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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Personagens Bíblicos - Enoque, o primeiro profeta arrebatado


Enoque foi o primeiro profeta arrebatado e está registrado na Bíblia Sagrada, tanto no Velho quanto no Novo Testamento (Gênesis 5.24; Hebreus 11.5). Em hebraico, o termo “Enoque” significa “Treinado e Inaugurado”. Em aramaico significa “Iniciado e Dedicado”. Enoque representou a sétima geração da descendência de Adão e Eva. Enoque era o filho primogênito de Jarede, o qual tinha 162 anos quando o gerou. Depois que gerou Enoque, Jarede viveu mais 800 anos, totalizando uma vida de 962 anos (Gênesis 5.18-20).
Por sua vez, Enoque teve como primeiro filho a Metuselá, que ficou conhecido na História Secular e Universal como Matusalém, o homem que mais viveu na face da terra: 969 anos. Quando Matuselá (ou Matusalém) nasceu, Enoque tinha 65 anos de idade. Depois do nascimento de Matusalém, Enoque viveu mais 300 anos, e foi arrebatado aos Céus, sem passar pela morte física (Gênesis 5.24). Portanto, quando Enoque foi arrebatado, seu pai Jarede ainda era vivo e tinha 527 anos nessa época. A Bíblia registra que Enoque gerou outros filhos (além de Matusalém), porém não informa os seus nomes. Apenas que foram ”filhos e filhas” (Gênesis 5.22).
Matusalém, o filho de Enoque, teve como filho primogênito a Lameque (Gênesis 5.25-27). A razão pela qual Deus arrebatou Enoque foi o fato dele viver numa época de extrema promiscuidade e violência. Como servo de Deus, Enoque profetizou dizendo: “Eis que é vindo o Senhor com milhares de Seus santos, para fazer juízo contra todos e para condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que maldosamente cometeram. E, por todas as duras palavras que os ímpios pecadores disseram contra Ele” (Judas 1.14,15).
Não devemos confundir esse Enoque, o primogênito de Jarede e o primeiro profeta arrebatado, com o Enoque filho de Caim e neto de Adão. Enoque (o filho de Caim e neto de Adão) nasceu na terra da Fuga, depois que Caim matou Abel, seu irmão caçula, e foi expulso das proximidades do Jardim do Éden (Gênesis 4.17,18). Posteriormente, Caim construiu uma cidade na terra da Fuga, ao leste do Jardim do Éden, e lhe deu o nome de “Cidade de Enoque”, em homenagem ao seu filho primogênito (Gênesis 4.17).
Enoque, o primeiro profeta arrebatado, viveu no período antediluviano, ou seja, antes do Dilúvio que inundou toda a face da terra, na época do patriarca Noé. Na verdade, Noé foi bisneto de Enoque, pois era filho de Lameque e neto de Matusalém, que por sua vez era o filho de Enoque (Gênesis 5.25-30).
O termo “Noé”, em hebraico, significa: “Consolo”. E, em aramaico significa “Descanso”. Noé era o sétimo na linhagem de Adão, através de Sete. Nasceu no ano de 2.970 AC, ou seja, 126 anos após a morte de Adão. Após dar-lhe o nome de Noé, o seu pai, Lameque, disse: “__Este nos trará consolo (ou descanso) dos nossos trabalhos e da dor de nossas mãos, que resulta do solo que Deus amaldiçoou” (Gênesis 5.28-31).
O mundo em que Noé vivia estava degenerado. Os anjos caídos (demônios), que haviam sido expulsos dos Céus, juntamente com Lúcifer (Satanás), e lançados no firmamento (céu da terra) pelo arcanjo Miguel, tomaram formas de homens e engravidaram as belas mulheres da terra, gerando filhos que se tornaram verdadeiros gigantes, além de “homens de fama” (Gênesis 6.1-4; Judas 1.6). E assim, toda a raça humana estava ficando a cada dia mais decadente. Então, Deus escolheu o único homem que continuava justo na face da terra, para através dele remir e purificar a humanidade: Noé (Gênesis 6.8, 9, 22).
Deus deu as instruções para que Noé construísse uma arca, para que assim, ele e sua família pudessem ser salvos do dilúvio vindouro. Deus recomendou ainda que Noé separasse algumas espécies de animais, que deveriam ser salvos, para a recuperação da nova fauna terrestre (Gênesis 6.1-22). Então Deus, por meio do dilúvio, destruiu a parte da raça humana que estava corrompida, e através de Noé e de sua família, preservou o fio da vida humana e da vida animal. Noé registrou todos os eventos do período em que esteve no interior Arca (Gênesis 7.11-24; 8.2-14).
A “Arca de Noé” posou, após o dilúvio, no Monte Ararat. Ao sair da Arca, Noé ofereceu um holocausto a Deus, agradecendo pelo grande livramento (Gênesis 8.18-22). E assim, Deus abençoou a Noé e aos seus familiares, e determinou que eles tratassem do repovoamento da terra (Gênesis 1.28; 9.1-7; 10.32). E, como selo da promessa de que jamais voltaria a destruir a terra por meio d’água, com outro dilúvio, Deus colocou um sinal no Céu: o arco-íris, que aparece toda a vez que chove mais fortemente. Com isso, Deus reafirma ao homem que não mais haverá dilúvio sobre a face da terra (Gênesis 9.8-17; Isaías 54.9). Noé viveu 350 anos após o dilúvio. Quando o dilúvio começou, Noé tinha 600 anos, dois meses e 17 anos de vida. Ao todo, Noé viveu 950 anos.

Personagens Bíblicos - Léia, a primeira mulher de Jacó


Léia foi à primeira mulher de Jacó. Ela era a filha mais velha de Labão e tinha uma irmã chamada Raquel. Quando Jacó (fugindo da ira de seu irmão Esaú) refugiou-se em Padã-Harã, na casa de Labão, apaixonou-se por Raquel, e desejou casar-se com ela. Para isso combinou com seu futuro sogro (Labão) que trabalharia para ele durante sete anos, para ter o direito de desposá-la. Labão concordou. Passados os sete anos, na noite de núpcias, Labão enganou Jacó, mandando sua filha Léia substituir a irmã no leito de núpcias. Para isso aproveitou o fato de Jacó estar embriagado, pois Labão providenciara para que ele tomasse bastante vinho durante a festa de casamento. O estratagema deu certo. Como presente de casamento, Labão deu a Léia uma serva chamada Zilpa (Gênesis 29. 1-24).
No dia seguinte, ao descobrir o engodo, Jacó foi falar com Labão, que explicou que agira daquela forma porque naquela terra a irmã mais nova não podia casar-se antes da mais velha. Quando Jacó ameaçou deixar o acampamento sozinho, abandonando a esposa, Labão fez-lhe uma nova proposta: se Jacó trabalhasse mais sete anos para ele, dar-lhe-ia Raquel como a segunda esposa, pois a lei da terra permitia a poligamia. Jacó aceitou e trabalhou para o sogro por mais sete anos. Cumprido o contrato, Jacó casou-se com Raquel, que recebeu do pai, como presente de casamento, uma serva chamada Bila (Gênesis 29.25-31).
Léia deu sete a Jacó, sendo seus varões e uma varoa: 1-Rubem, o primogênito. 2-Simeão. 3-Levi. 4-Judá. 5-Issacar. 6-Zebulom. 7-Diná. Enquanto isso, Raquel era estéril. Para compensar essa esterilidade, Raquel deu a Jacó, como concubina, a sua serva Bila. Esta deu mais dois filhos a Jacó: Dã e Naftali. Vendo que sua irmã Raquel competia com ela través de Bila, Léia também deu para Jacó uma concubina: Zilpa, sua serva. Zilpa deu a Jacó mais dois filhos: Gade e Aser. Porém, anos depois, Raquel deu a Jacó dois filhos: José e Benjamim Benoni. Assim, Jacó teve doze filhos varões, que se tornaram os patriarcas das doze nações de Israel (Gênesis 29.32-30.26). 
Completados os sete anos em que Jacó havia trabalhado para Labão, em troca de sua mulher segunda mulher (Raquel), ele desejou pegar suas mulheres e filhos e sair das terras de Labão. Este não aceitou a idéia e fez uma nova proposta de Jacó continuar trabalhando para ele. Já fazia 14 anos que Jacó trabalhava para labão, e a riqueza deste havia triplicado sob a administração do genro. Assim, Labão propôs que Jacó continuasse o seu trabalho, recebendo como pagamento uma parte dos rebanhos. Assim, Jacó propôs que ele ficasse com todos os animais salpicados, listrados e malhados, incluindo os cordeiros morenos. Os demais animais seriam todos de propriedade de Labão. Este concordou e Jacó fez a separação respectiva, separando o seu rebanho do rebanho do sogro. A parte que lhe coube Jacó entregou aos seus filhos, para administrá-la num pasto a três dias de distância daquele local, no que foi obedecido. Assim, Jacó continuou trabalhando para o sogro (Gênesis 30.27-36).
Com o tempo, o rebanho de Jacó passou a ser mais forte e mais numeroso do que o rebanho do sogro. Sentindo-se enganado, Labão fez anova proposta a Jacó: que fosse invertida a forma de pagamento. Daquela data em diante, todos os animais salpicados, listrados e malhados, incluindo os cordeiros morenos seriam de sua propriedade, enquanto os outros seriam de Jacó. Este aceitou a nova proposta do sogro. Porém, mas a situação continuou a mesma. Logo as crias de Jacó (as brancas e lisas) tornaram-se mais fortes e mais numerosas do que as salpicadas, listradas e malhadas, incluindo os cordeiros morenos. Assim, durante seis anos, Labão esteve trocando por dez vezes as propostas a Jacó, e este as aceitando. Porém, o que fazia Labão trocar as propostas de pagamento era justamente o seu insucesso em levar vantagem sobre o genro, que sempre levava a melhor nas negociações com o sogro. Assim, percebendo que jamais conseguiria satisfazer à cobiça do sogro, que passou a invejá-lo por causa de sua prosperidade, Jacó resolveu finalmente pegar suas mulheres, seus filhos, seus servos e seus rebanhos e sair de Padã-Harã, retornando para Canaã. E assim foi feito (Gênesis 30.37-31-21).

Personagens Bíblicos - Jacó, o Pai duma Nação


Jacó era filho de Isaque e de Rebeca. Ele tinha um irmão gêmeo chamado Esaú, que se tornou o patriarca dos edomitas e dos palestinos. Por sua vez, Isaque, o pai de Jacó e de Esaú, era filho do Abraão e de Sarah. Isaque tinha um irmão chamado Ismael, 13 anos mais velho do que ele, que seu pai Abraão teve com uma escrava egípcia chamada Agar. Ismael tornou-se o patriarca de todas as nações árabes. Tudo isso em decorrência da promessa que Deus fez a Abraão, de que ele seria o patriarca de “uma grande nação” (Gênesis 12.1-3; 17.1-8).
Israel foi o nome que Deus deu a Jacó, quando este tinha 97 anos de idade. Tal fato ocorreu quando Jacó voltava com a sua família, os seus servos e os seus rebanhos para a região de Canaã, de onde saíra 20 anos atrás. E, depois de ter lutado com o Anjo do Senhor, após cruzar o vale da torrente de Jaboque, indo ao encontro de seu irmão Esaú. Devido a grande persistência de Jacó na luta, Deus mudou o seu nome para Israel, que em hebraico significa “Contendor com Deus” e em aramaico significa “Persistente com Deus”. Foi uma boa troca para ele, pois o nome “Jacó” em hebraico significa “Usurpador”. E, em aramaico significa “Suplantador” (Gênesis 32.22-28).
Tempos depois, em Betel, Deus voltou a confirmar essa mudança do nome de Jacó para Israel. Dessa época em diante, tanto Jacó quanto a nação que descendeu dele passaram a ser chamados de Israel. E, esse nome estendeu-se a todos os nativos dessa nação, que são hoje conhecidos como “israelitas” (Gênesis 35.10,15; 50.2; 1º Crônicas 1.34; Êxodo 5.1,2).
Assim, coletivamente, todos os descendentes de Jacó, em qualquer período da História Secular e Universal são conhecidos como “israelitas”. Mas, também são conhecidos como judeus; hebreus; Israel; filhos de Israel; casa de Israel; povo de Israel e Estado de Israel (Gênesis 32.32; Êxodo 9.4; Josué 3.7, Esdras 2.2; Mateus 10.6; Atos 4.10; 5.35; Efésios 2.12; Romanos 9.4).
No ano de 1.728 AC uma grande fome na região de Canaã fez com que Jacó, seus familiares e seus servos fossem morar no Egito, a convite de seu filho José (Zafenate-Panéia), que era o administrador de alimentos daquela nação. Nessa época, Jacó já tinha 12 filhos varões. Cada um deles seria o patriarca de uma das 12 tribos da nação de Israel. A descendência de Jacó viria a se multiplicar no Egito, de onde sairia o povo israelita. Em seu leito de morte, o patriarca Jacó abençoou os seus 12 filhos varões, na seguinte ordem: 1-Rubem. 2-Simeão. 3-Levi. 4-Judá. 5-Zebulom. 6-Issacar. 7-Dã. 8-Gade. 9-Aser. 10-Naftalí. 11-José. 12-Benjamim. São esses os integrantes da primeira lista das tribos de Israel (Gênesis 47.1-12; 49.2-28).
A nação de Israel começou a ser reconhecida como tal depois de 430 anos habitando no Egito. Primeiramente, como convidados de faraó, por intermédio de Zafenate-Panéia, o governador de alimentos do Egito, que na verdade era José, o 11º filho de Jacó, e que tinha como mãe a Raquel, a esposa preferida de seu pai. Depois, como cativos no Egito.
Com o passar dos anos e com a fertilidade dos israelitas, o seu número foi se tornando maior do que o número de habitantes egípcios. Isso fez com que os nobres egípcios levassem ao faraó a idéia de exterminar e de escravizar os israelitas, para que eles não se tornassem mais fortes do que os egípcios e passassem a dominá-los. Eles temiam ainda que, no caso de haver uma guerra entre o Egito e uma nação vizinha, e os israelitas se aliassem aos seus inimigos, certamente que o Egito seria dominado. Assim, o Egito passou a escravizar e a exterminar gradativamente os israelitas, até que no ano de 1.298 AC, Deus comissionou a Moisés, o grande legislador, para libertar os hebreus do cativeiro egípcio.
A Bíblia Sagrada nos traz, pelo menos, oito listas das 12 tribos de Israel, originárias dos 12 filhos varões do patriarca Jacó, a saber: 1-Gênesis 35.22-27; 2-Gênesis 46.8-27; 3-Gênesis 49.3-27; 4-Êxodo 1.1-6; 5-Números 1.5-17; 6-Números 13.4-16; 7-Ezequiel 48.1-27; 8-Apocalipse 7.4-8.
Na oitava lista, em Apocalipse 7.4-8, as 12 tribos de Israel são: 1-Judá (v.5). 2-Rubem (v.5). 3-Gade (v.5). 4-Aser (v.6). 5-Naftalí (v.6). 6-Manassés (v.6). 7-Simeão (v.7). 8-Levi (v.7). 9-Issacar (v.7). 10-Zebulom (v.8). 11-José (v.8). 12-Benjamim (v.8). 
A tribo de Dã, embora constante das sete primeiras listas, foi excluída da oitava desde o Êxodo, por ser uma tribo muito desobediente a Moisés. Dela foi profetizado que sairia o Anticristo. Mas, Deus prometeu que depois da Batalha do Armagedom, após a morte do Anticristo, no Milênio, Ele restauraria a tribo de Dã (Gênesis 49.17; Ezequiel 48.1).
A tribo de Efraim, embora também conste nas sete primeiras listas, também foi excluída da última lista, em razão da idolatria do seu povo. Além da idolatria, a tribo de Efraim misturou-se com outros povos. Portanto, em razão de seus pecados, a tribo de Efraim acabou por ficar fora da última lista. No entanto, pela misericórdia de Deus, a tribo de Efraim também será restaurada, logo após a Batalha do Armagedom, no Milênio (Oséias 4.17; 9.11; 13.1; Ezequiel 48.5,6).
Na última lista, as tribos e Efraim e de Dã foram substituídas pelas tribos de José e de Levi. José substituiu a Efraim e Levi substituiu a Dã, respectivamente. A tribo dos levitas foi à tribo dos sacerdotes. O profeta Moisés descendeu da tribo de Levi. Ainda uma última observação: na sétima lista (Ezequiel 48.1-27), os nomes de Levi (os levitas) e de José (vendido no Egito) foram substituídos pelos nomes de Manassés e de Efraim, seus filhos. Mas, na última lista esses nomes reaparecem (Apocalipse 7.4-8).
Depois de libertados por Moisés, os hebreus vagaram por 40 anos no deserto, até que começaram a se instalar na Terra Prometida. Nessa época, a nação era dirigida diretamente por Deus, através de um profeta designado por ELE, que também servia como juiz do povo. O primeiro profeta de Deus e juiz de Israel foi Moisés e o último foi Samuel. Mas, o povo de Israel desejava ser “igual às outras nações da terra, que tinham um rei sobre si”. Assim atendendo ao pedido o povo israelita, Deus mandou que o profeta Samuel ungisse a Saul (filho de Cis) como o primeiro rei de Israel.

Personagens Bíblicos - Noé, o segundo repovoador da Terra


O termo “Noé”, em hebraico, significa: “Consolo”. E, em aramaico significa “Descanso”. Noé era filho de Lameque, e o sétimo na linhagem de Adão, através de Sete. Nasceu no ano de 2.970 AC, ou seja, 126 anos após a morte de Adão. Após dar-lhe o nome de Noé, o seu pai, Lameque, disse: “__Este nos trará consolo (ou descanso) dos nossos trabalhos e da dor de nossas mãos, que resulta do solo que Deus amaldiçoou” (Gênesis 5.28-31). O mundo em que Noé vivia estava degenerado. Os anjos caídos (demônios), que haviam sido expulsos dos Céus, juntamente com Lúcifer (Satanás), e lançados no firmamento (céu da terra) pelo arcanjo Miguel, tomaram formas de homens e engravidaram as belas mulheres da terra, gerando filhos que se tornaram verdadeiros gigantes, além de “homens de fama” (Gênesis 6.1-4; Judas 1.6).
E assim, toda a raça humana estava ficando a cada dia mais decadente. Então, Deus escolheu o único homem que continuava justo na face da terra, para através dele remir e purificar a humanidade: Noé (Gênesis 6.8,9, 22). Deus estabeleceu um tempo para destruir a raça humana, através do dilúvio (Gênesis 6.3). 20 anos depois, nasceu Jafé, o primeiro filho de Noé, no ano de 2.470 AC. Dois anos depois, em 2.468 AC, nasceu-lhe o segundo filho: Sem. Tempos depois, nasceu lhe o terceiro filho, Cão. Noé tinha mais de 500 (quinhentos) anos, quando gerou seu primeiro filho (Gênesis 5.32). Esses três filhos já eram adultos e casados, quando se deu o dilúvio na terra.
Deus deu as instruções para que Noé construísse uma arca, para que ele e sua família pudessem ser salvos do dilúvio vindouro. Deus recomendou ainda que Noé separasse algumas espécies de animais de animais, que deveriam ser salvos, para a recuperação da nova fauna terrestre (Gênesis 6.1-22). Assim, enquanto Noé e seus familiares construíam a Arca, Noé pregava aos habitantes da terra sobre o futuro dilúvio, exortando-os ao arrependimento, para que assim pudessem entrar na Arca e salvar as suas vidas. Porém, o povo não acreditou em Noé e em suas palavras. E, zombavam dele e de sua família (Gênesis 7.1-16; Hebreus 11.7; 12.1).
Então, sete dias antes das águas do dilúvio começar a cair, Deus mandou que Noé colocasse dentro da Arca os seus familiares e os animais escolhidos, e lacrou toda a Arca. E assim, choveu por 40 dias e por 40 noites sobre toda a terra (Gênesis 7.1-16; Lucas 17.27). Então Deus, por meio do dilúvio, destruiu a parte da raça humana que estava corrompida, e através de Noé e de sua família, preservou o fio da vida humana e da vida animal. Noé registrou todos os eventos do período em que esteve no interior Arca (Gênesis 7.11-24; 8.2-14). A “Arca de Noé” posou, após o dilúvio, no Monte Ararat. Ao sair da Arca, Noé ofereceu um holocausto a Deus, agradecendo pelo grande livramento (Gênesis 8.18-22). E assim, Deus abençoou a Noé e aos seus familiares, e determinou que eles tratassem do repovoamento da terra (Gênesis 1.28; 9.1-7; 10.32).
E, como selo uma promessa de que jamais voltaria a destruir a terra por meio d’água, com outro dilúvio, Deus colocou um sinal no Céu: o arco-íris, que aparece toda a vez que chove mais fortemente. Com isso, Deus reafirma ao homem que não mais haverá dilúvio sobre a face da terra (Gênesis 9.8-17; Isaías 54.9). Noé viveu 350 anos após o dilúvio. Quando o dilúvio começou, Noé tinha 600 anos, dois meses e 17 anos de vida.
Então, após o dilúvio, Noé plantou uma vinha. E dela extraiu vinho. E depois, embebedou-se com o vinho que fabricara. E com isso, aconteceu o primeiro pecado após o dilúvio. Com a sua bebedeira, Noé ficou sem roupa. E, embriagado, adormeceu em sua tenda. Então, houve um ato de desrespeito a ele por parte de seu neto Canaã, filho de Cão, seu terceiro filho. Ao perceber o ato de desrespeito de seu filho Canaã para com o seu avô Noé, Cão, o “filho mais moço”, foi contar o que acontecera aos seus dois irmãos mais velhos: Sem e Jafé. Não há registro na Bíblia de que Cão tenha aplicado alguma reprimenda em seu filho Canaã, pelo desrespeito ao avô. O relato bíblico leva-nos a crer que Cão foi apenas relatar o fato aos dois outros irmãos, Sem e Jafé, que tomaram de uma capa e foram cobrir o pai adormecido no leito, procurando não lhe ver a nudez (Gênesis 9.20-23).
Ao acordar, Noé ficou sabendo dos fatos, e amaldiçoou o seu neto Canaã, pelo desrespeito praticado, assim como abençoou a Sem e Jafé, por tê-lo coberto, da seguinte forma: “Maldito seja; Canaã! Servo dos servos seja aos seus irmãos. E, bendito seja o Senhor de Sem, e seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem, e seja-lhe Canaã por servo” (Gênesis 9.24-27). E, essa maldição realmente teve efeito, o que demonstra que tanto bênçãos quanto maldições proferidas por nossos pais, seguramente funcionam. Canaã tornou-se o patriarca de todas as raças africanas, de cor negra, as quais se tornaram escravas em toda a face da terra. Ao todo, Noé viveu 950 anos.

Personagens Bíblicos - Agar, a serva egípcia


Agar era uma serva egípcia que foi dada a Sara (esposa de Abraão), pelo faraó do Egito, quando esta morava no palácio real. Tempos depois, ao descobrir que Sara era a esposa de Abraão, e não irmã deste (conforme fora informado), faraó a expulsou do palácio e do Egito, permitindo que ela levasse tudo o ele lhe havia dado. Sara levou Agar consigo, juntamente com os outros criados. Assim, Abraão conduziu sua comitiva para a região de Canaã.
Passados alguns anos, Sara começou a ficar impaciente por não ver cumprir-se a promessa de Deus, de que ela teria um filho com seu esposo Abraão. Ela continuava estéril. Em razão disso, Sara pediu que Abraão passasse a dormir com Agar, até que esta engravidasse. E, quando ela tivesse o filho de Abraão, Sara o criaria como se fosse seu, tentando dessa forma “dar uma ajudazinha para o cumprimento da promessa de Deus”.
Embora a contragosto, Abraão concordou com Sara e adotou Agar como concubina. Meses depois ela engravidou. Com a gravidez, Agar passou a menosprezar a sua ama Sara, humilhando-a por causa de sua esterilidade. Aborrecida com a atitude de Agar, Sara foi reclamar a Abraão, que lhe deu plena liberdade para agir com Agar da maneira que lhe aprouvesse. Assim, Sara passou a maltratá-la, a ponto de Agar fugir (grávida e sozinha) para o deserto, a fim de livrar-se das perseguições de sua ama. Cansada, com sede e fome, Agar foi refugiar-se numa fonte chamada de “Laai-Roi”, localizada entre Cades e Berede, a caminho de Sur. Desesperada, clamou a Deus por socorro. Deus enviou um anjo para confortá-la. O anjo aconselhou que ela voltasse para o acampamento de Abraão, pedisse perdão à sua ama pelas suas atitudes, e mudasse o seu comportamento para com ela. Após, o anjo informou que ela teria um filho, a quem daria o nome de “Ismael”, e que seria o patriarca duma grande nação, por ser da descendência de Abraão (Gênesis 16.1-16).
Assim fez Agar. Foi perdoada por Sara e voltou ao convívio normal no acampamento de onde fugira. Quando seu filho nasceu, recebeu o nome de Ismael. A palavra “Ismael” em hebraico significa “Deus escuta!”. E, em aramaico significa “Deus ouve!”. Ismael nasceu no ano de 1.932 AC. Seu pai Abraão tinha 86 anos nessa época (Gênesis 16.1-4; 11-16).
Treze anos depois do nascimento de Ismael, nasceu Isaque, filho de Sara com Abraão. Quando Isaque completou cinco anos, seu pai deu um grande banquete, para comemorar a desmama do filho legítimo. Então, Sara percebeu que Ismael (já com 18 anos), caçoava do irmão caçula. Irritada com o fato, Sara pediu que Abraão expulsasse Agar e seu filho do acampamento, mandando-os para o deserto. Embora apreensivo com o futuro dos dois, Abraão atendeu ao pedido da Sara e despediu mãe e filho. Deu-lhes pão e um odre de água e os mandou para o deserto de Berseba (Gênesis 21.8-14).
Depois de vagar por vários dias pelo deserto, Agar ficou desesperada quando acabou o pão e a água. Quase desfalecendo de fome e sede, encaminhou-se com o filho para debaixo de um arbusto, e clamou a Deus por misericórdia (Gênesis 21.14-16). 
Logo apareceu um anjo do Senhor que disse para Agar e seu filho não temerem, pois Deus seria com eles. O anjo informou que Agar veria seu filho tornar-se líder de uma grande nação, pois ele seria um grande guerreiro. Em seguida, o anjo mostrou aos dois um poço d’água, oculto pelos arbustos, de onde eles beberam e encheram o odre com aquela água cristalina. Após, caminharam até a região de Parã, nas proximidades do Egito, onde se instalaram. Com o tempo, Ismael tornou-se um grande arqueiro, e casou-se com uma jovem egípcia, que lhe deu vários filhos. E Agar, sua mãe, tornou-se uma senhora da alta sociedade egípcia (Gênesis 21.17-21).
Com o tempo, Ismael tornou-se o governador da região de Parã, e seus filhos tornaram-se líderes de várias tribos, que hoje formam as nações árabes. Em Ismael também se cumpriu a promessa de Deus a Abraão, de que “a sua descendência tornar-se-ia uma grande nação, tão numerosa quanto às estrelas do céu” – (Gênesis 15.5).
Assim como Jacó (seu sobrinho, filho de seu irmão Isaque), Ismael gerou doze varões, que se tornaram patriarcas das doze tribos “ismaelitas”. Os árabes são descendentes diretos dos ismaelitas. Os doze filhos de Ismael que geraram essas tribos foram: 1-Nabaiote (o primogênito). 2-Quedar. 3-Adbeel. 4-Mibsão. 5-Misma. 6-Dumá. 7-Massá. 8-Hadar. 9-Tema. 10-Jetur. 11-Nafis. 12-Quedemá. Os ismaelitas habitaram toda a região de Havilá, Sur, e uma parte de Assur (que tempos depois veio a tornar-se a Assíria). Ismael morreu com 136 anos, e foi enterrrado com grandes homenagens pelo seu povo (Gênesis 25.12-18).

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Personagens Bíblicos – Sara, a mãe duma multidão


Sara era esposa de Abrão, o qual veio a tornar-se conhecido mundialmente como: “Abraão, o Pai da Fé”. Ela também era sua meio-irmã (naquela época era permitido o casamento de meio-irmãos, ou seja, irmãos por parte apenas de pai ou de mãe) e dez anos mais jovem que ele. Ao nascer ela recebeu o nome de “SARAI”, que em aramaico significa “Contenciosa”, e em hebraico tem o significado de “Princesa”. Abrão casou-se com ela quando morava na cidade de “UR DOS CALDEUS”. Porém, ela demonstrou ser estéril. Enquanto morou em UR não deu filhos a Abrão. Quando tinha 60 anos o acompanhou na mudança para Harã, levando todos os bens e servos do casal. Essa mudança ocorreu pelo fato de Deus ter falado com Abrão e prometido que se ele abandonasse aquela região e a sua parentela, seria abençoado com uma grande porção de terra e com muitos descendentes. Obedecendo a esse chamado de Deus, Abrão mudou-se com Sarai, seus criados, um sobrinho e todos os seus bens para a região de Harã (Gênesis 11.28-30; 17.15-17; 18.11; Isaías 51.2; Romanos 4.19; Hebreus 11.11).
Cinco anos depois, Abrão e Sarai mudaram-se novamente, de Harã para Canaã. Habitaram na região cananita de Siquém, ocuparam toda a região montanhosa ao leste de Betel assim como a sua periferia. Somente saíram da região quando uma grande seca os obrigou a buscar refúgio no Egito (Gênesis 12.1-10). Apesar da idade, Sarai era ainda muito bonita. Isso fazia com que os homens a cobiçassem. Isso também ocorreu no Egito, quando alguns ministros aconselharam ao faraó que a tomassem como concubina. Eles ainda ignoravam que Sarai era esposa de Abrão. Muitos achavam que ela era apenas irmã dele (o que era meio-verdade). Ao saber do interesse do faraó por Sarai, e temendo ser assassinado pelos egípcios, para lhe tomarem a esposa, Abrão pediu-lhe que se identificasse como “sua irmã”. Ela concordou. E assim foi levada ao palácio real, a fim de preparar-se para ser concubina do faraó egípcio. Para isso, ela recebeu do faraó muitos presentes valiosos, além de vários servos. Porém, logo adveio uma grave enfermidade sobre o faraó, que o deixou prostrado. Em princípio, seus médicos, conselheiros e adivinhos não conseguiram detectar a causa da doença. Só algum tempo depois é que descobriram que Sarai era, na verdade, esposa de Abrão. Furioso por ter sido enganado, o faraó devolveu Sarai a Abrão, e o expulsou do Egito, mandando que levasse tudo o que tinha dado a ela, inclusive os servos. Com isso, Abrão saiu do Egito mais rico do que entrara (Gênesis 12.11-20).
Saindo do Egito, Abrão voltou a morar em Canaã. Certa noite ouviu a voz de Deus, que reiterou a promessa que lhe havia feito em UR DOS CALDEUS, e mudou seu nome de Abrão para Abraão, que quer dizer: “Pai duma Multidão” (em aramaico) e “Pai Exaltado” (em hebraico). Mudou também o nome de Sarai para Sara, que significa: “Mãe duma Multidão”. 
Anos depois, Abraão resolveu mudar-se para as proximidades das cidades de Cades, Sur e Gerar. Abimeleque, rei de Gerar, ao ver Sara encantou-se por ela, e resolveu tomá-la por concubina, assim como já o fizera o faraó do Egito. Novamente, com medo de ser morto por causa de Sara, Abraão usou da mesma estratégia anterior, e permitiu que sua esposa fosse morar no palácio de Abimeleque. Com o rei aconteceu o mesmo que já acontecera com o faraó do Egito: adoeceu gravemente. Descoberta a causa, Abimeleque expulsou Abraão e sua comitiva das proximidades de Gerar. Porém, gratificou regiamente a Sara pelo tempo que ela tinha servido no palácio, e a Abraão por ter sido privado da esposa nesse período. Deu a ambos muitos bens materiais e vários servos. E, como sinal de que Sara era uma mulher valiosa, honrada e fiel ao esposo, Abimeleque entregou a Abraão mil peças de prata (o equivalente a 2.200 dólares), a título de indenização pelo estorvo do marido (Gênesis 20.1-18).
Mais uma vez, Abraão voltou a morar na região de Canaã. Sara estava inconformada com o fato de ainda não ter gerado um filho. Ela lembrava sempre a Abraão que o motivo de terem deixado UR DOS CALDEUS fora a promessa de Deus, feita a Abraão, de que ele “seria pai duma grande nação”. Já havia se passado quinze anos da promessa. Ela estava com 75 anos e não conseguia engravidar. Chegou a pensar que Deus havia-se esquecido da promessa, a ponto de sugerir que Abraão tomasse a sua serva egípcia (Agar) como concubina, a fim de com ela gerar o “filho da promessa”. Embora relutante no início, Abraão acabou aceitando a proposta, e passou a dormir com Agar. Não demorou muito e Agar engravidou, dando-lhe um filho que se chamou “Ismael”. Porém, este não era o filho prometido por Deus a Abraão e Sara (Gênesis 16.1-16).
Após a ocorrência de muitos percalços por causa dessa “ajudazinha” que Sara quis dar a Deus para recebimento da promessa divina, eis que ela finalmente engravidou, já na idade de 90 anos. E, teve um filho de Abraão, ao qual deu o nome de “Isaque”, que significa “Riso” (em hebraico) e “Sorriso” (em aramaico). Esse era o verdadeiro “filho da promessa divina”. Foi ele quem gerou Esaú e Jacó. Por sua vez, Jacó gerou os doze filhos varãos que seriam os patriarcas das doze tribos de Israel. Um pouco antes de engravidar, Abraão e Sara receberam a visita de três anjos do Senhor, que lhes traziam a mensagem de que Sarah logo engravidaria. Ao ouvir isso, Sara riu, pois não acreditava que pudesse ser mãe com aquela idade. Os anjos a repreenderam por duvidar de Deus, e Sarah ficou muito temerosa. Mas, como sempre, Deus cumpriu a promessa no tempo que lhe aprouve. E, hoje vemos na nação de Israel a marca Deus, que é fiel em todas as Suas promessas.

Personagens Bíblicos – Abraão, o pai da fé


Abraão era filho de Tera, um descendente da tribo de Sem (filho de Noé). Ele nasceu 352 anos após o dilúvio, ou seja, no ano 2.018 AC. Tinha dois irmãos: Naor e Arã. Abraão nasceu na cidade de “Ur dos Caldeus”, quando seu pai tinha 130 anos de idade. Ali viveram até que Abraão e seus irmãos alcançassem a maioridade e se casassem com mulheres daquela terra. Arã foi o primeiro a casar-se, e gerou um homem e duas mulheres: Ló, Milca e Iscá. Mas, Arã veio a falecer enquanto seu pai ainda era vivo. Anos depois, Abraão casou-se com Sara. E, Naor casou com Milca (sua sobrinha, filha de Arã). Com o passar dos anos, Tera resolveu mudar-se com sua família para Canaã, e assim o fez. Então fixou residência em Harã, uma cidade da região de Canaã. Ao todo, Tera viveu 230 anos, vindo a morrer em Harã, onde foi sepultado (Gênesis 11.26-32).
Ur dos Caldeus (a cidade natal de Abraão) era uma próspera metrópole situada na confluência dos rios Tigre e Eufrates. Era localizada a sudoeste, e distante 240 km de Babel ou Babilônia (cidade construída por Ninrode, que ficou famosa pela inacabada Torre de Babel). Na época de Abraão, Ur estava mergulhada na mais completa idolatria. Sua população adorava ao deus pagão SIN (que significava “deus-lua”), que era o padroeiro da cidade (Josué 24.2-4). 
Pouco tempo depois da morte de Tera, Abraão foi chamado por Deus para deixar aquela localidade e toda a sua parentela, e mudar-se para uma terra distante, que Deus a daria a ele e aos seus descendentes. Na época, Abraão tinha 75 anos de idade, e não tinha filhos, pois sua mulher (Sara) era estéril. Assim, Abraão se fez acompanhar da mulher e de toda a sua criadagem, além dos seus rebanhos, para empreender essa longa viagem. O seu sobrinho Ló decidiu acompanhá-lo. Reuniu os seus bens materiais, chamou sua mulher, os seus criados e se juntou à comitiva de Abraão. Assim, partiram em direção à região de Siquém, onde habitavam os cananitas. Ali, depois de uma longa jornada, a comitiva acampou nas proximidades dum carvalho, num lugar denominado Moré (Gênesis 11.30; 12.1-6).
Enquanto estava acampado em Moré, Deus apareceu a Abraão e lhe disse que aquela terra em que pisava já fazia parte da sua futura possessão. Em agradecimento ao aparecimento de Deus e à sua promessa, Abraão edificou ali um altar e rendeu graças ao Senhor (Gênesis 11.7). Em seguida, partiu com a sua comitiva em direção a uma montanha localizada ao oriente de Betel e ao ocidente de Aí, cidades localizadas ao sul do Egito (Gênesis 11.8,9).
Tempos depois, começou a reinar fome naquela região. Abraão decidiu ir com sua comitiva para o Egito, onde havia muita fartura. Ali chegando, percebeu que a sua mulher atraía a atenção dos homens da terra, em razão de sua grande formosura. Assustado com o fato, e temeroso de ser morto pelos egípcios, por causa de sua mulher, Abraão orientou Sara a não revelar o fato de ser sua esposa, e que dissesse ser sua irmã, no que foi atendido. A esse pedido de Abraão a Sara, podemos dizer que houve uma “meia-mentira” ou “meia-verdade” (como se isso fosse possível, pois mentira é sempre mentira, quer seja ela grande ou pequena), vez que Sara era meio-irmã de Abraão. Entre os homens que se encantaram com a beleza de Sara, estava o faraó do Egito. Assim, este se tornou amigo de Abraão, e lhe deu muitas vacas, ovelhas, camelos, jumentos, servos (homens e mulheres) para que ele permitisse que sua “irmã” fosse morar no palácio real, aonde faraó pretendia tomá-la por concubina. Abraão atendeu-lhe o pedido. Porém, antes que faraó tocasse em Sara, foi acometido por uma grave enfermidade, que o deixou prostrado numa cama. Numa busca desesperada em saber o que lhe havia causado tal enfermidade, faraó veio a descobrir que Abraão lhe mentira, e que Sara era, na verdade, esposa do mesmo. Indignado, faraó mandou chamar Abraão, e depois de ter-lhe aplicado uma descompostura verbal pela mentira, devolveu-lha a mulher e mandou que fosse embora do Egito, levando tudo o que lhe dera. Assim, Abraão recuperou Sara e saiu do Egito mais rico do que entrara (Gênesis 12.10-20).
Depois de longa caminhada e muitos acontecimentos (descritos em Gênesis 13.1-14.17), Abraão chegou à cidade de Salém, cujo rei era Melquisedeque. Além de rei, Melquisedeque era um sacerdote do Deus Altíssimo. Em razão disso, Abraão entregou a Melquisedeque o dízimo de tudo o que possuía (Gênesis 14.18-24). Não demorou muito, e mais uma vez Deus falou com Abraão, deste feita prometendo-lhe um filho (Gênesis 15.1-21). Porém, com o passar dos anos, Sara (mulher de Abraão) começou a ficar ansiosa, pois já estava idosa e não dava sinais de gravidez. Chegou a pensar que Deus havia esquecido a promessa feita a ela e seu marido. Então, querendo dar uma “ajuda a Deus”, ofereceu a Abraão a sua serva Agar, para que este a engravidasse, e assim ela teria “o filho prometido” através de sua escrava egípcia. Assim, Abraão e Agar geraram a Ismael (Gênesis 16.1-15). Ao final, a experiência demonstrou ser desastrosa, pois tempos depois Abraão foi obrigado a expulsar Agar e Ismael do meio do seu povo. E, como se não bastasse, ao crescer, Ismael tornou-se o patriarca de todas as nações árabes, que são os maiores inimigos dos israelitas (descendentes de Isaque e Jacó).
Porém, no momento oportuno, Deus cumpriu a promessa feita a Abraão e a Sara, que geraram Isaque. Este, por sua vez, gerou Esaú (Edom) e Jacó. Esaú gerou os edomitas. Dele saíram os “sheiks” e “xeques” das muitas nações orientais. E, Jacó gerou os israelitas, através dos seus doze filhos: Rubem, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, Dã, Naftali, Gade, Aser, José e Benjamim (Gênesis 29.32-30.24; 35.16-19).
Depois da morte de Sara, Abraão casou com Quetura, que lhe deu seis filhos: Zinrã, Jocsã, Medã, Midã, Isbaque e Suá. Esses foram os ancestrais de vários povos ao norte da Arábia, que moravam ao sul e ao leste da Palestina (Gênesis 25.1-4). 
Desta forma, Abraão tornou-se dono de vasta extensão de terra no hemisfério oriental, e teve oito filhos que fizeram com que a sua descendência se tornasse tão numerosa, que é praticamente impossível contá-la nos dias de hoje. E, Deus cumpriu todas as promessas que fez a ele, que ficou conhecido mundialmente como “O Pai da Fé”. Isso nos mostra que Deus é fiel em suas promessas e que vale à pena ao homem NELE depositar toda a sua fé.

Ramsés II, o Faraó do Egito


Ramsés II era filho do faraó Seti I e da rainha Tuya. Ele era o faraó do Egito na ocasião em que Moisés (o Grande Legislador) liderou a libertação dos hebreus do cativeiro egípcio. Viveu 90 anos e reinou por 67 (de 1.279 a 1.213 AC). Também ficou conhecido como “Ramsés, o Grande”, pois foi o faraó mais poderoso do Egito, o que reinou mais tempo e viveu mais do que os outros faraós. Teve sete esposas: 1-Nefertari (a rainha); 2-Isitnefert; 3-Maathomeferurê; 4-Meritamom; 5-Bentanath; 6-Nebettawy; 7-Henumitirê. E dez filhos varões: 1-Amenófis-Amenoteph (o primogênito); 2-Amen-herkhepeshef; 3-Ramsés III; 4-Paraherwenemef; 5-Khaemuaset; 6-Merneptá; 7-Meryatum; 8-Bentanath; 9-Meritamon; 10-Nebettawy. Além dessas esposas oficiais, teve várias concubinas, e muitos outros filhos varãos e varoas. Dizem os egiptólogos que ele deixou cerca de 200 filhos.
Originariamente, Ramsés II não era de origem nobre. Porém, foi o terceiro rei da XIX dinastia egípcia, que teve início com seu avô Ramsés (I), que foi general do faraó Horemheb (o último rei da XVIII dinastia), que o nomeou seu sucessor, com o título de Ramsés I. Depois veio Seti I (o segundo na sucessão), e Ramsés II (o terceiro). Seu sucessor foi Merneptá (o sexto filho), em razão da morte prematura dos cinco primeiros. Amenófis (o primogênito) morreu por ocasião da décima praga lançado por DEUS sobre o Egito: “a morte dos primogênitos”.
A rainha Nefertari casara com Ramsés II dez anos antes da morte do sogro: Seti I. Deu-lhe seis filhos: Amenófis, mais dois varões e três varoas. Ela morreu no 24º ano do reinado do marido, e foi enterrada num suntuoso túmulo no “Vale das Rainhas”. Era a esposa preferida do rei.
Durante o seu reinado, Ramsés II empreendeu várias campanhas militares. Na época, seus principais inimigos foram os hititas (turcos), os sírios, os palestinos, os cananeus e os fenícios. Destes, os inimigos mais ferrenhos eram os hititas (Turquia). Ramsés II venceu a todos e instalou a paz no Egito e nas nações circunvizinhas, que durou cerca de 50 anos (até a sua morte). Na área cultural, Ramsés II foi o faraó que mais mandou construir monumentos majestosos. Deve-se a ele o velho adágio popular de: “obras faraônicas”. Mandou construir uma nova capital para o Egito, ao qual deu o nome de “PI-RAMSÉS” (ou “PER-RAMSÉS”), que significa “Casa de Ramsés”.
No entanto, a maior batalha enfrentada por esse faraó foi contra os hebreus. Não se tratou duma batalha campal, com uso de armas ou de guerreiros. Foi uma batalha espiritual, com sérios reflexos no campo material. Todos os egípcios sofreram terrivelmente com as dez pragas lançadas por DEUS sobre a nação por DEUS, em consequência de Ramsés II não atender ao pedido de Moisés para que libertasse os hebreus do cativeiro. É interessante observar que os descendentes de Jacó passaram a ser conhecidos mundialmente como “hebreus” a partir do Egito. Na língua egípcia o termo “hebreu” significa “povo dalém do Jordão”. Como os hebreus eram “estrangeiros” no Egito, receberam essa denominação, que perdurou ao longo dos séculos.
Retrocedendo no tempo, à época do nascimento de Moisés (o Grande Legislador) no Egito, podemos verificar que o pai de Ramsés II (Seti I) havia expedido um decreto que determinava a morte de todos os varãos hebreus nascidos naquela época. Os egípcios temiam que os hebreus pudessem aliar-se a alguma nação inimiga, caso o Egito viesse a guerrear com uma nação vizinha. Além dos mais, os hebreus eram mais férteis do que os egípcios, e o rápido crescimento da nação hebreia era assustadora para os egípcios. Porém, a mãe de Moisés (Joquebede) conseguiu salvá-lo, pois fabricou um cesto de vime, vedou-o com betume e o colocou no rio Nilo (com Moisés dentro). Tal cesto foi parar no local aonde a princesa Henutmire (filha de Seti I) tomava banho, com algumas criadas. Ela era casada com o general egípcio Disebek, e não tinha filhos. Encantada com aquele achado, Henutmire criou Moisés como se fosse seu legítimo filho, dando-lhe a educação digna de um verdadeiro príncipe. Mirian (a irmã de Moisés) seguira o cesto, através do Nilo, e informou à Joquebede aonde ele estacionara, e o que acontecera. Assim, Joquebede ofereceu-se para ser a ama-de-leite de Moisés, no quem foi aceita. Desta forma, foi à própria mãe legítima de Moisés quem o amamentou quando criança.
Moisés e Ramsés II foram criados juntos, como príncipes do Egito. O primeiro como “filho” da princesa Henutmire, “neto” de Seti I e “sobrinho” de Ramsés II. Este como filho do faraó e irmão da “mãe” de Moisés. Ao crescer, Moisés tomou conhecimento de sua história e da sua verdadeira origem. Matou um egípcio para salvar um escravo hebreu (que estava sendo surrado) e teve que fugir do Egito, para escapar da sentença de morte. Passou 40 anos em Midiã, aonde casou (com Zípora, filha de Jetro Reuel) e gerou dois filhos (Gérson e Eliezer). Quando voltou ao Egito, para libertar os hebreus do cativeiro, quem reinava era Ramsés II. Daí começa a narrativa dos textos de Êxodo 7.19-12.36, no Velho Testamento, da Bíblia Sagrada.
Nessa época, as dez pragas que assolaram o Egito foram: 1-As águas do rio Nilo se transformaram em sangue (Êxodo 7.19-25); 2-A praga das rãs (Êxodo 8.1-15); 3-A praga dos piolhos (Êxodo 8.16-19); 4-A praga das moscas (Êxodo 8.20-32); 5-A praga da morte dos animais (Êxodo 9.1-7); 6-A praga das úlceras ou feridas (Êxodo 9.8-12); 7-A praga do fogo ou saraiva (Êxodo 9.22-35); 8-A praga dos gafanhotos (Êxodo 10.1-20); 9-A praga das trevas ou escuridão (Êxodo 10.21-29); 10-A morte dos primogênitos (Êxodo 11.1-10; 12.29-36). Após a última praga, com a perda do próprio filho, Ramsés II libertou os hebreus, que saíram o Egito em direção à Terra Prometida (Canaã). Ramsés II morreu em 1.213 AC, aos 90 anos de idade e ainda como faraó do Egito. Moisés morreu aos 120 anos, no alto do cume de Pisga, localizado no monte Nebo, nas proximidades da Terra Prometida (Deuteronômio 34.1-12).

Personagens Bíblicos - Seti I, o pai de Ramsés II


Seti I era filho de Ramsés I e da rainha Tiya, do Egito. Sua esposa real era Tuya (filha do tenente egípcio Raya), com quem teve quatro filhos (dois varões e duas varoas): 1-Clear (o primogênito), que morreu ainda jovem; 2-Tiya-Sitre; 3-Ramsés II (que sucedeu o pai no trono egípcio); 4-Henutmire (irmã de Ramsés II e mãe adotiva de Moisés). A dinastia “Raméssida” teve início com o faraó Ramsés I (pai de Seti I). E perdurou até a morte da rainha-faraó Tauseret. Foi a XIX dinastia egípcia.
Foi Seti I quem emitiu o decreto que determinava a morte de todas as crianças hebreias, do sexo masculino. Moisés (o Grande Legislador) nasceu nessa época e foi salvo por sua mãe (Joquebede), que o escondeu num cesto de vime, lacrado com betume, e colocou-o nas águas do rio Nilo, em direção ao palácio real. Ali, Moisés foi recolhido pela princesa Henutmire, que o criou como filho. Quando criança, Moisés foi contemporâneo de Ramsés II.
Nos anos em governou o Egito, Seti I buscou igualar e superar os feitos militares de dois grandes faraós da XVIII dinastia: Tutmés III e Amenófis III. Para isso ele empreendeu uma campanha militar contra a cidade síria de Kadesh, conquistando-a. Em seguida invadiu a província de Amurru (em território hitita). Empreendeu por seis anos várias incursões à Palestina, conquistando todo o território invadido. Ampliou os domínios egípcios e reconquistou algumas cidades dominadas pelos inimigos, em reinados anteriores. Ao final, consolidou seu domínio sobre a Síria, a Líbia e a Núbia. Quando Ramsés II substitui o pai no trono, o Egito era a nação mais poderosa da Terra.
A XIX dinastia egípcia teve oito faraós: 1-Ramsés I; 2-Seti I; 3-Ramsés II; 4-Merneptá (Merneptah); 5-Amenemás; 6-Seti II (Seti-Meremptah); 7-Siptá (Siptah); 8-Tauseret (Towsret, a rainha faraó). Não foi apenas a rainha-faraó Tauseret quem fez história na realeza egípcia. Outras mulheres tiveram destaque na nobreza da nação, como Hatshepsut; Nefertari, Nefertiti; Cleópatra, e outras. Vejamos:
1-TAUSERET - (Towsret, a rainha faraó): pertenceu à XIX dinastia egípcia. Foi casada com Seti II (Seti-Meremptah), assumindo o trono com a morte do marido. O seu nome significa “Poderosa”, e também era descendente de Ramsés II.
2-HATSHEPSUT: a filha mais velha do faraó Tutmés I (ou Tutmósis I) e da rainha Amósis, e pertencia à XVIII dinastia egípcia. Reinou por 22 anos, ou seja, de 1.479 a 1.458 AC. Seu reinado foi de paz e de prosperidade para a nação egípcia. Foi casada com Tummés II (seu meio-irmão, a quem sucedeu no trono) e foi sucedida por Tutmés III (seu filho). Ela nasceu em 1.508 AC e morreu em 1.458 AC (aos 50 anos de idade).
3-NEFERTARI: foi esposa de Ramsés II (filho de Seti I) e contemporânea de Moisés (o grande legislador). Nasceu em 1.290 AC e morreu em 1.254 AC.
4-NEFERTITI: esposa de Aquenáton (Amenófis IV) nasceu em 1.370 AC e morreu em 1.330 AC. Foi mãe de seis filhos: 1-Meritaton; 2-Meketaton; 3-Anchesenamom; 4-Nefereneferuaten Tasherit; 6-Setepenré. Pertenceu à XVIII dinastia egípcia.
5-CLEÓPATRA: foi a mais famosa dentre todas as rainhas do Egito. Era filha de Ptolomeu XII com sua irmã, e a última da dinastia ptolomaica, que governou o Egito após a Grécia ter invadido aquele país. Ela subiu foi coroada aos 17 anos de idade, após a morte do pai, e teve que dividir o trono com seu irmão, Ptolomeu XIII (com quem casou), e depois, com Ptolomeu XIV. Ela tinha uma grande preocupação com o luxo da corte e com a vaidade. Costumava enfeitar-se com joias de ouro e outras pedras preciosas que encomendava de artesãos ou ganhava de pessoas próximas e familiares.
 A luta pelo poder entre ela e seus irmão gerou uma forte instabilidade política e econômica para o Egito. Diante disso, ela acabou exilada e decidiu pedir o auxílio de Roma (atual Itália). Sedutora e extremamente inteligente, ela sabia utilizar-se muito bem do poder que detinha. Num plano audacioso e arriscado, ela enviou a si própria, embrulhada dentro de um tapete, como presente a Júlio César. Após desenrolar-se do tapete, seu argumento foi tão ousado quanto seu plano, ao dizer que havia ficado encantada com as histórias amorosas de César e assim queria conhece-lo. Tornaram-se amantes e ele a ajudou assassinar seu irmão em 51 AC. Após isto, ela tornou-se a rainha e foi para Roma, onde deu a luz a Cesarion.
Cleópatra retornou à terra natal após o assassinato de César, em 44 AC. Ainda mais ambiciosa, ela tomou conhecimento da posição importante que Marco Antônio se encontrava na Anatólia, que ocupava o cargo de governador da porção oriental do Império Romano. Estimulada pela ambição que lhe era comum, a rainha seduziu este outro romano, iniciando com ele um relacionamento amoroso em 37 AC. 
Durante o período que estiveram em Alexandria, ela deu dois filhos a Marco Antônio que, em troca, devolveu-lhe os territórios de Cirene e outros, que até aquele momento, estavam sob o domínio do Império Romano. A atitude de Marco Antônio, que se deixava dominar cada vez mais pelo poder de sedução da rainha, devolvendo-lhe as terras que haviam sido conquistadas pelo Império Romano, incomodou de tal forma o Senado romano, que, este, declarou guerra a ambos. Após serem derrotados por Otávio na batalha naval de Ácio, ambos cometeram suicídio, tendo Cleópatra se deixado picar por uma serpente, em Alexandria, no ano 30 AC. Após isto, o Egito voltou ao domínio romano.

Personagens Bíblicos - Lameque, o primeiro bígamo da Terra


Lameque era filho de Metusael (descendente da Caim). Era da sexta geração do primogênito de Adão: 1-Caim; 2-Enoque; 3-Iraque; 4-Meujael; 5-Metusael; 6-Lameque. Ele foi o primeiro homem a casar-se com duas mulheres: Ada e Zilá. Ada deu-lhe dois filhos varãos: Jabal e Jubal. E, Zilá deu-lhe um casal de filhos: Tubal-Caim e Naamá. JABAL foi o precursor de todos os que moram em tendas e criam gado: os nômades e os boiadeiros. JUBAL foi o patriarca de todos os que tocam harpa, órgão e outros instrumentos (os músicos e os instrumentistas em geral). TUBAL-CAIM tornou-se mestre em todas as obras de ferro e de cobre, e foi o precursor dos metalúrgicos, ourives, ferreiros, serralheiros e afins. NAAMÁ (sua irmã) dedicou-se às lides do lar, como varoa que era (Gênesis 4.17-22).
Assim como o seu ancestral Caim, Lameque tinha um instinto assassino. Certa feita ela reuniu suas duas mulheres e lhes contou, jactando-se do feito: __Ada e Zilá! Ouvi a minha voz! Vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito: Porque eu matei um varão por me ferir e um mancebo por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado! Mas, Lameque o será setenta vezes sete (Gênesis 4.23,24).
Assim, podemos perceber que toda a descendência de CAIM era geneticamente corrompida. Daí, DEUS resolveu trazer o DILÚVIO sobre a face da Terra, com a finalidade de purificá-la. Senão, vejamos:
1-Gênesis 6.5-8: E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má, continuamente. Então, arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração. E disse o SENHOR: __Destruirei de sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até ao animal, até o réptil e até à ave dos céus; porque me arrependo de havê-los feito! Porém, Noé achou graça aos olhos do Senhor. EXEGESE: A maldade humana multiplicou-se na terra através da descendência de Caim, ao ponto de DEUS desejar exterminar a humanidade. Porém, pelo fato de Noé agir como um justo, o Senhor resolveu preservar a ele e a sua semente, para repovoarem a terra. Observe-se que Noé não era da descendência de Caim, e sim da descendência de Sete (o terceiro filho de Adão e Eva).
2-Gênesis 6.1-4: E, aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas. Viram os “filhos de Deus” que as “filhas dos homens” eram formosas; e tomaram para si de todas as mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: __Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne. Porém, seus dias serão cento e vinte anos. Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os “filhos de Deus” entraram às “filhas dos homens” e delas geraram filhos. Estes eram os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama. EXEGESE: Com a violência e a iniquidade generalizada na face da terra, ficou fácil e atrativo aos “filhos de Deus” (demônios ou anjos caídos) assumir corpos humanos e cohabitarem com as “filhas dos homens”. Desse desequilíbrio genético advieram os “gigantes da terra”, fruto dessa união despropositada, e não recomendada por DEUS.
3-Gênesis 4.19-22: E tomou Lameque para si duas mulheres: o nome duma era Ada e o da outra era Zilá. E Ada teve a JABAL: este foi o pai dos que habitam em tendas e têm gado. E o nome de sue irmão era JUBAL: este foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão. E Zilá também teve a TUBAL-CAIM: mestre de toda a obra de cobre e de ferro. E a irmão de TUBAL-CAIM foi NAAMÁ. EXEGESE: O bígamo Lameque não seguiu a vontade divina e trilhou o caminho da iniquidade. Mesmo com seus filhos tornando-se grandes especialistas e mestres em suas áreas de atuação, a sociedade por eles formada tornou-se corrompida e distante dos parâmetros determinados por DEUS.
No entanto, não devemos confundir LAMEQUE (filho de Metusael e descendente de Caim) com outro LAMEQUE (este filho de Metuselá ou Matusalém) descendente de Sete (terceiro filho de Adão e Eva). Este LAMEQUE foi o pai de Noé (o patriarca posdiluviano) e avô de Sem, Cão e Jafé (Gênesis 4.17-26; 5.25-32). Da mesma forma também não devemos confundir ENOQUE (o primogênito de Caim), com ENOQUE (o primogênito de Jarede), da descendência de Sete. Enoque (filho de Jarede, neto de Maalalei, bisneto de Quená, trineto de Enos e tetraneto de Sete) foi o primeiro homem que não passou pela morte física, pois foi arrebatado aos Céus. Ele foi o tetravô de Noé (o patriarca do dilúvio). Enquanto isso o filho primogênito desse Enoque (Metuselá ou Matusalém) viveu 969 anos, e foi o homem de maior longevidade na História da Humanidade (Gênesis 5.1-32).
Também houve uma cidade chamada de “ENOQUE”, a qual foi construída por Caim e pelo seu primogênito Enoque (Gênesis 4.17). Dentro desde contexto não devemos ignorar que ENOS (o primogênito de Sete) deu continuidade ao ministério da adoração a DEUS iniciado pelo seu finado tio ABEL (Gênesis 4.25.26). No entanto esse culto não foi seguido pelos seus descendentes, excetuando-se Enoque (filho de Jarede e neto de Maalalei) e Noé (filho de Lameque, neto de Metuselá (Matusalém) e bisneto de Enoque) – (Gênesis 5.24; 6.8).

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Personagens Bíblicos - Caim, o primogênito de Adão


Caim foi o primeiro filho de Adão e de Eva. Ele nasceu depois que o casal foi expulso do Jardim de Éden. Em hebraico, a palavra “Caim” significa “Aquisição”. E, em aramaico significa “Algo Produzido”. Quando Caim nasceu Eva exclamou: __Alcancei do Senhor um varão! Não demorou muito, e Eva teve outro filho de Adão, a quem deu o nome de Abel. Em hebraico, Abel significa “Vaidade”. E, em aramaico “Exalação”. Tempos depois, Adão e Eva tiveram o terceiro filho varão, que foi chamado de Sete. Em hebraico, “Sete” significa “Compensação”. E, em aramaico significa “Renovo”. Também nasceram de Adão e de Eva algumas filhas, as quais não foram denominadas pela Bíblia Sagrada (Gênesis 4.1,2, 16,17; 5.4).
Ao crescer, Caim tornou-se lavrador, enquanto o seu irmão Abel tornou-se pastor de ovelhas. Em determinada época, Caim e Abel resolveram oferecer um holocausto ao Senhor Deus, como remissão de pecados. Assim, Abel trouxe o primogênito dos seus cordeiros, o melhor dos seus rebanhos para o sacrifício, enquanto Caim trouxe frutos da terra.
Ora, a remissão de pecados exige derramamento de sangue. Portanto, a oferta de Abel estava correta. Mas, a de Caim estava totalmente fora do propósito Divino. Assim, Deus recebeu a oferta de Abel. Porém, recusou a de Caim. E, isso o deixou furioso com Deus e com inveja de seu irmão Abel (Gênesis 4.3-7).
Assim, Caim planejou assassinar o seu irmão caçula. Encontrou-o trabalhando no campo e o matou. Depois, ao ser inquirido por Deus quanto ao paradeiro de seu irmão, Caim respondeu com evasivas, tentando despistar ao próprio Deus. Em razão disso, foi amaldiçoado pelo Senhor e mandado para terras distantes do Jardim do Éden, de onde era vizinho (Gênesis 4.8-12).
Ao ser mandado embora daquela região, Caim argumentou com Deus de que estaria à mercê de qualquer um dos seus parentes que o encontrassem, ou até mesmo de estrangeiros, vez que qualquer um deles poderia matá-lo impunemente. Para evitar isso, Deus determinou que “aquele que matasse Caim, sete vezes seria castigado”. E, colocou um sinal em Caim, para que o não ferisse qualquer pessoa que o encontrasse (Gênesis 4.13-15).
Assim, Caim saiu daquela terra e foi habitar num lugar chamado Node, na banda oriental do Jardim do Éden. Passados alguns anos, a família de Adão crescera bastante. Havia muitos adultos entre os filhos de Adão e de Eva e dos descendentes de Sete, após a morte de Abel e do exílio de Caim. Posteriormente, Caim veio a casar-se e foi pai de Enoque. Depois, Caim construiu uma cidade, a qual deu o nome de seu filho: “Cidade de Enoque”. Porém, a Bíblia Sagrada não esclarece se a esposa de Caim, mãe de Enoque, foi uma de suas irmãs, filha de Adão e de Eva, ou uma de suas sobrinhas, filha de seu irmão Sete (Gênesis 4.16,17).
Portanto, na história de Caim e de Abel, temos o registro do primeiro homicídio ocorrido na face da terra. Caim foi o homicida e Abel a sua vítima. A descendência de Caim foi formada por homens que se distinguiram pela pecuária nômade, por tocarem instrumentos musicais e por forjarem ferramentas de metal. Muitos deles ficaram conhecidos pelo uso exagerado da violência e pela prática desenfreada da poligamia.
Na genealogia de Caim, a Bíblia Sagrada registra o seguinte: 1-Caim foi o filho primogênito de Adão e o pai de Enoque. 2-Enoque foi o filho de primogênito de Caim e neto de Adão. Enoque foi o pai de Irade. 3-Irade foi o filho primogênito de Enoque, neto de Caim e bisneto de Adão. Irade foi o pai de Meujael. 4-Meujael foi o filho primogênito de Irade, neto de Enoque, bisneto de Caim e tataraneto de Adão. Meujael foi o pai de Metusael. 5-Metusael foi o filho primogênito de Meujael, neto de Irade, bisneto de Enoque e tataraneto de Caim. Metusael foi o pai de Lameque. Lameque foi o filho primogênito de Metusael, neto de Meujael, bisneto de Irade e tataraneto de Enoque. De Adão até Lameque foram sete gerações. Lameque desposou duas mulheres: Ada e Zila (Gênesis 4.18, 19).
Ada teve dois filhos de Lameque: Jabal e Jubal. Jabal, o primogênito, foi o patriarca de todos os moradores de tendas e criadores de gado (Gênesis 4.20). Jubal, o caçula, foi o patriarca de todos os músicos que tocam harpa e órgão (Gênesis 4.21).
Zila, a outra esposa de Lameque, teve dele um casal de filhos: Tubal-Caim e Naamá. Tubal-Caim foi o patriarca e o mestre de todos os que trabalham com cobre e com ferro. A sua irmã Naamá foi uma operosa dona-de-casa.
Certo dia, Lameque reuniu suas duas mulheres e os seus filhos e disse: “__Ada e Zila, mulheres de Lameque, escutai o que vos digo! Porque eu matei um varão por me ferir, e um mancebo (rapaz) por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado. Porém, eu, Lameque, serei vingado setenta vezes sete” (Gênesis 4.23,24).
No entanto, a linhagem de Caim, o primogênito de Adão, terminou com o advento do Dilúvio, nos tempos do patriarca Noé. Quanto à palavra “CAIM”, posteriormente serviu para denominar uma das cidades conquistadas pelos israelitas, na Terra Prometida. Essa cidade foi destinada à tribo de Judá e ficava localizada a seis quilômetros a sudeste de Hébron. Atualmente, a antiga “Cidade de Caim” é identificada com o nome de “En-Nebi Yaqin” (Juízes 15.57).

Crispo: o Presidente da Sinagoga


CRISPO era o presidente da sinagoga da cidade grega de Corinto. Ele converteu-se ao Cristianismo e foi batizado pelo apóstolo Paulo. A seguir, os seus familiares também se converteram e foram batizados. Na língua grega, “CRISPO” tem o significado de “CRESPO” (Atos 18.8; 1ª Coríntios 1.14).
SINAGOGA era a denominação que se dava ao prédio aonde se realizavam as assembleias dos judeus, para praticarem o Judaísmo. Era considerado um lugar sagrado, aonde também eram tratados assuntos importantes ligados à religião e à vida social, moral e política do povo judeu. O uso das sinagogas teve início durante o ministério dos profetas Esdras e Neemias, e estendeu-se até a presente data. Ainda existem muitas sinagogas nos lugares em que habitam os judeus seguidores do Judaísmo. É nas sinagogas aonde os judeus ortodoxos lêem o “TORAH” e aplicam seus ensinamentos.
As sinagogas tinham presidentes ou superintendentes, que as dirigiam. Também tinham ajudantes ou assistentes, que auxiliavam o líder na execução de sua liturgia. Quando veio o Cristianismo, a instalação das Igrejas primitivas baseava-se na metodologia das sinagogas. Durante o seu ministério terreno, Jesus Cristo visitou muitas sinagogas, e nelas pregou as suas Boas Novas. Paulo e outros discípulos de Jesus também fizeram o mesmo, seguindo o exemplo do Grande Mestre (1ª Coríntios 14.31-35; 2ª Coríntios 9.1-5; 1ª Timóteo 2.11,12; 3.8-10; Lucas 4.20).
Para os judeus, as sinagogas também eram utilizadas como tribunais. Ali eram discutidas e resolvidas as mais variadas questões. Era também aonde se prolatavam e aplicavam as sentenças judaicas, como açoites, banimentos, execuções e outras. Por outro lado, nas Igrejas Cristãs não se aplicavam esses tipos de castigos aos seus membros. Quando ocorria a necessidade dum cristão impenitente ser disciplinado, a pena ia de repreensão ao banimento (exclusão) da Igreja. Jamais o açoite ou a pena de morte. Obviamente que, com sua conversão ao Cristianismo, Crispo deixou o Judaísmo e passou a frequentar uma Igreja Cristã local.
Para os cristãos, a IGREJA é a assembleia do povo de DEUS. No Novo Testamento, a palavra “IGREJA” é utilizada em dois sentidos: 1-A IGREJA INVISÍVEL: é o corpo místico de Cristo, formado por quem o recebe como único e suficiente Salvador; 2-A IGREJA VISÍVEL: é a reunião dos cristãos, com o objetivo de adorar a Deus. 
Dentro desse contexto, entende-se que a IGREJA tem o poder e o direito de se fazer obedecer. A Igreja de Cristo tem autoridade para atuar em diversas áreas, desde que ela siga os preceitos estabelecidos pelo seu fundador, o próprio Jesus Cristo. E esses preceitos estão preconizados na Bíblia Sagrada. Assim, a Igreja local é uma comunidade de fiéis residentes num determinado lugar, que se reúnem para adorar a DEUS, e cumprir as ordenanças dadas pela Grande Comissão de Jesus Cristo.
Daí surge a Igreja Institucional e/ou Organizada, que é representada diante da sociedade politicamente organizada. Portanto, essa Igreja é formal e visível. E como tal deve ter: constituição, governo, doutrina, disciplina e membresia. Então, vejamos:
1-Constituição da Igreja: é o conjunto de leis fundamentais e supremas elaboradas pelo ministério eclesiástico, tendo como base a Bíblia Sagrada, que estabelece qual deve ser a postura da Igreja frente ao mundo e os poderes seculares.
2-Governo da Igreja: é o sistema administrativo que tem por objetivo conduzir os assuntos da comunidade cristã em relação a seus membros e aos poderes constituídos.
3-Doutrina da Igreja: é o conjunto de princípios extraídos das Sagradas Escrituras que tratam da origem, função, organização, ordenança e destino final da Igreja.
4-Disciplina da Igreja: é o regimento interno livremente aceito pela comunidade cristã, que tem como objetivo a preservação da boa conduta e da imagem dos que se declaram membros da Igreja de Cristo.
5-Membresia da Igreja: é o conjunto de fiéis oficialmente arrolados como membros duma Igreja local, com direitos e deveres pertinentes àquela comunidade cristã. Para ingressar na Membresia duma Igreja Cristã o candidato deve apresentar sua profissão de fé e submeter-se ao batismo nas águas, preferencialmente por imersão. Daí em diante deve seguir os princípios estabelecidos pela Bíblia Sagrada.

Personagens Bíblicos - Bar-Jesus, o falso profeta


Bar-Jesus era um judeu-grego nascido em Pafos, e que morava na ilha de Chipre. Seu nome era Elimas Bar-Jesus, e atuava como “mágico” naquela região. Também era feiticeiro e falso profeta, que gozava de um grande prestígio junto à corte de Sérgio Paulo, o procônsul romano em Pafos, tendo sido nomeado conselheiro real e sacerdote do “culto de adivinhação”. Na língua grega, o termo “BAR-JESUS” significa “Filho de Jesus”. Ora, JESUS não teve filhos carnais. Portanto, até o sobrenome de Elimas era falso (Atos 13.6).
Assim, com o falso profeta, Bar-Jesus era totalmente contra o Cristianismo, a ponto de caluniar os cristãos, visando prejudicá-los perante o governo romano, a quem servia. Quando Paulo de Tarso, José Barnabé e João Marcos chegaram àquela região, pregando o Evangelho, Bar-Jesus sentiu-se ameaçado em seu poder de influência sobre os habitantes locais. Temeroso de que cessassem ou diminuíssem os seus lucros, passou a atacar verbalmente os três missionários. Assim, quando o procônsul sentiu-se interessado em ouvir a pregação de Paulo, Barjesus demoveu-o do intento, difamando inflexivelmente os três obreiros (Atos 13.7,8).
Numa dessas ocasiões, enquanto Paulo falava para uma multidão, chegou Sérgio Paulo com a sua comitiva. Enquanto Paulo falava, Bar-Jesus buscava desacreditá-lo publicamente. Num certo momento, Paulo olhou fixamente para Bar-Jesus, e falou: __Ó, filho do Diabo! Cheio de todo o engano e de toda a malícia. Inimigo de toda a justiça. Não cessarás de perturbar os caminhos retos do Senhor? Eis aí, pois, agora contra ti a mão do Senhor! Ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo!
No mesmo instante, a escuridão caiu sobre os olhos de Elimas Bar-Jesus, que começou a andar a esmo, buscando quem o guiasse pela mão. Ao ver o ocorrido, o procônsul creu na pregação de Paulo e no poder de DEUS, e naquele momento tornou-se cristão. Depois disso, Paulo deixou Pafos e dirigiu-se à cidade de Perge, na região da Panfília, dando continuidade ao seu ministério (Atos 13.9-3).
Quanto à cidade de PAFOS, localizava-se na costa oeste da ilha de Chipre. Era usada como a sede local do governo romano. Tinha um porto marítimo denominado de BAFO, que ficava a 1,5 km duma cidade chamada CTIMA. Tempos depois (no ano 49 AD) José Barnabé e João Marcos voltaram a visitar aquela região, já sem a companhia de Paulo (Atos 15.36-39).
Já a ILHA DE CHIPRE localizava-se ao nordeste do Mar Mediterrâneo, a 70 km da costa da Cilícia (na Ásia Menor), e a 100 km da costa da Síria. Era a terceira maior ilha do Mediterrâneo, depois da Sicília e da Sardenha. A ilha de Chipre tinha uma área de 160 km de comprimento, por 97 km de largura, e possuía uma faixa estreita de terra que se estendia por 72 km no lado nordeste da ilha. A região sudoeste era montanhosa, e nela eleva-se o Monte Olimpo (ou Monte Tóodos), com 1.951 m de altitude. Antes de chamar-se de Chipre (pelos gregos e pelos romanos) a ilha chamara-se de “QUITIM”. Era famosa por sua riqueza de minerais, principalmente o cobre. Também produzia excelente madeira, principalmente o cipreste, que era muito usado em fabricação de navios e outras embarcações. São famosas as suas exportações de madeira para o reino de Tiro. A palavra portuguesa “COBRE” deriva do termo grego “KY-PROS”, que significa “CHIPRE” (Isaías 23.1-12; Daniel 11.30; Ezequiel 27.2-6). 
Antes de tornar-se domínio romano, a ilha de Chipre fora dominada pela Grécia, após a vitória de Alexandre Magno (ou Alexandre, o Grande) na batalha de Isso, em 333 AC. Alexandre a tomou dos medos e dos persas. Com a morte de Alexandre, o grande império grego foi divido entre quatro dos seus generais: Ptolomeu, Cassandro, Lisímaco e Seleuco.
Nessa divisão, a ilha de Chipre coube ao general Ptolomeu, que passou a governar a partir do Egito. Assim, Chipre foi anexada aos domínios egípcios, até que foi conquistada pelos romanos em 58 AC. O missionário José Barnabé (um dos companheiros do apóstolo Paulo) nasceu no Chipre, razão pela qual conhecia tão bem aquela região (Atos 4.36).

Personagens Bíblicos - Agripa II, o rei de Cálcis


Agripa II era filho do rei Agripa I com a rainha Cipros. Assim como o seu pai, seu nome também era Herodes Agripa. Era bisneto de Herodes, o Grande. Tinha três irmãs: Berenice, Drusila e Mariamne III. Com uma delas (Berenice), ele manteve uma relação incestuosa. Tal relação teve início logo depois dela ter-se divorciado do rei da Cilícia. Essa relação espúria com a irmã recebia severas críticas da sociedade local, principalmente dos judeus (Atos 24.24; 25.13; Levítico 18.9; Deuteronômio 27.22).
Quando seu pai morreu, ele tinha 17 anos. Com tal idade, o imperador Cláudio o julgou ainda muito jovem para reinar. Assim, designou outros tetrarcas para suceder o seu pai, e permitiu que ele permanecesse em Roma, para concluir os estudos e o aprendizado sobre a Política. Anos depois, Cláudio o nomeou rei de Cálcis, em substituição a Herodes Agripa (irmão de Agripa I e tio de Agripa II), que havia falecido. Após ter reinado algum tempo sobre Cálcis (com o título de Agripa II), ele foi designado rei sobre duas grandes tetrarquias: Filipe e Lisânias (Lucas 3.1).
Como rei da Judeia, Agripa II foi designado pelo imperador romano como supervisor da construção do Templo de Jerusalém. Também recebeu o encargo de escolher e nomear os sumos sacerdotes judeus. Quando substituiu Cláudio como imperador de Roma, Nero ampliou os domínios governados por Agripa II: deu-lhe as regiões de Tiberíades e de Tariqueia (ambas na Galileia), e de Júlia (em Pereia), além das aldeias adjacentes.
Agripa II buscava manter a paz em seus domínios, e tentava apaziguar os judeus, que sempre estavam ameaçando uma rebelião contra o domínio romano. Visando manter uma vigilância constante sobre o povo judeu, mandou construir um anexo no palácio real em Jerusalém, que desse uma visão global sobre o pátio do Templo. Assim, ele e seus oficias veriam as atividades dos judeus naquele lugar. Inconformados com tal fato, os judeus construíram um novo muro no Templo, o qual impedia essa visão palaciana.
Quando Agripa II tentou destruir tal muro, os judeus apelaram para Nero. Agripa II solicitou a intermediação de Festo (outro tetrarca da Judeia), para reforçar sua posição perante o imperador. Festo era cunhado de Agripa II, por ter-se casado com sua irmã Drusila. Porém, Nero atendeu ao pedido dos judeus, e ordenou que o muro fosse mantido. Com isso, Agripa II caiu no desagrado geral dos judeus. E a possibilidade de rebelião contra o governo romano tornou-me mais evidente, principalmente entre os anos 66 a 70 AD.
Com isso Agripa II parou de tentar agradar aos judeus, e voltou-se integralmente para Roma e seus desígnios. Finalmente, no ano 70 AD foi deflagrada a rebelião judaica, o que fez com que Jerusalém fosse invadida pelo exército romano, que sob o comando do general Tito, destruiu a cidade e matou os sacerdotes do Templo. Com a invasão de Jerusalém pelos romanos, Agripa II e Berenice foram morar em Roma, aonde ele recebeu o cargo de pretor (magistrado). Ele faleceu no ano 100 AD e não deixou filhos.
Quanto ao general Tito (que comandou a invasão e destruição de Jerusalém) não deve ser confundido com outro Tito (citado no Novo Testamento). Este era um cristão grego que auxiliou o apóstolo Paulo, na pregação do Evangelho. Tito acompanhou Paulo e Barnabé à Antioquia, visando esclarecer a questão da circuncisão, no ano 49 AD. Em 55 AD ele foi enviado por Paulo para Corinto, a fim de organizar e liderar uma coleta financeira para auxiliar os cristãos necessitados da Judeia, além de esclarecer o teor da 1ª Carta que Paulo enviara aos Coríntios (Atos 15.1,2; Gálatas 2.1-3; 2ª Coríntios 2.13; 18.1-6; 12.7,18).
Tempos depois, Tito acompanhou Paulo e Timóteo na Obra Missionária pela Grécia. Ele permaneceu algum tempo em Creta, para organizar a Igreja local, enquanto Paulo e Barnabé seguiam para Nicópolis. Dali, Tito foi encontrar-se novamente com Paulo, que desta feita o enviou para a Dalmácia, a fim de organizar o trabalho evangelístico naquela localidade. Enquanto isso, Paulo seguiu para Roma, a fim dedar continuidade ao seu ministério (2ª Coríntios 7.6-15; 8.6-23; Tito 1.4,5; 3.12; 2ª Timóteo 4.10).

Personagens Bíblicos - Agripa I, o tetrarca romano


Agripa I foi nomeado tetrarca duma região denominada “Felipe”, pelo então imperador romano Caio César Calígula. TETRARCA era a denominação de cada um dos quatro reis ou governadores duma região dominada por Roma. TETRARQUIA era cada uma das quatro partes em que dividiam as províncias, regiões ou territórios conquistados pelos romanos. Agripa I tinha uma irmã chamada Herodias, que era casada com outro tetrarca romano, de nome Antipas.
Após a nomeação de seu irmão (Agripa I) como tetrarca, Herodias repreendeu o seu marido (Antipas), alegando que ele não obtivera sua nomeação para um reinado maior que a tetrarquia, em razão de sua própria indolência administrativa. Argumentou que seu irmão nunca tivera posto de governante, e galgara tal posição sem muita dificuldade, enquanto que ele (seu marido) estava há muitos anos na posição de tetrarca, sem receber nenhum outro cargo de maior importância.
Influenciado por Herodias, Antipas foi a Roma solicitar a Calígula um posto maior que o tetrarcado. Calígula não gostou da solicitação, por julgá-la ambiciosa e imerecida. Mesmo porque, nessa época corria um boato de que Antipas tinha-se aliado a Sejano (romano que tinha conspirado há vários anos contra o imperador Tibério César) e aos partos (antigos inimigos de Roma). Tal aliança não agradava ao imperador romano.
Assim, Agripa I foi consultado sobre o assunto, vez que era cunhado de Antipas. Aproveitando o ensejo, Agripa I confirmou tal suspeita ao imperador Calígula, que não só destronou Antipas do seu tetrarcado, como o baniu de Roma, enviando-o para servir na cidade de Lião, na Gália (depois França). Parte dos territórios que foram governados por Antipas (Galiléia e Peréia) foram anexados ao tetrarcado de Agripa I, como prêmio pelo seu testemunho.
Por ser irmã de Agripa, Herodias tinha a possibilidade de escapar ao desterro do marido. Ela poderia permanecer em Roma, caso o seu irmão pedisse tal favor ao imperador. Porém, ela ficou tão revoltada com a atitude do irmão, ao acusar o seu marido, que acompanhou Antipas na mudança. Tempos depois, Antipas foi transferido da Gália para a Espanha, aonde veio a falecer. Com sua morte, toda a sua fortuna, assim como a de Herodias (sua viúva) foram transferidos para Agripa I.
É interessante observar que Herodias foi a responsável por duas grandes desgraças na vida de Antipas. Primeiramente, antes de assumir Herodias como esposa, Antipas foi casado com a filha de Aretas, rei da Arábia, cuja capital era a cidade de Petras. Numa de suas viagens a Roma, Antipas visitou seu meio-irmão Herodes Filipe, o qual era casado com Herodias. Antipas apaixonou-se por Herodias, e vice-versa. Essa paixão resultou em adultério, fazendo com que Antipas levasse a cunhada para a sua tetrarquia, aonde se divorciou da filha de Aretas, para casar-se com Herodias. O repúdio da filha por Antipas fez com que a Aretas declarasse guerra a Antipas, e invadisse o seu território. Nessa época quem governava o império romano era Tibério César, que socorreu Antipas enviando tropas contra Aretas, vencendo-o, e expulsando-o do território sob a dominação romana. Porém, a partir dessa época, Antipas passou a perder seu prestígio perante Tibério e seus sucessores, o que veio a agravar-se durante o reinado de Calígula.
Quanto a Agripa I, ele estava em Roma quando Calígula foi assassinado, em 41 AD. Assim, ele teve a oportunidade de negociar com o senado romano a nomeação de seu amigo Cláudio como sucessor de Calígula. A negociação deu certo. Em gratidão, no novo imperador Cláudio ampliou o poder de Agripa I, dando-lhe o reinado das regiões de Lisânias, da Judéia e de Samaria. Com isso, Agripa I passou a reinar sobre uma região quase tão extensa quanto a que fora governada pelo seu avô: Herodes, o Grande.
Com o aumento de seu prestígio junto a Cláudio, Agripa I pediu ao imperador a nomeação de seu irmão (também chamado Herodes, a exemplo do avô) para o reinado de Cálcis, uma pequena região localizada na encosta oeste da Cordilheira do Antilíbano. 
Durante o seu reinado, Agripa I foi bem aceito pelos judeus, por sua descendência asmoneia, em razão de ser neto de Mariamne (uma das esposas do rei Herodes, o Grande). E também pelo fato de ter-se declarado adepto do Judaísmo. Porém, ao mesmo tempo em que agradava aos judeus, ele perseguia os cristãos. Foi o mandante da execução de Tiago (irmão de João) e da prisão do apóstolo Pedro (Atos 12.1-29). 
Porém, o fim do reinado e da vida de Agripa I ocorreu de forma trágica: durante uma solenidade em homenagem ao imperador romano, na cidade de Cesareia, Agripa I proferiu um discurso público em que basicamente declarava-se um “deus”. Tal discurso não agradou aos presentes. Em especial, às caravanas dos emissários das cidades de Tiro e de Sídon, que estavam em Cesareia para celebrar um tratado de paz com ele. Houve exclamações de discórdia ao discurso de Agripa I. Ele sentiu-se mal, foi retirado da tribuna pelos seus assessores, e adoeceu gravemente. Dias depois veio a falecer prematuramente, com o corpo repleto de vermes (Atos 12.1-23).
A morte de Agripa I ocorreu no ano 44 AD. Ele tinha 54 anos de idade. Havia reinado por três nãos sobre toda a Judeia, Samaria e Lisânias. Deixou quatro filhos: um varão chamado Herodes Agripa (que reinaria com o título de Agripa II) e três varoas: Berenice; Drusila (que seria a esposa do governador Félix), e Mariamne III (em homenagem à sua avó). Pelo grau de parentesco, a dinastia dos “Agripa” se confunde com a dinastia dos “Herodes” (Atos 24.24; 25.13).