Agripa II era filho do rei Agripa I com a rainha Cipros. Assim como o seu pai, seu nome também era Herodes Agripa. Era bisneto de Herodes, o Grande. Tinha três irmãs: Berenice, Drusila e Mariamne III. Com uma delas (Berenice), ele manteve uma relação incestuosa. Tal relação teve início logo depois dela ter-se divorciado do rei da Cilícia. Essa relação espúria com a irmã recebia severas críticas da sociedade local, principalmente dos judeus (Atos 24.24; 25.13; Levítico 18.9; Deuteronômio 27.22).
Quando seu pai morreu, ele tinha 17 anos. Com tal idade, o imperador Cláudio o julgou ainda muito jovem para reinar. Assim, designou outros tetrarcas para suceder o seu pai, e permitiu que ele permanecesse em Roma, para concluir os estudos e o aprendizado sobre a Política. Anos depois, Cláudio o nomeou rei de Cálcis, em substituição a Herodes Agripa (irmão de Agripa I e tio de Agripa II), que havia falecido. Após ter reinado algum tempo sobre Cálcis (com o título de Agripa II), ele foi designado rei sobre duas grandes tetrarquias: Filipe e Lisânias (Lucas 3.1).
Como rei da Judeia, Agripa II foi designado pelo imperador romano como supervisor da construção do Templo de Jerusalém. Também recebeu o encargo de escolher e nomear os sumos sacerdotes judeus. Quando substituiu Cláudio como imperador de Roma, Nero ampliou os domínios governados por Agripa II: deu-lhe as regiões de Tiberíades e de Tariqueia (ambas na Galileia), e de Júlia (em Pereia), além das aldeias adjacentes.
Agripa II buscava manter a paz em seus domínios, e tentava apaziguar os judeus, que sempre estavam ameaçando uma rebelião contra o domínio romano. Visando manter uma vigilância constante sobre o povo judeu, mandou construir um anexo no palácio real em Jerusalém, que desse uma visão global sobre o pátio do Templo. Assim, ele e seus oficias veriam as atividades dos judeus naquele lugar. Inconformados com tal fato, os judeus construíram um novo muro no Templo, o qual impedia essa visão palaciana.
Quando Agripa II tentou destruir tal muro, os judeus apelaram para Nero. Agripa II solicitou a intermediação de Festo (outro tetrarca da Judeia), para reforçar sua posição perante o imperador. Festo era cunhado de Agripa II, por ter-se casado com sua irmã Drusila. Porém, Nero atendeu ao pedido dos judeus, e ordenou que o muro fosse mantido. Com isso, Agripa II caiu no desagrado geral dos judeus. E a possibilidade de rebelião contra o governo romano tornou-me mais evidente, principalmente entre os anos 66 a 70 AD.
Com isso Agripa II parou de tentar agradar aos judeus, e voltou-se integralmente para Roma e seus desígnios. Finalmente, no ano 70 AD foi deflagrada a rebelião judaica, o que fez com que Jerusalém fosse invadida pelo exército romano, que sob o comando do general Tito, destruiu a cidade e matou os sacerdotes do Templo. Com a invasão de Jerusalém pelos romanos, Agripa II e Berenice foram morar em Roma, aonde ele recebeu o cargo de pretor (magistrado). Ele faleceu no ano 100 AD e não deixou filhos.
Quanto ao general Tito (que comandou a invasão e destruição de Jerusalém) não deve ser confundido com outro Tito (citado no Novo Testamento). Este era um cristão grego que auxiliou o apóstolo Paulo, na pregação do Evangelho. Tito acompanhou Paulo e Barnabé à Antioquia, visando esclarecer a questão da circuncisão, no ano 49 AD. Em 55 AD ele foi enviado por Paulo para Corinto, a fim de organizar e liderar uma coleta financeira para auxiliar os cristãos necessitados da Judeia, além de esclarecer o teor da 1ª Carta que Paulo enviara aos Coríntios (Atos 15.1,2; Gálatas 2.1-3; 2ª Coríntios 2.13; 18.1-6; 12.7,18).
Tempos depois, Tito acompanhou Paulo e Timóteo na Obra Missionária pela Grécia. Ele permaneceu algum tempo em Creta, para organizar a Igreja local, enquanto Paulo e Barnabé seguiam para Nicópolis. Dali, Tito foi encontrar-se novamente com Paulo, que desta feita o enviou para a Dalmácia, a fim de organizar o trabalho evangelístico naquela localidade. Enquanto isso, Paulo seguiu para Roma, a fim dedar continuidade ao seu ministério (2ª Coríntios 7.6-15; 8.6-23; Tito 1.4,5; 3.12; 2ª Timóteo 4.10).
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