Entre pálpebras erguidas e olhos de robôCiclos necessários; novidades estéticas; a falta que nos faz um CPF que dê baixa misteriosa em nossos boletos.Olá, assinante e colaborador(a) do RelevO. No Informe Mensal de hoje, trazemos três recados que, mesmo não lidos, vão disputar a repescagem e ao menos brigar pelo bronze nas Olimpíadas. 1.A edição de julho do RelevO foi aos Correios no dia 1º. A edição de agosto foi impressa na última sexta-feira (26) e também irá aos Correios no dia 1º do mês vigente. Mantivemos essa constância em todos os meses de 2024, apesar das oscilações de caixa. Este feito, apenas um ligeiro tropicão para a humanidade, é – para um modesto jornal de literatura – uma façanha que, tal qual os efeitos do chip instalado nos funcionários da série Ruptura, nos deixa estranhamente satisfeitos: respeitamos nossos prazos de fechamento e nos locupletamos em seguir funcionando sem acidentes. Como ressoa Samuel Taylor Coleridge, destes escritores existenciais-sugestivos que precisam de quatro ou cinco palavras para nos estarrecer, em seu “Geada à meia-noite”, “É uma calma absoluta — calma tal que chega a perturbar”. Todavia, estes dias de final de mês, entre a impressão e a entrega nos Correios, são cruciais, já que correspondem ao momento em que temos que (quem diria…) pagar os custos de envio dos exemplares. Atualmente, nossos custos oscilam entre R$ 3.000 e R$ 3.400, quase 35% de todos os custos operacionais. Não temos nenhum segredo dignos de uma live sobre os segredos do capitalismo. Também não temos um CPF que apenas nos preserve dos boletos do mundo enquanto recitamos poetas românticos. Se não pagarmos a gráfica, o jornal não roda. Se não pagarmos os Correios, o jornal não é distribuído aos assinantes. Depois deste momento em que reduzimos a nossa aura a -10, que tal assinar o RelevO? 2.Para a nossa sorte e o consequente azar de Bolívar Escobar, designer, pesquisador e escritor que colabora conosco há quase dez anos, o RelevO está passando por uma revolução estética. Nas últimas duas edições, contando com agosto, inserimos elementos que facilitam e ampliam a experiência de leitura do periódico. Nas palavras do nosso ombudsman Zeh Gustavo, em sua última coluna,
Abaixo, a título demonstrativo e inquestionável, dividimos a capa e a página 2 da edição de agosto: 3.Se tudo correr bem em nossa esteira literária, até o próximo dia 3, publicaremos a edição #52 da Latitudes. A nossa newsletter mensal e de maior share, hoje enviada para quase 10 mil assinantes do Substack, começou despretensiosamente em março de 2020, nos primeiros estertores da pandemia. O intuito sempre foi juntar oportunidades do meio literário em um formato mais dinâmico que o jornal impresso. É inegável que a nossa natureza analógica traz diversas vantagens, sobretudo na curadoria (que não se curva à velocidade) e na embalagem de conteúdo, melhorando, ao fim, a experiência de leitura. Porém, sentíamos falta de um veículo mais quente, em que os leitores acessassem e pensassem “e se eu me inscrever nisso?”, “essa oportunidade é boa, me parece”. Não temos dúvidas de que alguns indivíduos nos desprezam no impresso, mas acompanham avidamente a Latitudes. É do jogo. Atualmente, a newsletter é editada pela jornalista Marina Pilato, uma dos nossas principais forças gravitacionais. Aliás, lembramos que a Latitudes agora promove – a preços bem acessíveis – a divulgação de lançamentos de livros. Se tiver interesse em divulgar seu livro, consulte-nos respondendo a este email. É isto. Ainda em “Geada à meia-noite”, Coleridge define a rotina dos ciclos — “Mar, morro e mato, / E a populosa vila! / Mar e morro e mato, / Com a incontrolável agitação da vida, / Inaudíveis como um sonho! ”. Assim, vamos nos equilibrando entre o que nos fascina e o que é simples elemento regular e constitutivo da vida: funcionar no chão e observar as estrelas da noite. Melhor, a noite de Fernando Pessoa: “a única coisa do tamanho do universo”. |
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segunda-feira, 29 de julho de 2024
Entre pálpebras erguidas e olhos de robô
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