia noroeste Brasil em 1909 muitos imigrantes começaram a se fixar em Campo Grande e esta cidade começou a atrair cada vez mais recursos e como os céus eram o caminho do progresso a partir da década de 1940 o município cresceu e para atender essa nova demanda a construção de um aeroporto se fazia necessária.
Contudo os funcionários sempre conseguiram realizar o trabalho em conjunto após a homologação civil em 1953, mesmo o ambiente de trabalho era muito trabalhoso é possível perceber com mais destreza a capacidade e quantidade de trabalho que necessitava um bom apoio das leis trabalhistas principalmente no que diz respeito as horas extras de trabalho.
Todavia as leis que determinam quanto um funcionário na aeronáutica era muito confusa, pois cada pessoa tinha um papel diferenciado se tornando confuso o salário pertinente a hora de trabalho e o limite de tempo para realizar uma função. No processo número 1760/83 que foi iniciado em 23/08/1983 reclama a falta de pagamento de 13º salário, horas extras e demissão sem justa causa exigindo onde o reclamante exigia o valor de Cr$ 25000000,00.
Não houve conciliação por falta de constituição especifica da profissão de piloto aéreo que foi promulgada em 1984 acabou sendo muito estendida a decisão judicial. Todavia pó situações semelhantes ocorridas em anos anteriores o processo acabou se discorrendo no período de formação dos sindicatos dos operários da aeronáutica e na criação de leis que ainda hoje vigoram para regulamentar essa profissão diferenciando dos funcionários militares e da constituição de 1962que assegurava com mais presença que trabalhava em solo.
No artigo 20 do Decreto nº 1.232, de 22 de junho de 1962. Todo o trabalho aeroviário é regulamentado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e qualquer função realizada para trabalhar diretamente com as operações aéreas o candidato deve ter no mínimo 18 anos e ter concluído o ensino médio, como descritos no Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica (RBHA) nº 65.75Vale ressaltar que existe uma diferença entre aeroviário e aeronauta como extraído no artigo:
“Em apertada síntese, podemos diferenciar o aeronauta do aeroviário enquadrando-se naquele todos que trabalham a bordo da aeronave, e neste, os que atuam nesta mesma área, porém em terra. O primeiro tem sua profissão regulamentada pela Lei nº 7.183/84, e o segundo pelo Decreto nº 1.232/62, que em seu art. 1º dispõe: “É aeroviário o trabalhador que, não sendo aeronauta, exerce função remunerada nos serviços terrestres de Empresa de Transportes Aéreos”.
A jornada de trabalho se difere de acordo com a função do empregado no aeroporto, por isso será detalhada algumas divisões para facilitar a compreensão dos funcionários que atuam nesta instituição e vale frisar que como é um serviço de transporte e de vital importância a instituição aérea nunca para (Mesmo nos períodos de manutenção ela apenas reduz seu efetivo com auxilio dos demais aeroportos)
Atualmente os funcionários que atuam em ambiente fechado e no térreo devem cumprir uma carga horário de oito horas diárias. Para aqueles que trabalham na pista como mecânicos, ajudantes ou auxiliares de manutenção, serventes de manutenção, tratoristas, reabastecedores de combustível em aeronaves e pessoal empregado na execução ou direção de carga e descarga nas aeronaves tem uma jornada de apenas seis horas semanais com a possibilidade de no máximo duas horas extras quinzenais, desde que receba uma autorização da ANAC para resolução de eventuais contratempos.
Essa última medida visa a proteção do funcionário para que ele não seja exposto a uma grande carga de raios ultravioletas que em Campo Grande ultrapassam a escala de 10 UV, medida muito alta em referência aos padrões de preservação da pele, nos horários em que o sol apresenta maior intensidade desses raios e para controle da audição pois a carga de decibéis geradas em um aeroporto é muito alta e se mesmo com aparelho de proteção se for usada de forma frequente pode causar danos irreversíveis e é renumerada em 50% pela hora.
Os trabalhadores que operam em céu aberto ainda ganham o direito de receber um acréscimo de insalubridade no salário prevista no artigo 200, inciso V, da CLT:
 “V – Proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo no trabalho a céu aberto, com provisão, quanto a este, de água potável, alojamento e profilaxia de endemias”.
Aeronaves que necessitam com urgência de reparação pois atrasam todo o roteiro de voos de um aeroporto e necessitando de uma carga maior de seus funcionários para poder regular o tempo útil de uma localização podem solicitar um trabalho que extrapole as 8 horas em pistas, porém devem pagar uma hora extra de 100% do contrato e projetar um tempo de descanso maior aos seus funcionários como previsto no Código de Leis Trabalhistas artigo 61:
 “Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do limite legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto”.
Já os pilotos têm uma postura um pouco diferenciada já que atua em trânsito aéreo assim como os funcionários aeroviários o candidato que deseja obter uma licença para conduzir aeroplanos deve ter no mínimo 18 anos e ensino médio completo e se inscrever em uma escola de graduação regulamentado pela ANAC e gradativamente assumindo o comando de aeronaves maiores desde que preencha os pré-requisitos que selecionam pessoas mais competentes.
Sua carga horária atualmente é baseada na lei 7.183/1984. Diz a legislação que, nas rotas domésticas, “os limites de tempo de voo não poderão exceder 85 horas por mês, 230 horas por trimestre e 850 horas ao ano”. A lei estabelece que “o limite de voo e pousos permitidos para uma jornada (diária) é de 9 horas e 30 minutos de voo e cinco pousos”.
Vale dizer que existe uma variação da legislação para aqueles que trabalham no setor civil e militar de modo que os militares geralmente operam a mando da Força Aérea Brasileira (FAB) e comandam aeronaves com missões militares podendo ser solicitados para o comando de voos especiais como aqueles em que estejam presentes representantes federais e internacionais.
Quanto aos aeroviários militares solicitados por aeroportos civis, também prevalece a hierarquia militar uma vez que eles respondem a FAB e recebem seus salários e possíveis bonificações pelo comando militar.

Considerações Finais:
É Essencial a presença aérea para o crescimento de uma cidade, todavia é ignorado todos os profissionais que trabalham e sustentam esse transporte que é vital atualmente para manter organizada nossa sociedade, os quais são responsáveis por fazer uma grande máquina voar e que para tanto, como em qualquer área profissional, é imprescindível que haja legislação capaz o suficiente de garantir aos trabalhadores uma razoável duração de sua jornada de trabalho, evitando com isso problemas que transpõe a relação empregado/empregador.
Por se tratar de trabalho de alta complexidade e por que carregam todo tipo de mercadoria e pessoas e que quando falham são extremamente condenadas de modo que valorize o esforço humano e que possa ter mais reflexões das empresas para o fiel cumprimento daquilo que com muito esforço e luta hoje conquistamos com a garantia dos direitos de dignidade e dos valores sociais que do trabalho devem possuir.
Tabelas:
http://www.tribunadabahia.com.br/2015/01/27/ruido-intenso-pode-causar-danos-irreversiveis-audicao-humana
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/oncologia/index.php?p=6076

 Referências:
SOUZA, Bianca Silva de; LACERDA, Thone Roberto Nunes. Horas extras dos mecânicos de aeronave.Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 18, n. 3549, 20 mar. 2013. Disponível em:<http://jus.com.br/artigos/24009>. Acesso em: 26 maio 2015.
Decolando daqui.... História da aviação sul-mato-grossense. Very Tylde de Castro Pinto e Heitor Rodrigues Freire 2010.
FARIAS, Hélio de Castro; PAIVA; Carlos. Noções Elementares de Direito Aeronáutico. Associação Brasileira de Direito Aeronáutico, Rio de Janeiro, 2011.
SOUZA, Bianca Silva de; LACERDA, Thone Roberto Nunes. Horas extras dos mecânicos de aeronave. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 18, n. 3549, 20 mar. 2013. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/24009>. Acesso em: 12 maio 2015.

RODRIGUES, Evandro Luiz. Regime jurídico dos militares das Forças Armadas. Revista Jus Navegandi. Acesso em 20 de Abril de 2015.