quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Re: Carnaval

Entre prosas, versos e iconografias afins



Arte-viva no palco da vida  

Para a atriz Sabrina Vianna

 

''Intenso!!! Qualquer dia desses

Eu vou fazer outra página mais suave''

Fabiane Braga Lima

 

Eu não existo por inteiro

Pois ao final da tarde

Quando agonizar o arrebol

Vou pôr os meus fatigados

Pés descalços

Nas areias mornas da praia

Não como uma veranista acidental

E sim como uma náufraga desterrada

Perdida e desesperada

A quem fez injúrias aos reis e rainhas

No velho mundo

***

Eu não quero existir por inteiro

Ao final da tarde

Vou ficar diante do Atlântico

E imaginar que estou no teatro mágico

Com os olhos semicerrados

Pelas luzes da ribalta  

Ouvindo o colossal zunido dos aplausos

Que vem da plateia  

Talvez Henrik Ibsen,

Talvez o pato selvagem

Quem sabe

***

Já desisti de existir por inteiro 

Ao final da tarde

Vou fazer o que nunca fiz

Pelo menos na vida adulta

Vou caminhar lentamente

 Pela orla do oceano outonal  

Como uma anti-artista qualquer

Que se mistura a plebe

Ao final da tarde

Clarisse Cristal é poetisa e bibliotecária em Balneário Camboriú, Santa Catarina  

 

 

 

O Alfa e o ómega: Portal to Doomsday

 

Encontrei as chaves perdidas de papai

Estavam lá, estáticas e bem seguras

 Na algibeira interna

 Do meu sobretudo negro 

Agora sou eu que não me encontro mais 

Acordo pelo amanhã

E contiguo a mim

Uma angustia Infinda

De ser uma outra pessoa

Alheia do que fui até a pouco

Clarisse Cristal

 

           

            Ao recobrar a consciência Grege Sanders percebeu uma movimentação das tropas. O estudante de arquitetura olhou para cima e viu um Zepelim moderno, que lentamente pendia do céu, rumo ao chão. A poucos metros uma guarnição de militares fortemente armados formaram um corredor e uma banda marcial uniforme hussardo estava postada ao lado da coluna esquerda.

            Sanders por fim recobrou totalmente a consciência, olhou para os lados e percebeu onde estava. Parecia que estava em um parque arborizado e muito bem cuidado, um coreto ao lado direito chamou a atenção. O estudante de arquitetura percebeu a fauna noturna no lugar, uma profusão variada de tribos urbanas. O que Sanders percebeu lá estavam os grafiteiros, rappers, grunges, metaleiros, rastafaris, clubbers, cosplayers, andrógenos, Drag Queens, Vintages e entre outros que Sanders não foi definir.

            Andando em grupos heterogêneos, falam uma língua que Grege desconhecia, mas ele percebeu traços da língua francesa, italiana, espanhola e uma variedade de idiomas que Sanders calculou que eram falares mediterrâneos. Uma forte dor de cabeça assolou o estudante de arquitetura e fortes zunidos pareciam querer estourar a cabeça de Sanders. O estudante de arquitetura andou cambaleando, em meio a pequena multidão e todos e todas da fauna variada estava alheia à presença dele.

            Os falares chegaram aos ouvidos de Sanders e começaram a fazer sentido. As palavras Luna, peça de teatro, triunfo, rainha Sibelly Lopez e condessa Fá Rodrigues Butler.  Sanders decidiu andar para onde a fauna notívaga estava indo. Caminhavam pela pequena rua arborizada enquanto falavam de filmes, discos, roupas, séries de TVs, programas de rádios e afins. Trocavam fitas cassete, livros de bolso, esboços de desenhos, roteiros para filmes, letras de músicas, broches e afins.

         Sanders ouviu falar das trocas que aconteciam nos trens de monotrilho, depois da avalanche tecnológica, das infestações de drogas sintécticas e explosões de crimes em zonas urbanas e regiões afastadas dos grandes centros urbanos. As viagens nos ultras velozes se transformaram o que seria uma zona de exclusão itinerante, seguras e livres das violências alta tecnologias. Devido ao magnetismo, poucos artefatos digitais e mecânicos de fato funcionavam os vagões. Sanders também ouviu os sussurros das outras zonas de exclusão, militarizadas. Onde ocorriam anomalias no espaço e tempo. Então aqueles dois universos se conectavam, se encontravam ali. 

            E caminhando para o final da ruazinha, bem iluminada, como em uma procissão, Sanders, o estudante de arquitetura em um vislumbre, foi um a entrada de um portentoso teatro antigo reformado. As colunas jônicas de mármores branca e ricamente detalhadas nas bases e no topo, os exatos trinta e três degraus. Sanders viu duas modernas estátuas de mármore destoando do estilo clássico grego, duas mulheres com rosto masculinizados, olhando em desespero agonizante uma para a outra. Afastadas por três metros, com os braços esticados querendo se unir, Sanders ficou chocado com o realismo da cena, pareciam vivas aquelas estátuas frias mármore.

            Subir as escadas e ver de perto as duas estátuas de tamanho natural reforçou o que Sanders tinha notado, eram mesmo expressivas e realista a agonia nas expressões faciais. Grege Sanders queria conhecer o artista, necessita conhecer quem concebeu as peças. Ao caminhar Grege viu um enorme portal de madeira Paolo Santo, ricamente entalhado, o estudante se perdeu nos detalhes artesanais da obra. Eram cenas de tribos ameríndias, em cenas de caça e pesca, uma cena em particular chamou a atenção de Sanders, era um homem com traços africanos descendo do céu e na outra cena o ser sobrenatural era adorado como um Deus pelos ameríndios.

            A pequena multidão apreensiva diante do mural entalhado, até o portal se abrir. Sanders parado ficou divagando se entrava ou não no teatro, a pequena multidão passou ao largo do estudante de arquitetura como se fosse a coisa mais natural do mundo. 

Fragmento do livro Sono paradoxal, de Samuel da Costa, poeta, novelista e contista em Itajaí, Santa Catarina.

Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br 

 

Na alma

 

Finalmente chegaram as férias. Férias do meio do ano, que seriam no máximo quinze dias. Os estagiários, entusiasmados, corriam de um lado para o outro. O famoso descanso, e o encontro mais que merecido, com a família. Lina parecia estar entusiasmada com o recesso.

            — Vou sentir sua falta! — Disse Ezequiel para Lina.

— Preciso ir, meus pais chegaram! — Respondeu Lina friamente, pois não correspondia ao amor que Ezequiel sentia e demostrava por ela.

Lina deixou Ezequiel para trás e foi em encontrar com os pais que estavam no corredor. A estudante de medicina abraçou seus pais, escondendo as cicatrizes do rosto, com um excesso de maquiagem. De fato, a estudante não queria mostrar-lhes suas muitas cicatrizes, que se alojavam no rosto, frutos das muitas aventuras, que viveu na Universidade.

Lina e a família, saíram do alojamento dos estudantes, andaram poucos metros e chegaram ao estacionamento público da universidade. O pai Lina reclamou do fato de ter que para o estacionamento, a mãe de Lina sorriu com o fato do marido reclamar quando ter que gastar centavos por minutos de estacionamento. Subiram no carro e ganharam a estrada.

Lina vinha de uma pacata cidade do interior. Após poucas horas a família   chegou em casa. O suor suada, fez a maquiagem de Lina correr pelo rosto, ai foi impossível esconder as cicatrizes da mãe. A mãe Lina notou as marcas assim que desceram do carro.

Então, mãe de Lina, em estado de choque, chamou a filha para uma conversa e franca e a sugestão foi uma visita a um cirurgião plástico. Um médico amigo de longa data da família de Lina, que passava férias no interior.

 Um tratamento caro, mas, que deu fim as cicatrizes alojadas na face. Lina, transformou-se numa outra mulher, sua autoestima, mudou no dia que se olhou no espelho. Enxergando assim, a bela mulher que ocultava o rosto. Sentia-se feliz com sua família, porém ao cair na casa, ela sentia uma imensa falta de Ezequiel. Não telefonou para Ezequiel como combinado. Ficaram quinze dias sem se falarem.

            Passando-se quinze dias, Lina voltou para a universidade, suas pernas estavam, trêmulas, ela suava frio. Afinal, era a saudade de Ezequiel?

— Ei, garota, ainda repartirá o dormitório com o Ezequiel? — Gritou ao longe um amigo de Ezequiel. E Lina, calou-se. — É muito ousadia tua, boa sorte pois você vai precisa! — Emendou o amigo de Ezequiel.

Lina continuou andando e ao chegar nas escadas, a estudante de medicina não se conteve e subiu as escadas correndo. Lina abriu a porta de forma intempestiva. Ezequiel, já estava no quarto, sentiu a presença de Lina e correu até ela. Ela o abraçou, matando a saudade. Naquele dia não saíram do quarto, se saciaram todos os desejos espremidos com muita paixão.

— Havia reciprocidade, naquela mistura de amor e paixão? Lembrou-se das cicatrizes, pensou calada: Já não se encontra na face. Mas, sim, na alma.

Continua...

Fabiane Braga Lima é poetisa e contista em Rio claro, São Paulo.

Contato: bragalimafabiane@gmail.com

 

 

 

 

 

 

Lina e as cicatrizes

 

 

— Não fique parado, mostre-me seus encantos! — Falou Lina ao ouvido de Ezequiel. Ezequiel, deitado ao lado de Lina, então se despiu e fizeram amor insaciavelmente a noite toda.

Um pouco antes de amanhecer, antes que a universidade acordasse, Lina foi até ao refeitório. Ela sentia-se bem lá. Como de hábito, com um caderno de anotações. Lina ouviu os estalidos de saltos altos batendo no chão, a estudante sabia quem era e o perfume confirmou quem era.  

— És uma garota que estuda muito! Será mesmo, que vale a pena todos estes sacrifícios? — Perguntou a inspetora para Lina, como se soubesse de algo que a aluna vinha escondendo.

— Não me faça perguntas, preciso de sua confiança! — Respondeu Lina com a cabeça baixa e ainda preenchendo o caderno de anotações. A inspetora deu meia volta e os estalidos do salto alto aos ouvidos de Lina eram estrondos fortíssimos. Lina resolveu voltar para o alojamento antes que o refeitório se apanhasse de estudantes e funcionários e assim ela fez.    

Lina, agora maquiada, soltou os cabelos, passando pelos corredores lotados da Universidade, os garotos assobiavam e gritavam: — Linda! Gostosa! Quero ser seu objeto de prazer. E como de costume as garotas cochichavam, não disfarçando a ira.

Ezequiel ouvia e via tudo calado, olhava cabisbaixo, morrendo de ciúmes da amada. Lina fingia não ver Ezequiel, no decorrer do dia, ela o esnobava completamente. No término das aulas, Lina pegou seu boletim de notas, determinada como era, praticamente a melhor aluna do curso. Lina, cursava medicina.  Cansada, chegou ao dormitório, no qual dividia com Ezequiel.

— Finge não me ver? Perguntou Ezequiel não escondendo a tristeza.  

— Estou exausta, realmente não te vi! — Respondeu Lina friamente e tomou rumo ao banheiro, foi tomar seu demorado banho. Depois tomou rumo do quarto e foi dormir.                      

Ezequiel insone, estava parado de pé na porta do quarto de Lina. Passou e repassou a estranha relação que desenvolveu com a estudante, suas idas e vindas, altos e baixos. Ele resolveu se deitar ao lado de Lina.

— Criamos um vínculo e faz de conta que não existe? — Falou Ezequiel para a adormecida estudante. Ezequiel passou horas sentado, ao lado dela. De fato ela parecia estar exausta!

No dia seguinte Lina, não estranhou sentir e depois ver Ezequiel deitado e dormindo profundamente ao lado dela. A estudante se levantou com o cuidado de não acordar Ezequiel. Lina foi até o banheiro, lavou seu rosto e não se preocupou em pentear o cabelo.

Ao voltar para o quarto, Lina olhou fixo em Ezequiel, que ainda estava deitado na cama.

— O que aconteceu com seu rosto? — Perguntou Lina horrorizada.

Ezequiel não respondeu, simplesmente se calou. Haviam cicatrizes ainda abertas e sangravam no resto do estudante.  — Precisa procurar um médico.

— Cale-se! Gosto das cicatrizes, me fazem lembrar, o que devo evitar. — Falou enfurecido Ezequiel e abaixou a cabeça. Lina deu meia volta e voltou para o banheiro e por lá passou um tempo para digerir a citação que estava.

Lina decidiu voltar à vida normal, como se nada estivesse fora do lugar, tomou banho e voltou para seu quarto para se aprontar para mais um dia. Lina se aprontou, passou pela porta do quarto e pouco se importou como estava e onde estava Ezequiel.

 Chegando ao refeitório, a inspetora olhou bem para ela de cima a baixo.

— Espera que saibas o que está fazendo, qualquer coisa, estarei aqui! — Disse a inspetora de forma mecânica.

   Em um dos corredores da Universidade, um garoto muito agitado, bruscamente parou Lina, era um dos amigos muito próximo de Ezequiel

— Como tem coragem de dividir o quarto...

 — Não entendi, termine a frase, ou sente medo? — Perguntou Lina, não demonstrando medo.

Continua…

Fabiane Braga Lima é poetisa e contista em Rio claro, São Paulo. Contato: bragalimafabiane@gmail.com

 

De escritora a organizadora de antologia

 

Nós como escritores sabemos muito bem da importância das Antologias e fazer parte desse processo é uma experiência gratificante. Eu posso dizer que tenho crescido anualmente e com essas experiências adquirido conhecimento. Estar na organização de uma antologia, Mulheres da Resistência, é escrever uma nova história na minha vida.

Posso dizer que não tem sido fácil, pois trabalhar no coletivo sempre nos deparamos com as divergências, conflitos de ideias e inúmeros fatores. Mas isso não deixa de ser gratificante, estou em contato com diversas mulheres que trazem consigo uma bagagem literária incrível, além das suas vivências de vida.

Eu sempre tive um objetivo de vida e vi nas antologias a oportunidade de chegar onde eu queria estar. Participando de várias antologias pela Editora Contos Livres e agora na organização da Antologia Mulheres da Resistência é um grande passo que estou dando na literatura. Uma mulher preta, ocupando um espaço antes feito por homens e pessoas brancas.

Para quem desconhece é um processo lento. Primeiro começa com o desenvolvimento da própria escrita e gradualmente conquistando espaço para mostrar o seu potencial.

Clarisse da Costa é poetisa, cronista e designer gráfico em Biguaçu, Santa Catarina. Contato: clarissedacosta81@gmail.com

 

 

 

 

 

Antologia: O céu é o limite

 

Talvez muitos não deem a devida importância para as antologias, mas elas são portas de entrada para um processo histórico e literário que amplia a nossa cultura e conhecimento. Como vemos ao longo do tempo, elas também são portas abertas para novas editoras e consecutivamente oportunidades para escritores que muitas das vezes não tiveram espaço na nossa literatura brasileira.

Claro, por serem textos curtos, as antologias e coletâneas, a análise do original se torna mais ágil de forma que o autor pode dar uma amostra do seu trabalho.

Passeando pela origem da palavra, a antologia tem como interpretação "estudo das flores". A sua etimologia originou-se do grego anthologias que quer falar "coleção de flores".

Eu como atuante em muitas antologias, chegando ao número de 20 antologias no ano de 2022, posso muito bem falar da sua importância, inclusive para nós mulheres e o nosso papel na literatura brasileira. A mulher na literatura é um grande avanço nos dias atuais. Para a sociedade cabia à mulher o seu papel de esposa, mãe e dona de casa. Uma mulher com conhecimento e estudo não era vista com bons olhos por muitas famílias.

O seu início na literatura não foi nada fácil, ocupar um espaço antes ocupado por homens é quebrar as barreiras de uma sociedade extremamente machista e opressora. Pois séculos antes da sua chegada na literatura a mulher não podia ter acesso ao conhecimento e com a sua chegada ela veio desconstruindo a literatura brasileira.

Quando a mulher branca ocupou esse espaço ela deu voz para tantas questões silenciadas dando início às transformações na literatura. Com a chegada da mulher negra na literatura essas mudanças foram além, a mulher negra trouxe questões como a sexualização da mulher, a desigualdade, as questões raciais e sociais. Essas questões trouxeram uma nova literatura brasileira, a literatura afro-brasileira.

E usar a poesia como ato de expressão e luta contra a opressão racial traz para nós mulheres negras visibilidade no mundo. Muito tem se falado da "Escrevivência". Escrever pode sim ser uma vivência de vida, onde nós mulheres damos voz para outras mulheres silenciadas pelo medo, pela violência, pela desigualdade, pelo machismo e pela opressão.

As antologias são um caminho que nos dão muitas oportunidades. Recentemente passei pelo processo de organizar uma antologia, o que me deu a chance de estar mais próxima de outras mulheres, conhecer histórias e lidar com o coletivo. Como bem sabemos não é nada fácil trabalhar no coletivo, existem muitas divergências, conflitos de ideias, enfim, inúmeras coisas. Mas posso dizer que é uma experiência gratificante, com isso vamos amadurecendo e adquirindo experiências. Eu costumo dizer que o céu é o limite com as antologias, encontramos em cada página muitas histórias, seja em versos ou prosas.

Clarisse da Costa é poetisa, cronista e designer gráfico em Biguaçu, Santa Catarina. Contato: clarissedacosta81@gmail.com

 

 

 

 

 

 

 

 

 



Em domingo, 19 de fevereiro de 2023 às 16:33:57 BRT, Rosangela Trajano <rosangelatrajano@hotmail.com> escreveu:


Olá, Marcelo!

A revista sairá depois do carnaval, logo este tema do teu poema não cai bem nesta edição.
Se ainda assim quiseres publicá-lo envias tudo, inclusive a foto, num arquivo de word.

Abraços,


From: Marcelo ESCRITOR de Oliveira Souza <marceloosouzasom@hotmail.com>
Sent: Sunday, February 19, 2023 4:18:30 PM
To: toninhobraga_cba <toninhobraga_cba@hotmail.com>; associacaointernacionalpoetasdelmundo-subscribe <associacaointernacionalpoetasdelmundo-subscribe@yahoogrupos.com.br>; portalliterario.com@gmail.com <portalliterario.com@gmail.com>; sendeirodasletras@gmail.com <sendeirodasletras@gmail.com>; marceloescritor+som1@post.blogs.sapo.tl <marceloescritor+som1@post.blogs.sapo.tl>; mail@peapaz.ning.com <mail@peapaz.ning.com>; comuidadetrema@gmail.com <comuidadetrema@gmail.com>; imperianov@gmail.com <imperianov@gmail.com>; cultive@bluewin.ch <cultive@bluewin.ch>; dado.carvalho63@gmail.com <dado.carvalho63@gmail.com>; presidenciaalbms@gmail.com <presidenciaalbms@gmail.com>; cintilardasletras@outlook.com <cintilardasletras@outlook.com>; afss1946@gmail.com <afss1946@gmail.com>; jornalavozdecavaleiro@gmail.com <jornalavozdecavaleiro@gmail.com>; pgmrevistadatarde@gmail.com <pgmrevistadatarde@gmail.com>; redlegalidade@gmail.com <redlegalidade@gmail.com>; Revista Literalivre <revistaliteralivre@gmail.com>; 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Subject: Carnaval
 
🥳Carnaval

A alegria chegou
O trio elétrico passou
A multidão também,
Alguém ficou
Caído no chão!

Uma arma de encontrão
Furou o pulmão
Todos gritando
Indo atrás da atração.

Gente de montão
Felicidade de milhão!
Em todo lugar uma transmissão!
Em outros lugares empurrão...

Ali no cantinho um chupão
Mais à frente cervejão!
O malhado valentão
Terminou na prisão,
Levou um cachação!...

Todo mundo vira multidão
Camarotes do barão
Folia bem diferente, não?
Mas também tem o folião
Dos blocos e do arrastão...
Nas cinzas ainda não basta, não!

A tristeza do cordão
Que virou cordeiro,
Trabalhou e dançou
Mas acabou sem dinheiro na mão!
Mais triste ainda quem gastou...

E nem  chegou a brilhar
Mas terminou a quarta feira
Beirando o caixão!

Esperando a reencarnação
Para voltar à folia
Com toda energia
Ver tudo recomeçar!


🥳Marcelo de Oliveira Souza,IwA
🥳2x Dr. Honóris Causa em Literatura
🥳Do Livro Confissões Poéticas
🥳Do blog http://marceloescritor2.blogspot.com
🥳Boa noie e bom carnaval!🌹🌚

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