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sábado, 30 de setembro de 2017

Est’ação

Por Jussara Zanatta
Membro Correspondente da ALB-MS

Com as malas nas mãos, esvaziei-me.
Deixei tudo no porto. Inclusive o barco.
Lembrarei das janelas fechadas...
Dos galos cantando...
Das aves ciscando o fruto na planta dos pés.
Lembrarei dos travesseiros úmidos de saudade
Do teu rosto colado
Do gemido do sol saindo das nuvens.
Lembrarei das histórias esquecidas por todos,
contadas em fatias. Das tatuagens desfeitas
Dos anéis que comprei.
Lembrarei do círculo feito em torno da rua
Vagas do interior
Dos cabelos de paz, que pintados de branco e preto,
leves ao vento... Eram lindos... Suaves pinturas.
Lembrarei das cores do inverso inventado na praça
Das aparências perfumadas das flores
Que enganosas nos roubam, quilates de perfumes.
Lembrarei de tudo o que não consegui
Da insólita infância de faculdades,
universalismo de entusiasmo
Das famílias de operantes vestidos de métrica.
Lembrarei dos quase que deixei no barco
Da ancora, da bússola, das tropas de grilos
que trincavam as chaves. Pensa doutor.
Lembrarei de tudo, talvez seja estranho.
Fecharei o porto e sairei pelo mar a fora.
Em busca da estação que serei.

4 comentários:

  1. Agradeço de coração Diana😍😘

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  2. Magnífico esse poema! Retrata saudades e lembranças de outrora. Um tempo ido, que deixou marcas e, talvez algumas cicatrizes, Mesmo assim navegar é preciso! Show um abraço

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  3. Um abraço especial Adilson!
    É preciso ir...
    Agradeço o carinho ✨

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