Abraão era filho de Tera, um descendente da tribo de Sem (filho de Noé). Ele nasceu 352 anos após o dilúvio, ou seja, no ano 2.018 AC. Tinha dois irmãos: Naor e Arã. Abraão nasceu na cidade de “Ur dos Caldeus”, quando seu pai tinha 130 anos de idade. Ali viveram até que Abraão e seus irmãos alcançassem a maioridade e se casassem com mulheres daquela terra. Arã foi o primeiro a casar-se, e gerou um homem e duas mulheres: Ló, Milca e Iscá. Mas, Arã veio a falecer enquanto seu pai ainda era vivo. Anos depois, Abraão casou-se com Sara. E, Naor casou com Milca (sua sobrinha, filha de Arã). Com o passar dos anos, Tera resolveu mudar-se com sua família para Canaã, e assim o fez. Então fixou residência em Harã, uma cidade da região de Canaã. Ao todo, Tera viveu 230 anos, vindo a morrer em Harã, onde foi sepultado (Gênesis 11.26-32).
Ur dos Caldeus (a cidade natal de Abraão) era uma próspera metrópole situada na confluência dos rios Tigre e Eufrates. Era localizada a sudoeste, e distante 240 km de Babel ou Babilônia (cidade construída por Ninrode, que ficou famosa pela inacabada Torre de Babel). Na época de Abraão, Ur estava mergulhada na mais completa idolatria. Sua população adorava ao deus pagão SIN (que significava “deus-lua”), que era o padroeiro da cidade (Josué 24.2-4).
Pouco tempo depois da morte de Tera, Abraão foi chamado por Deus para deixar aquela localidade e toda a sua parentela, e mudar-se para uma terra distante, que Deus a daria a ele e aos seus descendentes. Na época, Abraão tinha 75 anos de idade, e não tinha filhos, pois sua mulher (Sara) era estéril. Assim, Abraão se fez acompanhar da mulher e de toda a sua criadagem, além dos seus rebanhos, para empreender essa longa viagem. O seu sobrinho Ló decidiu acompanhá-lo. Reuniu os seus bens materiais, chamou sua mulher, os seus criados e se juntou à comitiva de Abraão. Assim, partiram em direção à região de Siquém, onde habitavam os cananitas. Ali, depois de uma longa jornada, a comitiva acampou nas proximidades dum carvalho, num lugar denominado Moré (Gênesis 11.30; 12.1-6).
Enquanto estava acampado em Moré, Deus apareceu a Abraão e lhe disse que aquela terra em que pisava já fazia parte da sua futura possessão. Em agradecimento ao aparecimento de Deus e à sua promessa, Abraão edificou ali um altar e rendeu graças ao Senhor (Gênesis 11.7). Em seguida, partiu com a sua comitiva em direção a uma montanha localizada ao oriente de Betel e ao ocidente de Aí, cidades localizadas ao sul do Egito (Gênesis 11.8,9).
Tempos depois, começou a reinar fome naquela região. Abraão decidiu ir com sua comitiva para o Egito, onde havia muita fartura. Ali chegando, percebeu que a sua mulher atraía a atenção dos homens da terra, em razão de sua grande formosura. Assustado com o fato, e temeroso de ser morto pelos egípcios, por causa de sua mulher, Abraão orientou Sara a não revelar o fato de ser sua esposa, e que dissesse ser sua irmã, no que foi atendido. A esse pedido de Abraão a Sara, podemos dizer que houve uma “meia-mentira” ou “meia-verdade” (como se isso fosse possível, pois mentira é sempre mentira, quer seja ela grande ou pequena), vez que Sara era meio-irmã de Abraão. Entre os homens que se encantaram com a beleza de Sara, estava o faraó do Egito. Assim, este se tornou amigo de Abraão, e lhe deu muitas vacas, ovelhas, camelos, jumentos, servos (homens e mulheres) para que ele permitisse que sua “irmã” fosse morar no palácio real, aonde faraó pretendia tomá-la por concubina. Abraão atendeu-lhe o pedido. Porém, antes que faraó tocasse em Sara, foi acometido por uma grave enfermidade, que o deixou prostrado numa cama. Numa busca desesperada em saber o que lhe havia causado tal enfermidade, faraó veio a descobrir que Abraão lhe mentira, e que Sara era, na verdade, esposa do mesmo. Indignado, faraó mandou chamar Abraão, e depois de ter-lhe aplicado uma descompostura verbal pela mentira, devolveu-lha a mulher e mandou que fosse embora do Egito, levando tudo o que lhe dera. Assim, Abraão recuperou Sara e saiu do Egito mais rico do que entrara (Gênesis 12.10-20).
Depois de longa caminhada e muitos acontecimentos (descritos em Gênesis 13.1-14.17), Abraão chegou à cidade de Salém, cujo rei era Melquisedeque. Além de rei, Melquisedeque era um sacerdote do Deus Altíssimo. Em razão disso, Abraão entregou a Melquisedeque o dízimo de tudo o que possuía (Gênesis 14.18-24). Não demorou muito, e mais uma vez Deus falou com Abraão, deste feita prometendo-lhe um filho (Gênesis 15.1-21). Porém, com o passar dos anos, Sara (mulher de Abraão) começou a ficar ansiosa, pois já estava idosa e não dava sinais de gravidez. Chegou a pensar que Deus havia esquecido a promessa feita a ela e seu marido. Então, querendo dar uma “ajuda a Deus”, ofereceu a Abraão a sua serva Agar, para que este a engravidasse, e assim ela teria “o filho prometido” através de sua escrava egípcia. Assim, Abraão e Agar geraram a Ismael (Gênesis 16.1-15). Ao final, a experiência demonstrou ser desastrosa, pois tempos depois Abraão foi obrigado a expulsar Agar e Ismael do meio do seu povo. E, como se não bastasse, ao crescer, Ismael tornou-se o patriarca de todas as nações árabes, que são os maiores inimigos dos israelitas (descendentes de Isaque e Jacó).
Porém, no momento oportuno, Deus cumpriu a promessa feita a Abraão e a Sara, que geraram Isaque. Este, por sua vez, gerou Esaú (Edom) e Jacó. Esaú gerou os edomitas. Dele saíram os “sheiks” e “xeques” das muitas nações orientais. E, Jacó gerou os israelitas, através dos seus doze filhos: Rubem, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, Dã, Naftali, Gade, Aser, José e Benjamim (Gênesis 29.32-30.24; 35.16-19).
Depois da morte de Sara, Abraão casou com Quetura, que lhe deu seis filhos: Zinrã, Jocsã, Medã, Midã, Isbaque e Suá. Esses foram os ancestrais de vários povos ao norte da Arábia, que moravam ao sul e ao leste da Palestina (Gênesis 25.1-4).
Desta forma, Abraão tornou-se dono de vasta extensão de terra no hemisfério oriental, e teve oito filhos que fizeram com que a sua descendência se tornasse tão numerosa, que é praticamente impossível contá-la nos dias de hoje. E, Deus cumpriu todas as promessas que fez a ele, que ficou conhecido mundialmente como “O Pai da Fé”. Isso nos mostra que Deus é fiel em suas promessas e que vale à pena ao homem NELE depositar toda a sua fé.
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