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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

18-PERSONAGENS BÍBLICOS - RUBEM, O PRIMOGÊNITO DE JACÓ:
Rubem foi o primeiro filho de Léia e Jacó. Em hebraico a palavra “Rubem” tem o significado de “Eis um filho!” - (Gênesis 29.32).  Rubem teve seis irmãos germanos (filhos do mesmo pai e da mesma mãe), sendo cinco varãos e uma varoa: Simeão; Levi; Judá; Issacar; Zebulom e Diná. Teve também seis meio-irmãos (filhos de Jacó com as outras esposas): José; Benjamim Benoni; Dã; Naftali; Gade e Aser (Gênesis 29.33-30.24).
Rubem era um jovem inescrupuloso, indeciso e não tinha uma efetiva liderança sobre os seus irmãos, embora fosse o mais velho. Tanto é que quando os seus irmãos resolveram matar José (outro dos seus irmãos), o máximo que Rubem conseguiu fazer para evitar a tragédia foi convencê-los a jogar José vivo, num poço seco, e abandoná-lo ali, para que fosse devorado por uma fera do deserto. Com isso, embora não concordasse com o assassinato de José pelos irmãos, Rubem não se empenhou para salvá-lo. Apenas prolongou a sua agonia. Assim, tiraram a túnica de José e o lançaram num poço vazio do deserto (Gênesis 37.1-24).
Passadas algumas horas, uma caravana de mercadores ismaelitas passava pelas proximidades do poço onde José fora lançado. Nessa ocasião, Judá teve a ideia de vender José para esses mercadores, como se fosse um escravo. Seus irmãos concordaram e José foi vendido por vinte moedas de prata. Após a venda, mataram um novilho do rebanho que pastoreavam, e sujaram a túnica de José com o sangue, a fim de informarem a Jacó que José havia sido devorado por uma fera no deserto. E assim foi feito. Enquanto isso, os mercadores revendiam José no Egito, para um oficial egípcio chamado Potifar, capitão da guarda do faraó. Por ocasião da venda de José para os ismaelitas, Rubem estava na companhia de nove dos seus irmãos: Simeão; Levi; Judá; Issacar; Zebulom; Dã; Naftali; Gade e Aser. José foi à vítima e Benjamim Benoni (o caçula) ficara no acampamento, na companhia de Jacó (Gênesis 37.25-36).
Porém, o ato pecaminoso mais grave na vida de Rubem seria o incesto que ele praticou com Bila, a terceira mulher de seu pai (Gênesis 35.22). Porém, Jacó logo soube do fato, mas guardou segredo, só o revelando quando estava abençoando seus filhos antes de sua morte. Na ocasião ele dirigiu as seguintes palavras a Rubem: __Tu és o meu primogênito! Também és a minha força e o princípio da minha virilidade. Fostes o mais excelente em altura e em poder. Porém, inconstante como a água, não mais serás o mais excelente, porque subiste à minha cama e desonraste o leito de teu pai! Por isso, não te sobressairá!  (Gênesis 49.1-4).
Assim, Jacó informava para Rubem que ele não teria as prerrogativas de sua primogenitura, pois havia pecado contra a honra de seu pai. Bila era serva de Raquel, a esposa preferida de Jacó. Bila tinha sido dada como concubina a Jacó pela própria Raquel, que se ressentia de não ter dado ainda nenhum filho a Jacó, enquanto Léia, a primeira esposa já lhe dera vários. Segundo a cronologia bíblica, tal incesto teria ocorrido depois da morte de Raquel, que acabou dando dois filhos a Jacó: José e Benjamim Benoni. A Bíblia não revela se Rubem induzira Bila a praticar tal ato com ele por pura lascívia, ou se teria outro plano em mente, tal como simplesmente desmoralizar o pai ou impedir que Bila se tornasse a preferida de Jacó, em substituição a sua falecida ama (Raquel). Sendo Rubem filho de Léia e o primogênito dos filhos de Jacó, possivelmente ele desejava que a sua mãe (Léia) fosse à esposa preferida do pai, e não a sua tia (Raquel). É possível que Rubem temesse que, com a morte de Raquel, Bila passasse a ser a mulher preferida de Jacó.
Com esse incesto, Rubem transgrediu diretamente aquele que seria o quinto mandamento da Lei de Deus, que diz: “Honrai teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra, que o Senhor Teu Deus te dá” (Êxodo 20.12; Deuteronômio 5.16). Com esse mesmo ato, ambos transgrediram conjuntamente o sétimo mandamento dessa mesma Lei Divina, que diz: “Não adulterarás” (Êxodo 20.14; Deuteronômio 5.18).
É interessante observar que no sistema patriarcal vigente no Antigo Testamento, era lícito ao homem possuir várias mulheres (ao mesmo tempo, entre esposas e concubinas). Inversamente, a mulher só podia ser esposa dum único homem. Caso ela fosse casada e se envolvesse com outro homem, estaria cometendo adultério e deveria ser punida com a morte, por apedrejamento. O homem casado que se envolvesse com uma mulher casada com outro homem, também cometeria adultério e deveria ser apedrejado até a morte. Mesmo o homem solteiro que se envolvesse com uma mulher casada cometeria o adultério, e receberia mesma pena que a mulher adúltera.
Assim, se Jacó tivesse denunciado (e tornado público) o envolvimento de Bila (sua terceira mulher) com Rubem (seu filho primogênito), ambos deveriam ser julgados publicamente e seriam condenados à morte por apedrejamento. Essa era a lei da época. Portanto, ao silenciar sobre o fato, Jacó poupou a vida de ambos, mesmo em prejuízo de sua própria honra. Além de Rubem, a Bíblia Sagrada aponta outros homens que cometeram incesto com mulheres de seu pai, como: Absalão e Adonias (filhos do rei Davi). E, a exemplo de Rubem, não foram punidos por causa disso. Posteriormente, Absalão e Adonias foram mortos por outros motivos, que não o incesto ou o adultério contra o próprio pai.

Venâncio Josiel dos Santos – Membro da ALB/MS

Ocupante da Cadeira nº 06 – Arthur Jorge.

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